Pesquisadores da Universidade Federal Fluminense (UFF) – aquela acusada pelo governo Bolsonaro de promover ‘balbúrdia’ – descobriram que 4 agrotóxicos autorizados e em uso no Brasil acumulam gordura nas células animais.
As substâncias Ametrina, Abamectina, Carbosulfano e Óxido de Fembutatina são frequentemente utilizadas em plantações de frutas, leguminosas, grãos e hortaliças. Outros 6 agrotóxicos devem ser analisados pelos pesquisadores do Instituto de Saúde de Nova Friburgo, unidade vinculada à UFF.
“O fato de o Brasil ser o maior consumidor de agrotóxicos no mundo foi fundamental na nossa escolha do objeto. Ainda tem muita coisa a ser analisada, mas uma coisa já é certa e nós provamos: esses agrotóxicos acumulam gordura nas células animais, o que pode contribuir para o desenvolvimento de obesidade e de diabetes”, destacou Flora Milton, uma das pesquisadoras envolvidas.
O estudo é importante pois mostra como tais venenos afetam a população, inclusive àquelas pessoas com uma alimentação balanceada. A pesquisa é feita em parceria com a Universidade de Brasília (UnB) – outra acusada de promover balbúrdia. Os pesquisadores pretendem avançar os estudos para concluir o efeito desses e outros agrotóxicos no organismo humano.
Em virtude do corte de verbas que as Universidades sofreram, não há certeza se essa e outras tantas importantes pesquisas desenvolvidas terão continuidade. Em resposta sobre a redução no orçamento, a instituição afirmou que fará “todo o esforço institucional para demonstrar ao Ministério da Educação a necessidade de reversão dos cortes anunciados“. Se tal reversão não acontecer, o futuro da tríade ensino-pesquisa-extensão está em risco em todo o país, não apenas na UFF ou UnB.