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Sexo anal: 5 motivos para perder a vergonha e tentar

13 de março de 2015
Postado por Enrique Coimbra

Associada exclusiva e erroneamente a homossexuais do gênero masculino, a prática sexual de enfiar o pipi no popô tem perdido o rótulo de “tabu” e já é conversado abertamente por alguns seres humanos que sentem prazer com penetração — passiva ou ativamente. Como podemos ver nesse interessante vídeo:

Ao perceber que sexo anal pode resultar em extremos picos de prazer, tanto para quem enfia quanto para quem é enfiado, homens heterossexuais aprenderam que o desejo de desbravar mistérios de uma bunda não os torna gays — a não ser, é claro, que esse desejo seja direcionado exclusivamente a outros homens, o que não é nenhuma ofensa. E as mulheres notaram que “tomar no cu” também não é ofensa (com o perdão do palavrão), muito pelo contrário: pode ser mais aconselhável e mais viciante que abandonar a vagina, área de potencial mastodôntico, nas mãos de quem não sabe usar!

Outros homens heterossexuais, seguros da própria sexualidade, ainda pedem para que a parceira “brinque” ao redor do anel mais idolatrado que o Um Anel da franquia O Senhos dos Anéis, sabendo que isso não afetará nem um pouco o desejo deles por elas — afinal, mesmo tomando no bumbum, são elas quem estão trabalhando, mas isso é papo para outro artigo.

Por ser gouine* e por ter sofrido da vergonha em admitir que morria de curiosidade de experimentar sexo anal, sem falar no enorme preconceito, do medo da dor e da ideia estúpida de que ser passivo durante o processo diminuiria minha masculinidade — que não passa de machismo subjetivo e estúpido —, montei essa lista com 5 motivos para perder o receio e dar ou receber prazer pelo ânus. Até porque, desde que seja seguro e consensual, vale quase tudo!

1. Experimentar é válido para tudo na vida

Não só para sexo anal, experimentar as coisas que a vida trás é bom para definirmos do que gostamos ou não! Claro que tópicos como a sexualidade, por exemplo, vem naturalmente na maioria quase absoluta dos casos.

Preceitos comportamentais — especialmente pela modalidade sexual de uma sociedade machista que prega que a única maneira de obter prazer é através do entra-e-sai egoísta, onde o homem é o maior beneficiado ao excluir a existência de uma parceira (ou parceiro), e que aceita somente o gozo como objetivo final e indiscutível de prazer — são construídos com o tempo.

Se você tem dúvidas ou curiosidade, experimente. Ninguém precisará saber. O sexo é seu com a(s) pessoa(s) envolvida(s), então escolha bem com quem experimentar e amplie sua mente. Isso vale para novos pratos, lugares e sensações.

2. Não tenha vergonha

Um dos maiores medos de quem deseja experimentar o sexo anal como passivo(a) é “passar cheque”. Essa expressão é uma maneira leve de dizer “deixar pedaços de cocô saírem da bunda durante a penetração”.

Saiba que uma pessoa disposta a fazer sexo anal está mais do que preparada para esse tipo de situação. Claro que higienizar o reto e fazer a famosa “chuca” é indicado — não com frequência, pois diminui a quantidade de bactérias boas para o corpo —, mas esse medo não pode te paralisar!

Diga para seu parceiro (ou sua parceira, por que não?) que você ainda está aprendendo e que não está antenado a todas as manhas. A pessoa terá toda a paciência do mundo para te ensinar 😉 – Se não tiver, vá transar com alguém que tenha, porque gente egoísta na cama (ou no banheiro, chão da cozinha, varanda etc) é um pé no saco e não vale o esforço.

3. Sua sexualidade não muda por causa do sexo anal

Homens heterossexuais mascaram o desejo de fazer sexo anal numa mulher por medo de que elas achem que eles gostariam mesmo é de transar com homens. Gente, o que define uma pessoa ser gay é que ela goste predominantemente de outro alguém do mesmo gênero sexual! Um cara heterossexual vai se sentir homossexual por desejar se relacionar com uma mulher, seja como for? Essa matemática está errada, me desculpe…

4. Ser passivo não te diminui

Para mulher: dar a bunda não te torna piranhuda ou indecente! Dar a bunda é usar uma parte do seu corpo para receber e dar prazer a quem se envolve sexualmente com você. Esqueça preceitos de que sexo anal é pecado ou que só garota de programa dá a ré no kibe! Mulheres precisam entender que têm o MESMO direito de prazer que os homens, que PODEM ser sexuais e que DEVEM ser respeitadas por isso! Chega de ser boneca inflável pra marmanjo. Está na hora de explorar sua sexualidade com honestidade aos seus desejos mais íntimos!

Para homem: ser passivo não afeta masculinidade! Na real, se você ainda se guia na “conservação da macheza” desfaça-se da ideia de que precisa se provar para alguém. Como cansei de falar, nossa sociedade é machista, extremamente julgadora e mesmo que você ande sobre todas as linhas, ela vai achar algo para tacar na sua cara e te chamar de imoral. Quer dar a bunda? Dê! Não há mal em desejar isso! Há mal em enrustir um desejo que ninguém precisa saber por medo do seu próprio julgamento. Como sou legal, recomendo que assista meu vídeo “Saia do armário, macho” para destrancar sua mente quadradinha.

5. Prazer é tudo de bom!

Desde que seja seguro, com respeito e consenso, sexo é maravilhoso! Prazer é ótimo demais, não há dúvidas! Se dispa de armaduras morais que tornam culpados seus gozos e realize que você MERECE ter prazer, ser feliz, e que ninguém tem merda nenhuma a ver com isso!

Fazer um sexo anal maneiro não é só “coisa de viado”! É coisa de ser humano confiante, que sabe o que quer e que se não sabe, experimenta! A sexualidade é inerente e deve ser explorada com consciência, paciência e sem tabus. Somos vítimas de dois contrastes berrantes: a hiperssexualização pela mídia e a castração impensada por conceitos sociais falidos e/ou religiosos. Se não pensarmos por nós mesmos, esclarecendo dúvidas e pré-conceitos, ficaremos loucos!

Saiba seus limites, respeite a vida de cada um e só meta seu nariz (pinto, boca, pepeca etc) onde for chamado! O mesmo vale se você não gosta de sexo e não quer se envolver com ninguém, como um bom assexual! E se não tem com quem começar a prática, comece se masturbando. Não há absolutamente nada de errado com isso 🙂

*Gouine é o nome dado a quem pratica gouinage, sexo sem penetração. No meu artigo “O que é gouinage? Pra quem não gosta de penetração” falei sobre esse assunto extensamente. Também comentei sobre assexualidade no artigo “O que é assexualidade?“. Leitura adicional que vale o tempo!

 

Imagem de capa: reprodução – Regras da Atração

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