Substâncias químicas perigosas estão presentes em produtos que não imaginávamos
Praticamente todos os produtos que te cercam, assim como os alimentos que você consome, podem causar sérios danos à saúde.
São produtos químicos usados em cosméticos, fabricação de latas de refrigerante, brinquedos, garrafas plásticas e, acredite, até na água.
Uma matéria publicada pelo portal do jornal britânico Daily Mail expõe quais são as substâncias químicas às quais estamos expostos o tempo todo, os riscos que elas representam para nossa saúde e o tamanho do impacto financeiro com tratamentos das doenças relacionadas.
O que estamos ingerindo sem saber?
Aproveitando as amostras de sangue e urina de cinco mil voluntários que foram colhidas em 2009 para o National Health and Nutrition Examination Survey (uma pesquisa nacional para medir a saúde e a nutrição da população), pesquisadores da NYU Langone, em Nova Iorque, fizeram uma análise dos químicos que têm causado alterações hormonais perigosas em nosso organismo.
Nosso sistema endócrino tem sofrido com a constante presença de ftalatos (presente em muitos cosméticos e até na água), bisfenol A (usado também em latas de alimentos e garrafas plásticas) e éteres de difenila polibromados (conhecidos como retardantes de chamas, utilizados com muita frequência em móveis e brinquedos).
Essas substâncias imitam hormônios naturais como o estrogênio e o androgênio, ficando presas às nossas células, o que impede que elas façam ligação com os nossos verdadeiros hormônios.
A pesquisa comprovou que ficar constantemente exposto à esses componentes químicos pode causar câncer, diabetes e doenças neurológicas como autismo, Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDHA) e até perda de Q.I.
Quanto custa para tratar tudo isso?
Essa análise, publicada no The Lancet – Diabetes & Endocrinology e acompanhada pelo professor da NYU Langone, Dr. Leonardo Trasande, também aborda os gastos com tratamentos de doenças relacionadas a essas substâncias perigosas.
O resultado é assombroso! Os Estados Unidos gastam por ano 340 bilhões de dólares para esses cuidados médicos. Já a União Europeia (UE), 271 bilhões de euros. Isso nos faz ter uma ideia melhor sobre real a dimensão dos malefícios.
“Os gastos dos Estados Unidos são mais altos por conta da vasta utilização de retardantes de chamas em mobílias”, explica o professor Trasande.
Segundo a publicação, na União Europeia esses produtos são proibidos desde 2008.
Por outro lado, os países europeus gastam dez veses mais com tratamentos para doenças decorrentes de agrotóxicos em alimentos do que os EUA.
Em junho, a União Europeia discutiu critérios para a utilização dessas substâncias que desregulam nosso sistema endócrino. Mas grupos de ambientalistas afirmaram que o resultado deixou muito a desejar e foi pouco significativo, revelou o Daily Mail.