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Petrolato faz mal? Saiba tudo sobre a ‘maquiagem de cabelo’

Petrolato é um componente presente em grande parte dos produtos para cabelos.

Andreza Almeida Publicado: 26/08/2020 11:59 | Atualizado: 26/08/2020 12:27

Petrolato é um componente presente em grande parte dos produtos para cabelos, como máscaras, condicionadores e cremes para pentear. Porém, ele não penetra nos fios. Ao ser acumulando na superfície, produz um efeito de maquiagem. Por isso, é muito importante fazer a limpeza. Entenda a seguir.

 

Afinal, o que é o petrolato?

Você pode não conhecê-lo como esse nome, mas com certeza já o encontrou em algum rótulo através dos seguintes ingredientes:

  • Petrolatum,
  • Petroleum Jelly,
  • Paraffin,
  • Paraffinum Liquidum,
  • Mineral Oil
  • e Microcrystalline Wax.

Sim, ele é popularmente conhecido como parafina, parafina líquida e óleo mineral, esses são alguns tipos comuns de petrolato. Vale dizer que a vaselina também entra nesse time.

Derivado do petróleo, é um ingrediente de baixo custo que pode ser aplicado não só em produtos capilares, mas também em cosméticos para a pele e em medicamentos.

É utilizado no cabelo para prover uma melhor modelagem e minimizar os riscos de agressões térmicas causadas pelo sol.

Parafina líquida encontrada entre os ingredientes do creme para pentear “Violet”, da Salon Opus.

 

Como o petrolato age nos fios?

O petrolato é um componente apolar (quando não há diferença de eletronegatividade entre os átomos). Já que os fios são ligeiramente polares em seu interior (ocorrendo um deslocamento de carga), ele tende a permanecer na superfície do cabelo.

Em termos técnicos, um átomo tem de atrair para si o par eletrônico que ele compartilha com outro átomo em uma ligação covalente. É o que acontece entre o componente apolar do petrolato e a característica polar dos fios. Um atrai o outro.

Por isso é considerado uma “maquiagem”, já que não penetra no fio, agindo somente superficialmente, impedindo a perda de hidratação natural do cabelo e outros danos que as madeixas possam sofrer.

Além disso, por ser mais hidrofóbico que outros tipos de óleos vegetais, o petrolato é mais eficiente que esses produtos para prevenir a perda de umidade dos fios.

 

Afinal, petrolato faz bem ou faz mal ao cabelo?

Apesar de ser útil para prevenir danos aos cabelos, o petrolato tem alto potencial para o build-up, termo utilizado para descrever o acúmulo de produtos sobre os fios.

Outro ponto negativo é que por sua característica hidrofóbica, o petrolato também apresenta maior dificuldade para ser removido dos fios, além de ser um produto que causa alergias em muitas pessoas.

Do mesmo modo, o uso do petrolato tem um alto impacto ambiental. Essa substância leva dezenas de anos para desaparecer do meio ambiente, matando a vegetação e microrganismos. Apenas 1 litro de óleo mineral, pode contaminar 1 milhão de litros de água, comprometendo sua oxigenação.

Vale ressaltar que, por se acumular no cabelo, é necessário utilizar ingredientes mais agressivos para retirá-lo. Isso pode danificar ainda mais os fios quando feito de forma rotineira.

Basicamente, ele funciona como a maquiagem para pele (que muitas vezes contém petróleo entre seus ingredientes). Pode até ficar bonito, mas é preciso fazer a limpeza! Por isso, vamos te ensinar como limpar os seus fios.

 

Como limpar o petrolato do cabelo?

  • Use shampoos com sulfato

O petrolato pode ser retirado dos fios ao se utilizar um shampoo com sulfato ou do tipo antirresíduos. Esses shampoos costumam ser mais agressivos aos fios, por isso, é necessário utilizá-los com moderação.

Assim como os shampoos com sulfato, o bicarbonato de sódio é um excelente aliado para limpar os fios. Inclusive, é menos prejudicial ao cabelo do que o anti-resíduo e tem a mesma função de limpeza mais pesada.

Com seu pH alcalino, o bicarbonato vai abrir as cutículas capilares e eliminar a sujeira desde de dentro do fio. Dissolva uma a duas colheres (sopa) de bicarbonato em 300 ml de água. Espalhe a mistura pelos cabelos, por todo o couro cabeludo, massageando. Em seguida, enxágue com água abundante. Faça isso a cada 15 dias.

Importante: quem tem cabelo descolorido deve ficar longe do bicarbonato. Ele abre muito a fibra do cabelo, retira o pigmento e pode detonar os fios mais danificados.

 

Como evitar o petrolato?

  • Procure por produtos livres de petrolato

Essa é a dica óbvia, mas importante. Quando for comprar um produto para cabelo, veja os ingredientes e fuja dos que tenham Petrolatum, Petroleum Jelly, Paraffin, Paraffinum Liquidum, Mineral Oil e Microcrystalline Wax.

Vale dizer que os produtos sem petrolato são mais caros, porém, se você quiser manter a saúde do seus fios a longo prazo, é melhor apostar neles.

  • Para lavagens rotineiras, use shampoos que contenham ingredientes menos agressivos

Já que você não estará mais usando produtos com petrolato, é possível abolir os surfactantes fortes dos seus shampoos (componentes hidrofílicos), que causam alergias e aquela espuma horrível nos rios. Exemplo: Lauril Sulfato de Sódio e Lauril Sulfato de Amônio.

Sendo assim, busque por ingredientes como a Betaína Cocamidopropyl e o Sulfossuccinato de Sódio de Dioctilo, que realizam uma limpeza sem retirar a proteção natural do cabelo.

  • No lugar do condicionador, use vinagre

Além de ser totalmente amigável ao meio ambiente, o vinagre com seu pH ácido, em torno de 3, vai fechar as cutículas do cabelo e funcionar como um condicionador ou máscara de tratamento.

Dissolva duas colheres (sopa) de vinagre de maçã em 300 ml de água morna. Despeje a mistura por todo o cabelo, massageando devagar. Em seguida, exagere na água para enxaguar.

Em teste para o SOS, a redatora relatou que funciona, mas o cheiro não foi dos melhores; ela resolveu enxaguando com água abundante e perfume.

 

O petrolato tem suas vantagens e desvantagens. Por isso, faça um uso consciente e não se esqueça de realizar uma limpeza eficiente desse ingrediente para evitar o seu acúmulo e consequente danos aos fios.

Fonte(s): Citerseerx, Rassrosh, Google Livros, Essential Nutrition, Cosmética em Foco, Cosmética em Foco (2), Estadão, Ecycle, Arbo de vivo
Andreza Almeida
Bióloga que trocou a vida na academia pelo home office. Hoje é redatora, mãe e entusiasta das mídias sociais.

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