O Cabelo feminino de 2016 – O Poder Afro!
Chega de chapinha! A palavra do ano é E-M-P-O-D-E-R-A-M-E-N-T-O, um movimento que quebra com todos os esteriótipos e celebra a mulher como ela é, dos pés à cabeça, ou melhor, dos pés aos cabelos.
E o que isso significa?
Significa assumir as raízes, literalmente!
Remar contra a ditadura do fio liso não é novidade, mas a batalha ganha fôlego e mais adeptas a cada ano. Tanto no Brasil quanto na gringa, muitas celebridades já deram seu grito de liberdade capilar e arrasam com os cachos afro há tempos.
O mundo (finalmente) aderindo!
Sheron Menezes, Taís Araújo, Mel B, Janet Jackson, Beyoncé e a irmã, Solange, Rihanna, Willow Smith, são apenas alguns exemplos de guerreiras cacheadas. Cada uma com sua textura, cada uma com sua beleza.
Há também uma enxurrada de it girls botando os cachos pra jogo. No Instagram, por exemplo, é possível encontrar centenas de perfis inspiracionais. No Pinterest, vários boards são dedicados a dicas e truques para cuidar dos cabelos afro e, no Facebook, sobram grupos de ajuda para quem já arrasa nos cachos, quem ainda está chegando lá e até para quem ainda não tomou coragem.
Um dos fatores que unem as hoje cacheadas é o histórico de preconceito. Muitas delas partilham do mesmo passado: seus cabelos eram alisados para atenuar as marcas raciais e, assim, atenuar o racismo.
A decisão do grande corte
Foi o que aconteceu com a cabeleireira Paula Breder. Refém de alisantes e relaxantes por mais de meia década, a maranhense deu seu grito de liberdade há 4 anos, quando finalmente decidiu assumir os cachos.
A ansiedade era tanta que ela nem esperou o cabelo crescer: com apenas dois meses sem química, fez o “big chop”, ou o “grande corte”, que é o ato de cortar os cabelos bem curtinhos para se livrar de alguma química forte, deixando somente o cabelo natural e sem ter que se preocupar com a raiz com textura diferente do comprimento.
O resultado?
– A cabeleireira Paula Breder antes e depois da transição – Arquivo pessoal
A transição é lenta, minha amiga, MUITO lenta
Esse é o primeiro passo para conseguir o cacho dos sonhos, e o mais difícil também, segundo as cacheadas. Para recuperar os cachos, é preciso deixar de aplicar produtos químicos para que o cabelo natural volte a crescer, ou seja, nada de alisamentos, escovas definitivas ou relaxamentos.
“A mídia pensa que a gente faz isso por modinha, mas não é verdade. Uma transição demora de 9 meses a 1 ano, às vezes mais, e a autoestima fica muito baixa durante esse período. A gente não sabe mais como nosso cabelo é. Passamos por essa turbulência para resgatar nossa identidade, para olharmos no espelho e nos reconhecer como negras, mulatas e termos orgulho”, explica Breder.
Para a carioca Thayná Trindade, 27 anos, o momento da transição foi tão decisivo que teve data marcada: dia 31 de dezembro de 2008.
Após passar a adolescência relaxando os cabelos, a estudante também decidiu pelo “big chop”, e cortou as longas madeixas para que crescessem de forma natural. Hoje, Thayná não tem medo de inovar.
“Depois do big chop, fiquei sem cortar os cabelos até 2014, e eles cresceram muito. Já usei tranças de todas as cores e materiais, já usei dreads, nagô, e agora estou com um alongamento de cabelo crespo, com uma técnica que não agride os fios”, revela.
– Thayná durante a transição – Arquivo pessoal
Cachos naturais ou permanente afro?
Para Breder, o ideal seria manter os cabelos naturais, e encontrar a melhor forma de mantê-los hidratados e saudáveis.
“Quem cacheia os cabelos artificialmente sofre do mesmo problema de quem alisa: a dependência da química. Todo cabelo tem definição, basta encontrar a forma certa de tratá-lo”, ensina Breder, que tem sua própria linha de produtos naturais para cuidar dos cachos.
E para você, que curtiu as dicas, mas ainda não sabe se larga o formol, inspire-se nos looks que separamos e se enrosque nos cachos, sua linda!