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Sem Crise!

Tô sem grana: qual boleto devo pagar primeiro?

Um passo a passo para sobreviver a sua própria crise financeira.

Matheus de Moura Publicado: 29/07/2019 11:39 | Atualizado: 29/07/2019 11:54

Com mais de 63 milhões de brasileiros inadimplentes, uma questão ressoa cada vez mais com de começo de mês das pessoas: “Qual boleto tem que ter prioridade?”.

E se essa indagação ainda não bateu na sua porta, melhor se preparar, pois o número de desempregados persiste mês-a-mês entre 12 e 13 milhões de pessoas, criando um cenário de instabilidade empregatícia, no qual muito provavelmente não será o saque de 500 reais do FGTS que vai acabar com suas dívidas.

A resposta por si só é simples: pague as contas dos gastos básicos — água, luz, gás, aluguel, internet (se depender dela financeiramente) etc. —, até porque sem isso não se consegue nem tomar um banho para a entrevista de emprego.

“Ter a luz cortada e não poder ficar no lugar que tá morando… são coisas realmente básicas”, frisa o administrador e superintendente do portal Boa Vista, de finanças pessoais, Pablo Nemirovsky.

A consultora Waldeli Azevedo, do portal Finanças Práticas, ainda completa que a segunda coisa a se priorizar são os financiamentos; não se pode deixar de pagar as parcelas do carro e da casa de jeito algum. E por fim, focar nas contas que tem altas taxas de juros, como cartões de crédito, “para evitar o efeito ‘bola de neve'”, complementa.

Mas antes estas dicas resolvessem o problema. Esse é só o começo para tentar sair do vermelho e limpar o nome.

Tá sem grana mesmo? Bote na ponta do lápis

Se você está se perguntando que contar pagar primeiro, é sinal de que já passou da hora de se organizar financeiramente. O primeiro passo é por no papel cada gasto do mês, para então cortar os supérfluos — Spotify, assinatura de jornal, TV a cabo, cafezinho de cada dia etc.

Essas besteirinhas podem tornar a vida confortável, mas não há espaço para elas em tempos de vidas secas — o que não quer dizer que quando as coisas melhorarem não se possa voltar aos velhos costumes.

Quando se trata do orçamento de uma família em que mais de uma pessoa tem renda, Nemirovsky explica:

“Todas tem que fazer em conjunto e por no papel quanto dinheiro entra e quais são os gastos. Se esse controle básico — e realmente, é muito básico — não é feito, o que que acontece? Alguém dessa família que tem o nome limpo vai pegar crédito pra ajudar a família, mas ela não vai saber exatamente se aquele valor cabe no orçamento familiar, e assim aquele que tenta ajudar acaba ficando com o nome sujo e todo mundo fica sem crédito.”

A divida tá difícil de ser paga? Renegocie!

– Estamos negociando? – Sempre.

Cortou tudo e ainda assim não consegue pagar todas as contas? Então está na hora de sair de casa e ir até seus credores e renegociar a divida com cada um deles. Ou eles abaixam o valor a ser pago ou o valor das parcelas; de qualquer forma, alguma solução surgirá dessa reunião.

O credor prefere muito mais uma dívida, ou um valor que o consumidor paga pouco, do que não ter essa dívida paga, explica Nemirovsky.

No pior dos casos, se forem muitos credores, sempre há mutirões para renegociação da dívida, sendo os principais o do Procon e o da Caixa Federal.

“Caso haja algum dinheiro ainda da demissão, ele pode ser utilizado para abater determinada dívida com algum desconto, ou mesmo para pagar parte dela e assim conseguir uma negociação quanto a prazo e cobrança de juros”, aconselha Waldeli.

Em caso extremo: mais vale uma dívida na mão do que centenas te infernizando

Se nem mesmo com renegociação das dívidas, corte de gastos e eventuais bicos para complementar ou gerar renda — por menos que possa ser — funcionar… bem, só sobra uma opção: empréstimo.

“Nem sempre é possível, mas deve-se evitar, ao máximo, contrair empréstimos para pagar dívidas. Caso isso se torne realmente necessário, deve-se buscar linhas de crédito com juros menores, utilizando o dinheiro para saldar dívidas mais ‘caras’ (sujeitas a taxas de juros mais altas)”, explica Waldeli.

Antes de sair por aí se comprometendo, preste bem atenção na taxa de juros, senão você pode acabar afundado num problema mais nocivo. Algumas das modalidades mais confiáveis e que costumam ter menor taxa são:

  • empréstimo hipotecário: no qual se põe um imóvel ou um automóvel como garantia, numa transação de alto risco, caso não venha a faltar com os pagamentos;
  • empréstimo pessoal: a clássica negociação com o banco, no qual os termos de pagamento são definidos de acordo com as linhas apresentadas por eles;
  • crédito consignado: que serve apenas para quem tem ganho mensal comprovado — carteira assinada, beneficiário de INSS, pensionista etc — e consiste num desconto do valor da parcela direto no pagamento do salário antes que este caia na conta.

Apesar da busca por empréstimo já ser um ato extremo, há uma vantagem, como aponta Nemirovsky: “Fica mais fácil, a pessoa fica com uma dívida só; ajuda na organização.”

Saiba seus direitos

Sempre bom lembrar: o credor não é seu dono e há limites de até onde ele pode ir com a cobrança — a não ser que você esteja devendo para um agiota, daí, só polícia na causa. O portal Boa Vista fez uma listinha (leia aqui) de algumas coisas que credores não podem fazer:

  • Submeter o devedor a constrangimento (artigo 42 do Código de Defesa do Consumidor);
  • Fazer cobrança vexatória com constrangimento físico ou moral (isto é crime, artigo 71 do Código de Defesa do Consumidor);
  • Fazer afirmações falsas, incorretas ou enganosas;
  • Falar com parentes e vizinhos sobre a dívida;
  • Segurar um documento pessoal ou um bem do inadimplente para forçá-lo ao pagamento da dívida (a não ser que o bem esteja vinculado a dívida, como um carro, por exemplo).

Nada deu certo?

No fim, se nada disso der certo, finja de morto que em cinco anos a dívida expira.

Fonte(s): G1, G1 (2), Boa Vista Serviços
Matheus de Moura
Jornalista oriundo de Santa Catarina, radicado nas praias fluminenses. Interessado em temas raciais, economia, política e crime organizado.

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