Há algum tempo publicamos um artigo sobre estudos cientÃficos que apontavam alguns benefÃcios das drogas psicodélicas.
Nessa onda de abrir a mente para substâncias que podem ajudar a humanidade, pesquisadores da Austrália divulgaram como esses alucinógenos poderiam melhorar nossa saúde mental.

De acordo o estudo, feito pela Universidade de Adelaide, na Austrália, e publicado no site cientÃfico Neurocience of Consciousness, o uso das drogas psicodélicas como cogumelos, por exemplo, podem induzir um estado de consciência bastante benéfico, conhecido como “dissolução do Ego“.
Self e Ego, segundo a psicologia
Antes de entrar nos detalhes do experimento, precisamos falar sobre dois termos dos nossos aspectos psicológicos, o Self e o Ego. Ambos representam a maneira como nos identificamos como ser humano. Seja nossos gostos, experiências, maneiras de analisarmos as situações e etc. O Ego, que você com certeza já ouviu falar, está contido dentro do Self.
O Ego representa nosso centro decisório pautado nas aspirações puramente pessoais conduzindo-nos sempre pelo campo rasteiro dos interesses imediatos, ou seja, engloba apenas nosso lado superficial. Mas é assim que normalmente entendemos a vida.
O Self é mais amplo pois abrange também nosso inconsciente, ou seja, ele revela quem somos de forma genuÃna, independente de nosso querer e nossos conceitos já estabelecidos. Pode ser entendido como a manifestação de nosso Eu superior, que nos capacitará à conquista da transpessoalidade à integração de todos os nossos potenciais que ainda estão por se desenvolver.
A confusão mental: Quando o Ego ganha status de Self
A grande confusão que atrapalha nossa saúde mental diz respeito a exatamente esses dois termos. A nossa tendência é usar como base para nosso Self – aquilo que deveria ser genuÃno e natural – as percepções captadas pelo Ego, por isso acabamos tendo como modelo de comportamento psÃquico as caracterÃsticas que podem ter sido influenciadas por superficialidades, como nossos quereres imediatos e até nossos conceitos pré-moldados.
Ao usarmos o Ego como base, o potencial real do Self simplesmente não existe, como resultado entendemos a vida de maneira limitada, não enxergamos novas perspectivas, ou seja, tudo acaba centrado no que o “Eu inferior” deseja.
Tchau, Ego!
De acordo com o estudo, as drogas psicodélicas tem esse poder de dissolver do Ego, ou seja, o efeito da substância transforma o modelo superficial de enxergar o mundo, ao mesmo tempo que limpa esses padrões que o Self absorveu, devolvendo as caracterÃsticas genuÃnas da nossa persona.
O contato com esse inconsciente que os psicodélicos proporcionam, fortalece o Self com informações novas, perspectivas que antes nunca foram pensadas – pois estava sendo “comandado” pelo ego – começam a surgir.
Inclusive podemos ver um exemplo dessa teoria fazendo uma analogia com o livro “Alice no PaÃs das Maravilhas“, de 1865, onde após ser questionada pela Lagarta – “Quem és tu?” – Alice, que já não sabe quem realmente é (sua construção de Self está abalada), é aconselhada a comer um cogumelo.
“Um lado fará você diminuir e outro fará você crescer” – diz a Lagarta, ilustrando bem a relação entre Ego e Self.
“Um lado fará você crescer e o outro lado fará você diminuir.”
E assim como a personagem de Lewis Carrol se deparou com um mundo totalmente novo e deixou de ser a menina que estava acostuma a ser, segundo os cientistas, essa dissolução do Ego e o fortalecimento do Self pode realmente mudar a maneira como uma pessoa se vê e encara a vida.
Nessa “viagem”, as barreiras do Ego vão por água abaixo, sua consciência fica livre para perceber o mundo com outros olhos.
Justamente para uma saúde mental aprimorada, a ciência está estudando os efeitos dessas substâncias psicodélicas. Nada que nossos ancestrais já não soubessem, é claro.
Tchau, Ego!
Vale dizer que para alcançar a dissolução do Ego, você não precisa necessariamente recorrer à s drogas alucinógenas. Com exercÃcios de meditação, por exemplo, é possÃvel alcançar os mesmos resultados (ou muito melhores).
O SOS não faz apologia ao uso de drogas, todas as substâncias dos estudos foram testadas em laboratório, com aval médico e do governo.