Ledo engano quem acha que substituir o açúcar convencional por adoçantes é uma boa forma de manter a dieta em dia. Já havÃamos publicado que adoçante artificiais não ajudam a emagrecer e ainda podem aumentar nosso desejo de comer uma coisinha fora de hora.
Porém, novos estudos apontam que esses adoçantes não fazem mal apenas para quem quer manter o peso, eles podem trazer sérios riscos à saúde de qualquer pessoa.

Para a nova pesquisa, publicada no site cientÃfico CMAJ, os pesquisadores levantaram cerca de 11 mil estudos sobre os efeitos dos adoçantes, sejam os artificiais como aspartame e o sucralose, quanto os naturais, como a stevia. Desses estudos, foram escolhidos 37 para serem analisados com mais afinco.
Sete estudos apontaram que o consumo desses adoçantes não fizeram muita diferença na vida de quem o consumia – as cobaias não engordaram, mas também não emagreceram.
Entretanto, os outros 30 estudos analisados apontaram que os consumidores desses adoçantes de baixa calorias eram mais suscetÃveis à obesidade, diabetes e problemas cardiovasculares, como pressão alta e acidente vascular cerebral (AVC).
É bom ressaltar que os estudos no qual a pesquisa foi baseada ainda não levam em conta o consumo real dos adoçantes, que podem estar presentes em outros alimentos também, e embora haja uma associação com as doenças citadas, a medicina ainda não é capaz de determinar os reais motivos desses resultados.
“Não há provas claras para o benefÃcio dos adoçantes artificiais, existe um potencial que eles tenham um impacto negativo, mas precisamos de mais pesquisas para descobrir com certeza”, disse Meghan Azad, epidemiologista da Universidade de Manitoba em entrevista ao site STAT News.
A opinião dos especialistas
A endocrinologista pediátrica Dr. Kristina Rother, disse ao site Mashable que a pesquisa é um trabalho muito importante pois fortalece a necessidade de estudos mais elaborados sobre os adoçantes, afinal eles estão em quase todos os alimentos do supermercado.
“Este produto está em toda parte. Isso é algo que afeta bebês, crianças, adultos e pessoas idosas. Isso realmente afeta todos. Precisamos saber o que os adoçantes artificiais fazem”. – disse ela ao site STAT.
A cientista de Nutrição da Universidade George Washington, Allison Sylvetsky, concorda com Rother e sugere que os novos estudos foquem não apenas no fator do peso corporal, mas também em outros campos referentes à saúde.
“Eu acho que o principal a se pensar é que realmente precisamos de mais compreensão do que poderia estar acontecendo fisiologicamente. Gostaria de ver ensaios clÃnicos que se concentram em marcadores de saúde, além do peso corporal, incluindo lipÃdios, nÃveis de insulina e marcadores inflamatórios.” – revela a profissional.