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Cultivar alimentos é a coisa mais impactante que podemos fazer contra um sistema corrupto

24 de setembro de 2019
Postado por Jessica Moura

O artigo a seguir é do ativista Alex Pietrowski, colaborador da Waking Times, portal de mídia independente, voltado para a conscientização e rompimento com o status quo.

“As pessoas que promovem as transformações mais eficientes no planeta, não estão esperando que o próximo presidente seja eleito para tornar suas vidas melhores. Eles estão, literalmente, plantando as sementes do futuro, e por meio do ato revolucionário de plantar, estão reiventando suas comunidades enquanto constroem sua própria independência.

A cada quatro anos, quando é tempo de eleições gerais, milhares de pessoas empregam sua garra para criar um mundo melhor em um contexto político cada vez mais corrupto. E se toda essa energia fosse investida em algo que valesse a pena, que poderia direta e imediatamente melhorar sua vida, a da comunidade, e até mesmo o planeta?

Viva Real, https://www.vivareal.com.br/blog/cuidados-casa/horta-em-apartamento-os-tipos-e-como-cuidar/

SEM LEGENDA

O simples fato de produzir a sua própria comida afronta diretamente a cadeia de produção de várias maneiras autênticas, e é por isso que algumas das pessoas mais inovadoras e perseverantes estão pegando suas ferramentas e ousando começar seus jardins.

Essa ação acabou se tornando um posicionamento político mais significativo do que apoiar partidos ou candidatos.

Jardinagem de propaganda é uma combinação de jardinagem de guerrilha e protesto político. O movimento diz respeito ao desenvolvimento de uma autossuficiência enquanto faz-se uma simples, mas relevante tomada de posição sobre as regras que vamos seguir no mundo que todos compartilhamos.

Um exemplo é Ron Finley.

Slowfood, https://www.slowfood.com/terra-madre-salone-del-gusto-gives-us-cinematic-food-thought/

Ron Finley

Ele é um “jardineiro de guerrilha” que vive em Los Angeles que inspira o mundo com verdades sobre como a indústria alimentícia escraviza a todos nós. Ele pretende nos convencer que a arma mais potente nessa batalha são os solos férteis. Finley tornou plantar vegetais uma tendência, como ela deveria ser, já que a soberania alimentar é fundamental para a independência pessoal.

“Eu sou escravo da comida… O sistema é desenhado como prisões. Eu estou cansado de me sentir preso. Então eu decidi que, para mudar esse paradigma, eu iria cultivar minha própria comida. Essa era uma das coisas que eu podia fazer para escapar desse destino que eu ingressei sem querer”, disse Ron Finley.

Pense bem. Plantar seus próprios suprimentos é um enfrentamento ao status quo. Ao cultivar seus alimentos você:

  • Reduz a dependência de empresas alimentícias que poluem o meio ambiente;

  • Melhora sua saúde e bem-estar ao realizar exercícios físicos e ingerir alimentos mais nutritivos, se libertando da dependência da indústria farmacêutica;

  • Dá prejuízo à Monsanto, uma das maiores produtoras de agrotóxicos do mundo, e indústria de químicos agrícolas que estão poluindo o planeta e matando as abelhas;

  • Ressalta questões envolvendo o poder político, colocando proprietários e jardineiros contra governantes e parlamentares;

  • Constrói e cura comunidades fornecendo um espaço que propicia atividades em grupo

  • Trabalha para reparar o dano que estamos fazendo ao meio ambiente com nossos hábitos de consumo;

  • Nos protege contra a insegurança alimentar;

  • Favorece o despertar de outros para a causa, ao se estabelecer como exemplo.

Waking Times, https://www.wakingtimes.com/2016/06/09/gardening-more-meanignful-voting-rigged-political-system/

SEM LEGENDA

Quando unidas, a conscientização e a ação criam um tipo de mudança de que o sistema não tolera, e quando pessoas extraordinárias como Ron Finley tomam a dianteira, um movimento de mudança significativo se estabelece.

Essa é uma atitude relevante e muito eficiente, e tem se tornado cada vez mais popular o cultivo de jardins nos quintais ou no quarteirão. Assim, nós iremos testemunhar o renascimento de um tipo de sociedade que não podemos criar se continuássemos a seguir as regras de um sistema fraudulento.

“Enquanto vocês marchavam, 60 pessoas estavam construindo uma horta urbana. Quem é mais eficiente agora?”, indagou Ron Finley.

Confira o trecho que uma entrevista recente de Ron para Marc Angelo, o influenciador digital por trás da SuperHero Academy, um podcast que conta histórias de pessoas que produzem mudanças no mundo a partir de iniciativas locais:

“Há poucas gerações, plantar para a subsistência não era uma atividade marginalizada como ela se tornou nas últimas décadas, pois era basicamente parte da rotina de sobrevivência. Quem se voltar contra o controle econômico e ao colapso orquestrado da economia terá de unir forças com a sua comunidade para defender sua soberania pessoal.

Por que as igrejas não se unem ao invés de dizerem: ‘a minha religião é melhor do que a sua’, e criam um mercado de alimentação saudável? Isso não significa fazer uma boa ação? Se os seus fiéis viverem mais, vocês não ganhariam mais dinheiro?”, criticou Ron Finley.

O que acontece quando você se transforma ao aprofundar sua conexão com a natureza? O que acontece quando você transforma sua comunidade ao reunir seus vizinhos em torno de uma meta em comum, fornecendo algo de imenso valor para todos? O que acontece quando um país de comunidades transformadas percebe que seu mundo não tem as fronteiras e limites impostos a nós por sistemas corruptos?

O ciclo de quatro anos dos mandatos presidenciais são muito mais eficientes em sugar a energia construtiva de pessoas motivadas do que em promover mudanças significativas em nossas vidas, comunidades, e nação como um todo.

Já é hora de tentar uma alternativa bem mais eficiente e recompensadora. Vamos suplantar o sistema, e transformar nossa saúde e nossas comunidades nesse processo.”

“Eu não preciso de vales-alimentação, pois toda a cada estação eu tenho safras de novas plantas”, diz a letra da música abaixo e é o que defende o autor deste artigo, Alex Pietrowski – e nós assinamos embaixo.

Waking Times

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