A ONU divulgou no último dia 06 um relatório da Plataforma Intergovernamental de PolÃticas CientÃficas sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistêmicos (IPBES). O conteúdo do relatório foi discutido e aprovado na reunião anual do IPBES, realizada em Paris, de 29 de abril a 04 de maio; e ele basicamente confirma que a natureza está morrendo mais depressa do que se imaginava.
Nos últimos três anos, 145 cientistas de 50 paÃses diferentes estiveram diretamente envolvidos na produção do material e outros 310 especialistas deram contribuições adicionais à s pesquisas. Cerca de 15 mil referências cientÃficas e fontes governamentais foram estudadas para analisar o impacto que o desenvolvimento econômico das últimas 5 décadas teve no meio ambiente.
A pesquisa é a primeira a avaliar em tão larga escala e de maneira tão profunda tais impactos e a conclusão não é animadora: um milhão de espécies animais e vegetais estão ameaçadas de extinção, o que deve ocorrer já nas próximas décadas, caso nada seja feito. Os pesquisadores destacaram algumas causas para essa situação sem precedentes. Abaixo, os dados mais impactantes:
- 75% ambiente da Terra e cerca de 66% do ambiente marinho foram significativamente modificados pela ação humana (nas reservas indÃgenas ou comunidades locais as tendências de modificação são menos severas);
- Mais de 1/3 da superfÃcie terrestre do mundo e quase 75% dos recursos de água doce são agora para agricultura ou pecuária;
- O valor da produção agrÃcola aumentou em cerca de 300% desde 1970, a colheita de madeira bruta aumentou em 45% e cerca de 60 bilhões de toneladas de recursos renováveis ​​e não renováveis ​​estão sendo extraÃdos a cada ano em todo o mundo – uma quantia que quase dobrou desde 1980;
- A degradação do solo reduziu a produtividade de toda a superfÃcie terrestre do mundo em 23%;
- Em 2015, 33% dos estoques de peixes marinhos foram explorados em nÃveis insustentáveis; 60% estavam no nÃvel máximo de pesca sustentável e apenas 7% em um nÃvel abaixo do estimado como sustentável;
- As áreas urbanas mais do que dobraram desde 1992;
- A poluição plástica aumentou 10 vezes desde 1980; cerca de 300-400 milhões de toneladas de metais pesados, solventes, resÃduos tóxicos e outros resÃduos de instalações industriais são despejados nas águas do mundo todos os anos.
Os especialistas afirmam que todo esse cenário catastrófico é consequência direta da atividade humana e representa ameaça real e direta ao bem estar da humanidade em todos os lugares do mundo. O que fazer, então, para melhorar esse cenário?
De forma prática, nós, enquanto sociedade civil e de maneira coletiva, precisamos pressionar as autoridades para que polÃticas públicas de preservação e recuperação ambiental sejam adotadas; inclusive cobrando o cumprimentos das metas dos Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável, traçados pela ONU. Mas há também pequenas ações que podemos realizar individualmente:
- Consumir de maneira consciente (vale para tudo: água, energia, alimentos, roupas, cosméticos, dentre outros);
- Diminuir o consumo de carne vermelha;
- Evitar o uso de automóveis sempre que possÃvel;
- Dar preferência para produtos ecológicos e biodegradáveis;
- Sempre separar o lixo orgânicos dos recicláveis e, quando viável, realizar processos de reciclagem e compostagem em casa;
- Preferir alimentos de pequenos produtores;
- Diminuir ao máximo o uso de plástico no dia a dia;
- Ter ciência de que é nossa responsabilidade garantir a preservação do meio ambiente – isso inclui nós, seres humanos.