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“Sem violência!”: Protesto silencioso pode ser uma alternativa poderosa ao quebra-quebra

Na Turquia, a violência perdeu espaço para o silêncio.

PH Araujo Publicado: 31/01/2017 15:15 | Atualizado: 24/11/2019 10:09

O ano mal começou e o motivos para sair às ruas e protestar não param de surgir.

Pensar que ações governamentais vão desencadear em descontentamento e protestos é óbvio. Mas qual seria a forma mais inteligente de protestar? Quebrando tudo?

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Em meio ao caos globalizado em que vivemos, a internet voltou a lembrar do protesto imóvel e silencioso ocorrido em 2013 na Praça Taksim, em Istambul, Turquia.

Notícias publicadas no portal NPR ou na Carta Capital voltaram a ser compartilhadas a fim de mostrar a potente, porém pacífica forma de resistência.

Protesto imóvel, como é isso?

Em 2013, o primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdorgan, iniciou o projeto de “reforma” da Praça Taksim, que é composta, entre outras coisas, pelo Centro Cultural Atatürk e do Parque Gezi, uma das poucas áreas verdes de Istambul.

O objetivo da reforma era recriar o Quartel Militar Taksim, demolido em 1940, e a construção de um shopping.

As máquinas começaram a derrubar as árvores do parque no fim de maio do mesmo ano. A ação desagradou a população de Istambul e desencadeou uma série de protestos.

Em resposta, o governo mandou a polícia reprimir qualquer tipo de manifestação. Segundo reportagem da VICE, as autoridades reagiram de forma desproporcional e deixaram cinco mortos, centenas de feridos e milhares de presos.

Eles não lutavam apenas pela manutenção do Parque Gezi e da Praça Taksim, mas melhoras na qualidade de vida, relações de trabalho, direitos individuais, direito à informação, entre outras coisas. Isso não foi o suficiente para a imprensa turca, que tomou lado, deixando de divulgar os fatos como eles realmente aconteceram.

17 de junho de 2013

Nesse ínterim, o dançarino e coreógrafo, Erdem Günduz, passou pela forte barreira policial turca, fingindo ser um turista em visita à Praça Taksim.

Günduz simplesmente parou em frente ao retrato gigante de Mustafa Kemal Atatürk, fundador da Turquia moderna, que está pintado no Centro Cultural Atatürk e ali ficou, olhando um símbolo da democracia do país, parado, em silêncio, por oito horas.

Repercussão e Resultado

Sua imagem foi divulgada no twitter, ganhando a atenção de milhões de pessoas ao redor do mundo. As hashtags #standingman (em inglês) e #duranadam (em turco) se espalharam pelas redes sociais. Günduz, agora um símbolo, era um raio de esperança diante do opressor e arbitrário governo de Erdorgan.

Com isso, a praça foi tomada por outros manifestantes que fizeram o mesmo. Logo a truculência policial foi inibida. “Como eles poderiam reprimir pessoas paradas em silêncio?”.

Em uma palestra dada ao Oslo Freedom Forum, Erdem Günduz explicou que seu principal motivo era para protestar contra a mídia turca, vendida para o governo. Para ver a declaração completa (em inglês), clique aqui.

No caso turco, a manifestação pacífica foi a melhor resposta. Acabou com a violência policial e chamou a atenção para polêmica reforma urbanística da Praça Taksim que, segundo o site da Exame, foi anulada pelo o tribunal de Istambul, em julho de 2013.

– E aí, será que esse tipo de protesto pode ser uma alternativa, ou o negócio só funciona na base do “tiro, porrada e bomba”?

Fonte(s): NPR, Youtube, Exame, Vice
PH Araujo
Jornalista, fã de bandas de Seattle e filmes de terror B. Acredita que a vida perfeita teria cachoeiras, boas refeições, música de qualidade, aventuras, mulheres e sonecas ao longo do dia.

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