Em julho de 2015 não faltaram reclamações em São Paulo, quando a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) diminuiu o limite de velocidade das marginais e outras vias.

Afinal, como andar devagar poderia ajudar a chegar em casa mais rápido? Com base em um estudo norte-americano, a revista Superinteressante publicou uma matéria para explicar esse pequeno “fenômeno”, que, na verdade, é bem simples.
Além dos estudos, dados da prefeitura, divulgados pelo jornal O Estado de S. Paulo, indicaram que o congestionamento nessas vias teve um queda bastante relevante (cerca de 10%). Não é feitiçaria, é apenas física. Veja três motivos simples.
1. Sem acidentes, sem trânsito
O mais óbvio, e por isso não vamos nos estender. Quanto menor a velocidade, menos acidentes, logo, menos trânsito. Um levantamento da CET identificou uma diminuição agressiva nesse quesito, o número de acidentes com vítimas nas marginais caiu 36% em relação ao mesmo período do ano anterior, segundo o portal G1.
2. Dois corpos não ocupam o mesmo lugar
Uma das primeiras pesquisas sobre o assunto é do Departamento de Planejamento de Helsinki, na Finlândia. “A capacidade de uma pista depende dos intervalos entre os veículos. Quando a velocidade dos primeiros carros é baixa, os veículos de trás tendem a manter uma distância menor deles”, segundo o estudo.
Logo, eles concluíram que passam muitos mais carros por hora quando a velocidade está a 35 km/h, do que a 60 km/h.
3. Teoria do arroz no funil
Esse intervalo, citado no item anterior, se refere ao fluxo de veículos, que muda completamente com a diminuição da velocidade. A explicação está em um vídeo publicado pela página do youtube do Departamento de transporte de Washington.
Doug MacDonald, ex-secretário deste departamento, faz uma metáfora simples e muito clara: o trânsito é como grãos de arroz passando por um funil.
Vamos imaginar que o funil representa as marginais e o arroz, os carros. Quando não há limite, todos os grãos caem juntos e ‘entopem’ a saída. Por outro lado, se você jogar o arroz aos poucos, ele consegue passar tranquilamente pelo espaço.

Ou seja, quando o fluxo de veículos é alto, não adianta todos saírem correndo, pois isso irá diminuir a capacidade da avenida de escoar pelos seus “gargalos” todos esses carros ao mesmo tempo.
Vale ressaltar que a lógica se aplica apenas em avenidas que operam em capacidade máxima de trânsito.
Fontes: Superinteressante | G1 | O Estado de S. Paulo