Para que serve o Dia do Sexo?
Era uma vez um pobre lenhador que levava sua vida rotineira nas montanhas do Alasca. Todos os dias, bem cedo, saía com seu machado para derrubar árvores imensas e, delas, fazer lenha. Com os viajantes solitários que por lá passavam, a caminho de minas de ouro, ele trocava a lenha por gordas pepitas do vil metal e, assim, fazia o seu modesto pé de meia. Nada quebrava a rotina desse lenhador, a não ser por um dia do ano. Era quando começava o degelo das montanhas e o rio, antes congelado, voltava a fluir. Nesse dia, o lenhador pegava seu bote e remava até a vila mais próxima, onde lhe aguardava o calor generoso das mulheres da vida. Era sempre 6 de setembro que, por conta desse efêmero e único prazer anual do lenhador, foi instituído como o dia do sexo.
Assim, o dia do sexo é comemorado entre aqueles que o praticam apenas uma vez por ano.
- É para o senhor que mora no apartamento em cima da padaria e que, nesse dia, meticulosamente, começa a se preparar para um encontro à noite, torrando suas economias anuais.
- É para o casal cujo o casamento, de mais de 30 anos, entrou em depressão quase irreversível.
- É para a moça bem comportada, que estuda e trabalha, e não tem tempo para “essas coisas”, a não ser nesse dia.
- É para o tímido, cujos amigos se unem nessa data especial para finalmente conseguir empurrá-la aos braços de uma donzela, que oferece seus serviços a preços módicos.
Mas para todos os outros, supostamente a grande maioria, para que serve o dia do sexo? Talvez seja para ser comemorado de forma inversa: abstinência total. Afinal, sexo é para ser praticado, regularmente, uma vez por semana, ou duas, ou cinco ou quinze — sobretudo para aqueles mais afortunados.
Ou será que essa data serve para consagrar o sexo solitário, aquele em que prevalecem as fantasias sobre a realidade? Há ainda a possibilidade de ser um dia para os criadores de gado promoverem a procriação de seus rebanhos.
Espertos foram os sábios de uma certa igreja protestante de Tampa, nos Estados Unidos — a Relevant Church. Foi lançado, nessa data, o “Desafio do Sexo”, em que casais são convocados a transar diariamente pelos próximos 30 dias.
Seja o que for, declaro não ser adepto do dia do sexo. A única coisa que espero é que, como todos os dias, eu seja agraciado, mais uma vez e sempre, pela cálida generosidade feminina.
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