O Mel pode não ser tão saudável quanto pensávamos, diz estudo
Sabe quando você começava a ficar gripado e a sua vó já vinha com aqueles pacotinhos de mel? Era o começo de uma longa semana comendo tudo com mel: banana com mel, leite com mel, arroz e feijão com mel…não, pera.
Mas será que isso era realmente uma boa escolha?
Bem, vovó estava meio certa, pois o mel tem benefícios indiscutíveis para a saúde. Ele aumenta a imunidade, melhora a digestão, alivia a prisão de ventre e ainda pode servir até mesmo como calmante e oxidante. Praticamente um herói dos doentes e oprimidos, certo?
Segundo e este estudo, realizado pela nutricionista Dra. Susan K. Raatz, do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos, o puro néctar das abelhinhas não é tudo isso não, principalmente se a ideia for manter um corpinho saudável até os 60.
Como assim?
Este estudo, que foi publicado no Journal of Nutrition, aponta que o mel não tem muita vantagem em termos de saúde do que outros produtos adoçantes, como o xarope de milho de alta frutose e o açúcar refinado, por exemplo.
Para realizar os testes, os pesquisadores deram doses diárias dos três produtos: mel, açúcar e xarope de milho de alta frutose para 55 participantes por duas semanas. Depois, eles compararam as medidas de açúcar no sangue de cada um, assim como a insulina, o peso, o colesterol e a pressão sanguínea.
Eles descobriram que os três tipos de adoçante tiveram o mesmo impacto, e pouco mudou entre um e outro. No entanto, todos aumentaram o risco de doenças cardíacas nos participantes.
Mas como pode? É mel!
A Dra. Raatz explica:
“O mel é considerado mais natural, enquanto o açúcar de mesa e o xarope de milho de alta frutose são processados a partir da cana, da beterraba ou do milho. Nós queríamos saber se eles eram diferentes, mas quimicamente eles são praticamente iguais.”
O xarope de milho de alta frutose, por exemplo, foi muito criticado por fazer mal à saúde, e seu consumo caiu muito, principalmente nos EUA, onde é muito usado como adoçante.
No entanto, de acordo com o site da Mayo Clinic, não há nenhum tipo de evidência que prove que ele seja pior para a saúde do que outros adoçantes.
É tudo culpa da frutose
Sim, você leu certo. De acordo com alguns estudos, há incertezas sobre como o corpo metaboliza a frutose, que é o açúcar muito presente no mel, e ele pode sim fazer mal para você. De acordo com o site do Dr. Drauzio Varella, até mais do que a própria glicose, apontada sempre como vilã das dietas.
A frutose pode aumentar o risco de diabetes pois é metabolizada primeiro no fígado, desenvolvendo um excesso de insulina produzida pelo pâncreas, e afetando sua atividade. Esse aumento da insulina e da glicose no sangue pode causar a tão temida doença.
Porém, isso não quer dizer que o xarope de milho de alta frutose seja mais nocivo que o xarope de milho e o açúcar refinado para sua saúde. Inclusive, o nome engana, pois ele nem tem tanta quantidade do açúcar assim.
Segundo Raatz, foi um grande erro colocar esse tipo de detalhe no nome do produto.
“Um adoçante é um adoçante, não importa de onde ele vem”, disse a especialista.
Mas então, eu não posso comer mel nunca mais?
Segundo a especialista, pode, mas em pequena quantidade, afinal tudo que é demais faz mal, né? Fato é que o mel é importante na alimentação, e deve ser consumido de maneira correta.
Ah sim! De acordo com a Anvisa, ele nunca deve ser utilizado na alimentação de crianças com menos de 1 ano de idade, pois uma bactéria presente no mel, a Clostridium Botulinum, pode causar uma doença chamada botulismo intestinal.
No entanto, essa bactéria não faz nada com os adultos, e o mel até ajuda a resolver aquelas briguinhas com seu intestino. Então, não vá sair matando abelhinhas por aí, ok? É só comer com moderação!
Washington Post, Journal of Nutrition, Mayo Clinic, Drauzio Varella, Anvisa