Mapa do coronavírus: plataformas mostram qual é o risco da tua rua
Nesse artigo, detalharemos duas plataformas interativas que contam com um mapa do coronavírus, avaliando de maneira ágil o risco que a sua região oferece.
Com o novo coronavírus criamos algumas rotinas diferentes: lavar as mãos com muito mais frequência e eficácia, adotar o uso de álcool em gel, voltar para buscar a máscara – quem nunca? – e até mesmo dar banho nas embalagens quando chegamos do supermercado.
Na busca de prevenção, é melhor cometer excessos do que negligenciar alguns cuidados, até porque não sabemos exatamente onde há risco efetivo de contaminação.
Mas já existem algumas iniciativas que visam apontar se precisamos redobrar o sinal de alerta, de acordo com nossa localização. É o caso de dois mapas idealizados de maneira distinta, mas com a mesma finalidade: informar e alertar.
1. Mapa “Juntos contra o COVID”
Uma busca pelo endereço da sua casa e você rapidamente descobre se o risco de infecção pelo novo coronavírus é alto (pontos vermelhos), médio (pontos amarelos) ou baixo (pontos azuis).
A plataforma virtual Juntos contra o Covid, que vale para todo Brasil, faz uso de um algoritmo validado pelo Ministério da Saúde por meio da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) para calcular esse risco.
Esse cálculo é feito com base nas respostas dadas por voluntários a um pequeno questionário no site Juntos contra o Covid. Pessoas de qualquer lugar do Brasil podem responder e colaborar.
O questionário pede informações como nome, gênero biológico, endereço residencial, e-mail e faz algumas perguntas como, se a pessoa já foi vacinada contra gripe este ano, se já realizou teste para detecção do novo coronavírus, entre outras.
Além disso, a plataforma interroga se existe presença de sintomas específicos como febre, tosse, dificuldade para respirar e perda de olfato ou paladar; bem como se o respondente é portador de alguma condição considerada de risco.
A iniciativa, encabeçada por Faissal Nemer Hajar, acadêmico de Medicina da Universidade Federal do Paraná (UFPR), pede, ainda, que cada pessoa responda semanalmente o questionário, mesmo que não haja nenhum sintoma ou suspeita – isso é importante para que a plataforma mantenha-se sempre atualizada.
Acesse a plataforma aqui.
2. Mapa “LabCidade”
O mapa LabCidade, restrito a São Paulo, foi elaborado pelo Laboratório Espaço Público e Direito à Cidade, pertencente à USP. A partir da busca por algum Código de Endereçamento Postal (CEP) da região metropolitana da capital, era possível verificar a incidência de casos, óbitos e suspeitas de Covid-19.
A precisão dos dados apontados é bastante alta. Tendo em vista que as informações que alimentam o mapa eram extraídas diretamente de registros disponibilizadas pelo Ministério da Saúde por meio do DATASUS.
Entretanto, o Ministério da Saúde deixou de disponibilizar o CEP dos pacientes no DATASUS, o que impede a atualização do mapa e continuação do projeto.
Por meio do site, os responsáveis pelo LabCidade denunciaram tal ação do Ministério da Saúde:
“Essa mudança dificulta ainda mais a compreensão sobre a disseminação da pandemia no território brasileiro, limitando inclusive a formulação de estratégias adequadas para seu enfrentamento”, destacaram.
Até que a ação do Ministério da Saúde seja revertida, o mapa permanecerá sem atualizações. A última atualização foi dia 05 de junho.
Acesse a plataforma aqui.
3. Aplicativo Coronavírus-SUS
Através de informações como sintomas, o que fazer em caso de suspeita, unidades de saúde mais próximas e, recentemente, com uma nova ferramenta de notificação de exposição à infectados, o aplicativo Coronavírus – SUS, do Ministério da Saúde, é outra ferramenta que auxilia a população no combate ao Covid-19.
A tecnologia “API Exposure Notification”, desenvolvida pelo Ministério da Saúde em parceria com o Google e a Apple, já é utilizada em países como Alemanha, Itália e Uruguai. Ela permite que usuários recebam uma notificação caso tenham tido contato de 1,5 a 2 metros, por pelo menos 5 minutos, com pessoas que testaram positivo para a doença nos últimos 14 dias.
Esse mapeamento é possível pois, aqueles que possuem o aplicativo e forem diagnosticadas com o vírus, podem disponibilizar essa informação voluntariamente no Coronavírus – SUS, que alertará pessoas que tiveram contato com ela nas últimas duas semanas.
Para reportar um caso, o usuário precisa de um código de número emitido pelo Ministério da Saúde. O token é enviado após a confirmação do diagnóstico positivo do exame, feito a partir do cruzamento de dados entre a plataforma de vigilância (e-SUS Notifica) e da Rede Nacional de Dados em Saúde (RNDS).
A segurança e a privacidade de todos estão garantidas na nova ferramenta, seja de pessoas infectadas que informaram ao sistema ou daquelas que receberam uma notificação.
Toda comunicação é feita por tecnologia de bluetooth, sem a necessidade de nenhum registro como número de telefone, CPF, nome ou localização.
Se dois aparelhos com o aplicativo ficarem perto por mais de 5 minutos, em uma distância não segura, chaves criptografadas são trocadas para realizar o registro da aproximação, que poderá gerar uma notificação futura, sem que o usuário precise se cadastrar ou aceitar compartilhar sua localização, bastando ativar a função “notificação de exposição” no aplicativo.
O aplicativo está disponível para os sistemas Android e iOS.
*artigo atualizado por Junio Silva.