Vai sair de Casa? Pense bem!
Você acabou de sair da casa dos seus pais, apesar de estar com 35 anos, foi educadamente convidado a se retirar. Ou talvez tenha sido posto para fora por aquela megera para quem em algum remoto dia do passado você se atreveu a dizer “sim” diante de um juiz. Ou ainda despencou numa cidade grande, vindo do interior, disposto a enfrentar a carestia e o stress sob os auspícios de uma proposta de trabalho não tão boa assim.
– Uau, quanta felicidade…
Seja como for, eis você, em plena rua, um legítimo candidato a sem-teto se, num prazo relativamente curto, você não achar um lugar decente para morar.
Antes de mais nada, é bom você saber que esse problema não é só seu, mas de uma boa quantidade de solteiros que povoam as cidades grandes e não estão nada satisfeitos com a situação de moradia em que se encontram. Serve de consolo? Não. Mas há toda uma experiência histórica que pode te ajudar.
Morar Só
Para alugar um apartamento numa cidade grande como São Paulo há três probleminhas que devem ser resolvidos: o valor exorbitante de aluguel, iptu e condomínio. A necessidade de um fiador ou de um seguro fiança (equivalente a três meses de aluguel). E achar o apartamento.
– Eitapoha!
Todos esses problemas devem ser associados, numa cidade grande, à preocupação de morar perto dos lugares onde você frequenta — como trabalho, casa de amigos, baladas preferidas. Transporte em cidade grande é um problema, não uma solução. É caro, ineficiente e desconfortável. E é melhor participar das manifestações sem ter tantos motivos concretos para reclamar.
Dividir com algum conhecido
Se você tem orçamento para morar sozinho (e haja orçamento), ótimo! Do contrário, o jeito é pensar em compartilhar o lar. Calma! Casar não é a solução. No máximo, ter uma amiga generosa que divida os custos com você e, de vez em quando, a cama. Mas essa também é uma solução perigosa.
Dividir com desconhecido
Há opções razoáveis para quem procura apenas um quarto e uma estrutura básica de vida em sites especializados de aluguéis divididos. Há um certo risco de você acabar parando onde não quer e não se adaptar à dinâmica de vida dos seus companheiros de moradia.
Mas não deixa de ser uma opção. Melhor mesmo, é procurar pessoas de seu ambiente social para dividir um teto e, assim, ter mais chances de dar certo.
República
Mas o que tem acontecido com alguma frequência em São Paulo é o resgate do conceito de república, comumente usado por universitários. Só que mais sofisticado. Funciona com espírito semelhante ao financiamento coletivo. Muitas pessoas (entre 6 e dez) se juntam e chegam a um consenso sobre o limite máximo do valor mensal que vão dispor.
A soma desses valores permite, normalmente, alugar uma casa de alto padrão, bem localizada, com muitos quartos, entradas independentes, jardim e garagem. Ou seja, ótima qualidade de vida.
O mesmo orçamento deve englobar também custos de manutenção — limpeza, provisões e até uma cozinheira para promover refeições coletivas. A conta final é sempre menor do que, por exemplo, dividir o aluguel de um apartamento pequeno em dois moradores. E as condições de moradia são muito melhores.
A grande dificuldade, nesse caso, é ter pelo menos uma pessoa “de bem” (será que é você?) capaz de assumir o contrato, embora também seja possível ter mais de um inquilino contratado.
Pra rir e refletir
O SOS fez uns videos sobre o assunto, Realidade e a Expectativa de Morar Sozinho
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