Quem viu Matrix, a épica trilogia das irmãs Wachowski, ficou chocado com a possibilidade de ‘baixar’ conhecimento no seu cérebro.
No filme, Neo, personagem de Keanu Reeves, “aprende” técnicas marciais com as quais nunca tinha tido contato, com uma simples “atualização de sistema”.
Quase duas décadas depois, cientistas descobriram uma maneira de estimular o cérebro a aprender uma nova habilidade muito mais rapidamente do que o normal.
O estudo, publicado no site cientÃfico Frontiers in Human Neuroscience, comprovou a eficácia da nova descoberta fazendo pessoas que nunca pilotaram um avião concluÃrem a tarefa em pouco tempo, com maestria. Mas calma, os testes foram realizados em um simulador de voo.
A Pesquisa
Os pesquisadores, do HRL Laboratories, escolheram a simulação de pilotar uma aeronave pois, segundo os especialistas, essa habilidade mistura o sistema cognitivo e motor. Ou seja, é capaz de desenvolver simultaneamente o corpo e a mente.
Segundo o The Mirror, os pesquisadores mapearam as áreas do cérebro ativadas em pilotos veteranos, pilotando uma aeronave (em um simulador). Então, replicaram o estÃmulo nessas áreas especÃficas em pessoas que nunca haviam tido contato com a habilidade, trazendo para a ciência um resultado muito positivo.
Como funciona
Utilizando gel condutor, uma espécie de capuz cheio de eletrodos é colocado na cabeça da pessoa, em contato com o couro cabeludo.
O capuz trabalha de três formas: medindo o fluxo sanguÃneo, o potencial elétrico do couro cabeludo e estimulando as áreas especÃficas necessárias à aprendizagem. Após mapear o cérebro dos veteranos, os estÃmulos eram feitos nas áreas corretas enquanto o novato aprendia a pilotar a aeronave, de acordo com The Telegraph.
Uma nova habilidade pode demorar semanas para se consolidar no cérebro; o estÃmulo funcionou como um impulso para acelerar o processo de aprendizagem.
Resultados
De acordo com The Independent, 32 pessoas que nunca haviam tido contato com pilotagem de aviões foram testadas, enquanto 6 pilotos profissionais foram estudados. O grupo estimulado realizou a tarefa 33% melhor do que o grupo que não recebeu o estimulo.
Segundo Matthew Phillips, do laboratório HRL:
“É possÃvel que a estimulação do cérebro seja implementada para aulas de direção, preparação para o SAT (exame tipo ‘vestibular’ americano) e para aprender idiomas.”
Além disso, o profissional revela que a descoberta pode ainda beneficiar pessoas que tiveram dano cerebral.
Coisa do passado
Segundo o site Breitbart, o método em si é bastante antigo, já utilizado pelos egÃpcios, há 4000 anos. Eles usavam peixes elétricos para estimular o cérebro e reduzir a dor. Outro exemplo de adepto da prática é Benjamin Franklin, que aplicava correntes elétricas à sua cabeça.
A pesquisa cientÃfica, no entanto, começou no inÃcio do segundo milênio e visa mapear e personalizar o estÃmulo da maneira mais eficaz possÃvel.