Você usou sabonetes antibacterianos da forma errada a vida toda
Desde que surgiram no mercado, sabonetes antibacterianos se tornaram uma tendência e tiraram o espaço dos sabonetes comuns das prateleiras.
Fazendo a gente pagar um pouco a mais só para esfregar as mãos, estes danados prometem mundos e fundos para deixar as pessoas livres do temível mundo das bactérias.
Mas será que é uma boa ideia investir em sabonetes antibacterianos?
De acordo com o diretor do Centro de Segurança Ambiental da Universidade Estadual do Arizona, Rolf Haden, apesar de que os ingredientes desses sabonetes serem eficazes para matar micro-organismos em hospitais, nada indica que beneficiem de verdade consumidores comuns ávidos por limpeza. Principalmente se ensaboarem a mão por poucos segundos.
Isto porque ao utilizar diariamente o sabonete (ou mais), os micróbios que não são eliminados da nossa pele se reproduzem, adaptando-se para resistir melhor a esses produtos químicos.
Mas mesmo que isso fosse realmente um problema, não precisaríamos entrar em histeria: convivemos com germes o tempo todo, e nosso corpo consegue eliminá-los sozinhos. Isso é interessante particularmente para crianças desenvolverem melhor o seu sistema imunológico.
Mas tem mais. Senta…
As marcas mais vendidas, apesar de se venderem como bactericidas, na realidade não eliminam bactéria alguma.
Um teste do Proteste (rimou) analisou dez produtos em soluções de 4 bactérias comuns: E. coli, que vem das fezes; P, aeruginosa, frequente em infecções hospitalares; S aureus, que causa infecções de pele e pneumonia; e S. S. marcescens, causadora de infecções urinares.
Protex (barra e líquido), Lifebuoy (líquido) e Dove não fizeram nadinha de nada. E oha que a promessa é matar 99,9% das bactérias!
Menos 99,9 pontos para a Sonserina propaganda enganosa.
E agora, quem poderá nos defender?
Aí é difícil. Mas se você é maníaco obsessivo por limpeza, siga estas dicas:
1 – Compre sabonetes que realmente façam o papel deles. A gente já deu a dica ali em cima, e não é propaganda.
2 – Ensaboe a mão por 20 a 30 segundos. É o tempo necessário para que os produtos presentes no sabonete reajam com as bactérias e elimine-as.
3 – Cuide da limpeza do seu box.
Ao deixar o sabonete cair em um chão sujo, o melhor é jogá-lo fora. Polêmico, sabemos. O motivo, segundo estudos, é que o chão geralmente contém mais bactérias do que o sabonete está preparado para lidar. Você não sai se esfregando pelo chão achando que depois vai ficar limpinho, né? Então, essa é a lógica.
As marcas Colgate (do Protex), Unilever (do Lifebuoy) e Dove se manifestaram sobre o teste: a primeira não tinha posicionamento, a segunda disse não ter recebido o laudo da pesquisa e a terceira alegou nunca ter divulgado propriedades bactericidas no produto. Você pode conferir nesta matéria.
Imagem de capa: megacurioso
Fontes: Live Science | UOL Notícias