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“Todas as vidas importam”: por que só vidas negras, e as outras?
02 de junho de 2020
Postado por Dario
O recado agora é rápido para você que, ao invés de apoiar a campanha #BlackLivesMatter (“vidas negras importam”), acredita que “todas as vidas importam” deveria ser a palavra de ordem.
A mensagem, simples e divertida, veio em um vídeo que viralizou nas redes sociais:
O vídeo é uma versão de um quadrinho que também fez sucesso nas redes sociais:
Falando em casa pegando fogo, vamos aos dados:
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Segundo o anuário da violência: 75% dos mortos pelas polícias brasileiras são negros.
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A Pesquisa Nacional de Vitimização mostra que 6,5% dos negros que sofreram uma agressão no ano anterior à coleta dos dados pelo IBGE, em 2010, tiveram como agressores policiais ou seguranças privados (que muitas vezes são policiais trabalhando nos horários de folga), contra 3,7% dos brancos.
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Ao mesmo tempo que, segundo o Atlas da Violência deste ano, 66% de todas as mulheres assassinadas no país são negras.
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Os levantamentos ainda demonstram que aos 21 anos de idade, quando há o pico das chances de ser vítima de homicídio, os jovens negros tem 147% mais chances de serem assassinados do que brancos.
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Segundo o Boletim de Análise Político-Institucional (Bapi), a probabilidade do negro ser vítima de homicídio é oito pontos percentuais maior, mesmo quando se compara indivíduos com escolaridade e características socioeconômicas semelhantes.
Sejam as crianças assassinadas nas favelas do Brasil ou os homens pretos cruelmente sufocados até a morte nos Estados Unidos, uma coisa é bastante clara: a carne mais barata do mercado é a carne negra.
Se mesmo depois do vídeo ou desses dados, ainda não consegue entender a importância da campanha “vidas negras importam”, o problema na verdade é você.