Colunas

Como ser um bom pai ou mãe depois de uma infância difícil

13 de agosto de 2023
Postado por Andressa Reis

Ser responsável pela educação das crianças não é uma tarefa fácil, é bem aí que muitos se perguntam como ser pessoas melhores para as relações familiares.

Muitas pessoas cresceram em famílias autoritárias, negligentes e abusivas, sem espaço para o diálogo e apoio. O medo de reproduzir essas falhas pode se tornar um peso enorme, mas, do mesmo jeito que nós somos capazes de aprender, também podemos desaprender muitas coisas.

O primeiro passo é entender que as histórias podem ser diferentes, você pode ser um pai, mãe ou responsável mais presente, aberto às emoções e disposto ao diálogo.

 

A infância reflete na vida inteira

A infância está muito relacionada às primeiras referências que construímos, o que aprendemos nessa fase é levado pela vida toda, mas isso não quer dizer que precisamos perpetuar os traumas nas nossas novas relações.

Quebrar um ciclo de relações familiares tóxicas pode até parecer muito difícil, mas é possível fazer isso com autoconhecimento, estudo e muita disposição, afinal, o primeiro passo é estar disposto a ser maior do que aquilo que provocou traumas.

Buscar autoconhecimento exige coragem e é um caminho é cheio de altos e baixos. Ainda assim, entender de onde vêm as dificuldades para educar a criança é primordial, pois cada caso é um caso.

A disciplina positiva é uma grande aliada na construção de vínculos saudáveis por meio de acolhimento, firmeza e respeito, para que comportamentos agressivos não sejam repetidos.

Unsplash, https://unsplash.com/pt-br/@marisahowenstine?utm_source=unsplash&utm_medium=referral&utm_content=credit, https://unsplash.com/pt-br/fotografias/Cq9slNxV8YU?utm_source=unsplash&utm_medium=referral&utm_content=credit

SEM LEGENDA

 

Estabelecer limites saudáveis

A dificuldade de manter limites saudáveis pode levar a dois extremos: permitir que a criança faça tudo que quer, o que pode levar à falta de cuidados, e do outro lado existe a superproteção, que também impede o desenvolvimento da criança, além de prejudicar a autoestima.

Os limites devem ser colocados com clareza e firmeza, reconhecendo as emoções e prezando sempre pelo respeito e autonomia.

 

Dialogar mais, punir menos

As palavras certas fazem toda diferença, ainda mais no meio de um turbilhão quando a criança “abre um berreiro”.  A comunicação precisa ser aberta e curiosa, escutar faz parte de se comunicar e é tão importante quanto falar.

A agressividade não é uma boa professora, muito pelo contrário! Uma solução punitiva pode deixar as emoções mais confusas e reprimidas.

Ameaças, punições físicas e discursos muito duros não aproximam vínculos, muitas pessoas dizem que passaram por isso e sobreviveram, mas o respeito tem que ser a base de todas as relações. Se você não falaria num tom desrespeitoso com um adulto, por que poderia fazer isso com uma criança?

 

Saber se desculpar

Assumir um erro e se desculpar é uma coisa poderosa, mas muitos adultos evitam isso como se a sua autoridade fosse desaparecer, enquanto obrigam as crianças a se desculparem por erros que algumas vezes nem são claros para elas.

Não existe nada tão eficiente quanto o exemplo, peça desculpas de uma forma honesta e responsável sempre que necessário, afinal de contas você é um ser humano, igualzinho a qualquer criança!

Desse jeito ela vai entender que todos falham, mas é sempre possível reconhecer e consertar os erros, e acredite, isso é poderoso pra deixar as relações mais saudáveis.

 

Aprender com os nossos erros e os erros dos outros

Por falar em erros, o medo de repetir as falhas dos outros é importante para que os pais e responsáveis busquem um caminho diferente.

É importante identificar aqueles comportamentos que você não quer repetir, mas lembre que isso pode acabar acontecendo. Nesses momentos, lembre de se desculpar e esteja determinado a lidar melhor com as próprias emoções e buscar ajuda sempre que for necessário.

Não existe família perfeita, problemas acontecem até nas famílias de comercial de margarina. Porém, existem situações que vão além dos conflitos e podem provocar traumas, só que essas experiências não precisam definir o resto da nossa vida.

Entre os erros e acertos, é possível criar um ambiente acolhedor e saudável. Superar os medos e inseguranças do passado pode ser tão desafiador quanto educar uma criança, por isso o acesso a informação, autoconhecimento e uma rede de apoio são essenciais para que os pais ou responsáveis consigam quebrar ciclos tóxicos.

Bebê.com.br, Dr Jorge Huberman, Instituto Hoffman Brasil

MATÉRIAS RELACIONADAS