Investidor de R$30: Especialistas dão dicas práticas para aplicar sua grana no Tesouro Direto
Aplicar dinheiro não é só coisa de gente grã-fina. Existem formas de investimento simples e de baixo valor, com ótimos resultados, como a compra de títulos do Tesouro Direto.
Deu até um arrepio de pânico? Calma, a gente está aqui para te ajudar a desvendar o mapa desse tesouro, literalmente.
O que é o Tesouro Direto?
Investir no Tesouro Direto significa emprestar seu dinheiro para o Governo Federal. Você compra um título público, por meio de uma corretora, e o dinheiro será emprestado ao governo para financiar a dívida pública.
Existem aquisições no valor de R$30, então não é nada de outro mundo. Essa grana será devolvida quando seu título vencer, junto com o lucro que terá durante o período. É (quase) tão seguro quanto a poupança, mas rende muito mais.
Então, de um jeito bem simplão, funciona assim: se a taxa de juros sobe (uma taxa básica, conhecida como Selic), ela acelera o rendimento do seu investimento (você lucra mais em cima do dinheiro que você emprestou), se ela reduz, o rendimento acaba sendo menor também.
Você pode observar detalhes sobre o Tesouro Nacional no site oficial.
Fique esperto na hora de escolher uma corretora
A fundadora do site Finanças Femininas, Carolina Ruhman Sandler, com ajuda da planejadora financeira e professora de MBA da FGV Myrian Lund, listou algumas dicas para você escolher a corretora certa que vai ajudar a investir no Tesouro Direto. Olha só:
1. Pesquise sobre instituições financeiras (as corretoras)
É como abrir uma conta em um banco. Você tem que saber para quem está confiando a administração de seu título.
Confira quais são as instituições financeiras habilitadas para atuar com o Tesouro Direto nessa lista oficial. São elas que vão intermediar a compra de títulos e transferência da grana, além de ficarem ao seu lado para darem dicas sobre o mercado.
Uma dica importante: evite fazer investimentos em bancos, procure corretoras ou assessorias especializadas (clique aqui, ou aqui para mais info).
2. Fique atento à taxa de administração
Quando você vai abrir conta em algum banco sempre sai pesquisando quais são os que cobram as taxas menores e que vão abocanhar menos as suas suadas finanças, certo? É a mesma coisa na hora de investir, revelam as especialistas.
A única taxa obrigatória no Tesouro Direto é a de custódia, que é paga para a BM&FBovespa (a bolsa de valores) e custa ao investidor 0,3% ao ano sobre o valor dos títulos.
De resto, vivemos num país livre e cada corretora cobra o quanto acha que deve para administrar seu investimento. Algumas nem cobram nada! E, de cara, essas parecem ser as melhores, aconselham as profissionais.
3. Se ligue nos gastos para transferência do dinheiro
Dependendo do banco e da administradora do título, o DOC para transferir o valor do investimento de sua conta corrente para a corretora escolhida pode sair caro demais.
Para fugir desses gastos, as especialistas indicam verificar se o teu banco não oferece alguma transação gratuita.
“Para investimentos menores pode ser melhor ficar na corretora do banco onde você já tem conta corrente. Já para valores mais altos, vale a pena procurar uma corretora independente e fugir da taxa de administração.” , explica a professora Myrian Lund.
4. O tempo que você demora para ter acesso ao dinheiro
O tempo que a instituição leva para disponibilizar o valor da venda (caso você decida vender seu título) ou o que lhe é de direito após o vencimento do título é um diferencial, não é mesmo? Afinal, quanto antes melhor!
Diversas corretoras oferecem esse serviço no mesmo dia útil, o chamado D+0. Uma dica das especialistas é procurar essas corretoras, assim você não é levado ao cansaço pela burocracia toda.
5. A comodidade da aplicação programada
Essa é uma mão na roda para quem pretende fazer investimentos regularmente. Algumas corretoras permitem o agendamento de compra e venda de títulos por meio da aplicação programada.
Uma facilidade para economizar seu tempo, né?
Então, é só isso?!
Não! As especialistas aconselham a não deixar o din-din parado na conta da corretora sem investir em nada. Então, se você já transferiu o valor do investimento fique atento para ela aplicar logo o seu dinheiro no título que você escolheu.
Caso já tenha resgatado a grana, não demore para transferir a quantia para sua conta corrente.
As corretoras só servem para intermediarem os investimentos e não para guardarem o seu dinheiro. Ao contrário dos bancos, as administradoras não têm a garantia do Fundo Garantidor de Crédito (FGC), um tipo de “seguro” de até R$ 250 mil, se as coisas darem muito errado e ela falir, por exemplo.
“É recomendado que a pessoa invista o seu dinheiro logo que transferi-lo para a corretora e, após o vencimento, reinvista o valor ou o mande de volta para a conta corrente”, explica Lund.
Por outro lado, se o teu dinheiro estiver investido e a sua corretora quebrar, falir e ir para o beleléu… tá tranquilo, garante as especialistas. Você só precisa abrir uma conta em outra instituição e pedir a transferência da custódia do seu título.
O dinheiro que você investiu está com o governo e não com a corretora. Relaxe!
Tá insatisfeito com a corretora que escolheu?
É só escolher outra e mudar! As especialistas esclarecem que o seu título fica registrado na Companhia Brasileira de Liquidação e Custódia (CBLC), então você pode levar os seus investimentos de uma corretora para outra sem custo e sem ter que fazer o resgate.
O Tesouro Direto pode ser um pouco complexo mas, além de ser bastante seguro e rentável, não um monstro de sete cabeças!