• Colabore!
  • Sobre nós
  • Contato

Atitude Coletiva

chevron_left
chevron_right

Necessidade de chamar a atenção pode ser sintoma de um transtorno sério

Aquela pessoa exibida pode estar precisando de ajuda terapêutica.

C. Bomfim Publicado: 13/03/2020 11:23 | Atualizado: 13/03/2020 11:27

Não há almoço de família, festa de amigos ou reunião de trabalho que não tenha uma criatura exibida, que faz de tudo para conquistar as pessoas.

Seja aquele pessoa que transforma todo assunto nela mesma, aquele tio “do pavê” sem noção, o amigo que muda de personalidade como troca de roupa ou um funcionário escandaloso, sempre esbarramos com quem não consegue entrar numa roda de conversa e ficar de boa ou muito menos chegar a um evento sem ser notado.

Pessoas que fazem tudo para agradar, que são capazes até de inventar histórias ou dar escândalos para chamar a atenção. Chatos? Nem sempre. Algumas podem ser portadoras de um sério transtorno de personalidade.

 

O transtorno

Gente assim que está sempre dando um jeito de chamar a atenção – seja pelo comportamento, aparência ou fala – pode ter o Transtorno da Personalidade Histriônica (TPH), um tipo de disfunção da personalidade que rege um padrão de pensar, sentir e se comportar.

Pessoas com esse problema – que surge entre a adolescência e a vida adulta, costumam ser dramáticas, teatrais (histrio, do latim, quer dizer ator), sedutoras e bastante instáveis, já que podem mudar de opinião rapidamente para agradar alguém.

A profunda carência de atenção e aprovação pelo outro ainda podem levá-los a um comportamento volúvel e superficial, podendo chegar até a ameaças de suicídio em casos mais graves.

Mmm.. Cebola

Mas cuidado, não é qualquer “Aparecidinho da Silva” que tem esse transtorno.

 

Quem tem o transtorno

Para muitos é só um “modo de ser” e o que vai diferenciar uma característica pessoal de uma questão patológica são os problemas que essa condição pode trazer ao sujeito. Como a angustia por não ser o centro das atenções e as atitudes, muitas vezes inconsequentes, tomadas por essas pessoas para ficarem sempre em evidência.

As dificuldade de convívio social de quem costumeiramente se sai como o “chato da festa” e o fato de não conseguir agir de outra forma também costumam trazer sofrimento e até quadros de depressão.

E olha só, esse tipo de transtorno não é nada novo. O termo histeria, exaustivamente observado no inicio do século XX por Freud e outros estudiosos, caiu em desuso e, com seu conjunto de sintomas subdividido, deu origem a outros quadros clínicos como o transtorno histriônico atual.

Sigmund Freud

O diagnóstico de TPH dado por psicólogos e psiquiatras tem sua definição sintomática registrada nos grandes e universais catálogos de doenças que padronizam os critérios de avaliação utilizados por esses profissionais.

Transtorno da personalidade histriônica / DSM-V

Um padrão de emoção e busca de atenção excessiva. As pessoas com transtorno de personalidade histriônica podem se sentir desconfortáveis ​​quando não são o centro das atenções, podem usar a aparência física para chamar a atenção para si e apresentar emoções que mudam rapidamente ou são exageradas. (descrição contida no DSM-V)

F60.4 – Transtorno da personalidade histriônica / CID-10

Transtorno de personalidade caracterizado por afetividade superficial e instável, auto-dramatização, teatralidade, expressão exagerada de emoções, sugestionabilidade, egocentrismo, autocomplacência, falta de consideração pelos outros, sensibilidade extrema e busca contínua por apreço, excitação e atenção. (definição dada pelo CID-10)

O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais” ou DSM-V, é voltado exclusivamente a saúde mental e foi criado pela psiquiatria americana (American Psychiatric Association – APA), está em sua quinta versão; a “Classificação Internacional de Doenças” ou CID-10, abrange tanto doenças físicas como mentais e foi desenvolvido pela OMS (Organização Mundial da Saúde), está sua décima atualização.

 

O tratamento

O tratamento para esse tipo de transtorno raramente requer medicamentos (só quando há acúmulo de outras disfunções) e se baseia essencialmente em psicoterapias.

A psicanálise, por exemplo, pode auxiliar esses pacientes trazendo maior clareza a seus sentimentos e hábitos. Algo como uma “autocorreção pelo autoconhecimento”, uma forma de possibilitar que o sentimento ligado à representação traumática possa sair através da fala em processos associativos ou conscientes ou seja, a via régia da psicanálise: Recordar, repetir e elaborar.

Se você acha que se encaixa nesse perfil, ou conhece alguém assim, busque ajuda médica. Vale lembrara que o SUS também oferece terapia psicológica de forma gratuita (mais info aqui).

Fonte(s): Organização Mundial da Saúde (OMS), American Psychiatric Association (APA), Sigmund Freud - Recordar, Sigmund Freud - Estudos sobre a histeria
C. Bomfim
Gente que gosta de gente. Enxerga (e escuta) histórias por onde passa.

Tá na rede!

Em caso de chefe
clique aqui