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Teto de gastos na Saúde deve matar 27 mil pessoas em 11 anos, revela estudo

03 de maio de 2019
Postado por Daiane Oliveira

Uma pesquisa publicada na revista científica BMC Medicine avaliou os impactos que a PEC do Teto dos Gastos Públicos, implementada no governo Temer pelo então Ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, pode ter na saúde pública do Brasil, especialmente na atenção básica. Os pesquisadores concluíram que:

“As reduções na cobertura da atenção primária devido a medidas de austeridade provavelmente serão responsáveis por muitas mortes evitáveis e podem impedir a realização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável para saúde e desigualdade no Brasil e em outros países de renda baixa e média.”

De maneira mais específica, a pesquisa sugere que mais de 27 mil mortes devem ocorrer até 2030 em decorrência do contingenciamento de verbas da saúde, que afeta essencialmente a população dependente do Sistema Único de Saúde (SUS), de maneira especial na atenção básica à saúde.

Para chegar a esse número, os pesquisadores fizeram cálculos matemáticos em cenários que consideravam o limite de investimentos na saúde, dado pela redação da PEC. O resultado foi um aumento de quase 6% da taxa de mortalidade em comparação com o cenário atual. As duas principais políticas públicas que orientaram as estimativas realizadas foram a Estratégia Saúde da Família e o Programa Mais Médicos.

Como público atendido por esses serviços é composto majoritariamente por pessoas em estado de vulnerabilidade econômica e social, é aí que as mortes devem se concentrar. Em entrevista à BBC, Davide Rasella, profissional que liderou a pesquisa, destacou a situação de desigualdade no Brasil:

“A redução da cobertura da atenção básica nesses lugares tem efeitos maiores porque eles têm causas de mortalidade mais ligadas à pobreza”, afirmou.

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