Prender a fumaça da maconha por muito tempo não dá barato e pode dar câncer
“Acende, puxa, prende e passa“. Esse foi praticamente o tutorial universal para todos que fumaram maconha alguma vez na vida.
E se você faz parte da galerinha da fumaça que levou esse ensinamento para todos os outros baseados que surgiram em sua vida, especialistas divulgaram que segurar a fumaça no pulmão pode fazer muito mal à saúde e não faz a menor diferença na hora de dar “barato”.
A cultura popular dos maconhistas sempre foi clara ao afirmar que, ao segurar a fumaça de maconha no pulmão, demorando para exalá-la, potencializa os efeitos da erva; mas não é nada disso.
De acordo com o livro “Health Information for People Who Use Cannabis” (“Informações de Saúde para Pessoas Que Usam Cannabis”), escrito pelas pesquisadoras americanas Annie Bleecker e Annie Malcolm, estudos indicam que cerca de 95% do THC, a substância presente na erva que “dá o barato”, é absorvida logo nos primeiros segundos da inalação.
Tragar por mais do que 3 segundos, segundo sites especializados, vai deixar o seu cérebro sem oxigênio, o que dá a impressão de sentir maior barato; apenas impressão.
E conforme as pesquisadoras explicam, se ao inalar a fumaça quase todo THC é absorvido rapidamente, segurá-la no pulmão deixará o órgão mais exposto as toxinas presente no fumacê.
Tóxicos? Mas a erva não é natural?
É, só que não.
Conforme já falamos nesta matéria aqui, assim como as outras drogas, a maconha, por mais que seja uma planta, totalmente natural, também recebe algumas substâncias tóxicas, principalmente aquelas vendidas nas ruas das grandes cidades.
Este estudo, desenvolvido pelos pesquisadores do Programa de Controle de Tabaco, do Departamento de Saúde Pública da Califórnia, onde o uso da erva já é legalizado, analisou a fumaça da maconha e constataram que a quantidade de amônia presente nas amostras era equivalente a quantidade de 20 cigarrinhos comuns.
Cianeto de hidrogênio e óxido nítrico foram outras substâncias, igualmente tóxicas ao nosso organismo, encontradas em grandes quantidades na fumaça da erva: cerca de 3 a 5 vezes maior que o tabaco convencional.
Em entrevista à Super Interessante, o médico Ciro Kirchenchtejn, professor de pneumologia da Universidade Federal de São Paulo, alertou sobre como pode ser prejudicial a exposição do pulmão à essas substâncias, podendo até dificultar nossa absorção de oxigênio.
“É ruim para todo o sistema cardiovascular. Os alvéolos pulmonares são especialmente lesados. Isso vai dificultando cada vez mais a absorção de oxigênio para o organismo.” – revelou o especialista à publicação.
E se tudo isso ainda não te convenceu que segurar a fumaça não é lá uma ideia tão boa assim, ainda tem mais.
Para aqueles que falam de boca cheia “eu só fumo maconha, cigarro da câncer!“, torcemos para que você não faça longas tragadas do baseado, caso contrário, acender um “malborão” pode ser menos prejudicial à você, pelo menos nesse quesito.
Este estudo, desenvolvido pelos pesquisadores do Grupo de Pesquisas sobre Doenças Respiratórias e Cannabis, da Nova Zelândia, e publicado no site científico NCBI, revelou que dar longas tragadas no baseadinho faz com que você tenha 5 vezes mais monóxido de carbono na corrente sanguínea que um fumante de cigarros convencionais.
De acordo com os especialistas, o hábito de prender a fumacinha ainda facilita o depósito de substâncias cancerígenas nas vias aéreas. Ou seja, segurar o fumacê, pode dar câncer!
O SOS não faz apologia às drogas, porém, estaríamos sendo hipócritas em negar que muita gente faz uso da erva. Portanto, se o consumo existe e é bastante comum, deixá-lo mais saudável é de extrema importância para todos. Avise seu amigo legalize. D2!