Você já deve saber que a tendência para “chegar chegando” nos bailinhos e bloquinhos carnavalescos é uma make toda trabalhada no glitter.
Mas o que muita gente não sabe é sobre a consequência sombria por trás de todo esse brilho. E não estamos falando de ficar anos limpando os resquícios purpurinados da pele.
O papo é bastante sério na verdade. O glitter é responsável por um forte e destrutivo impacto ao meio ambiente.
Essa notícia caiu como uma bomba na internet; o site especializado em ecologia Pedra Ambiental divulgou que os pós brilhantes, além de poluirem os oceanos, são responsáveis pela morte de peixes, tartarugas e outros animais marinhos.
Com o impacto na vida aquática, milhares de pessoas que dependem da pesca acabam sendo prejudicadas também, conforme revelou a publicação.
E tudo isso por conta de um brilhinho?
Para entendermos como um produto aparentemente inofensivo pode ser tão agressivo, temos que nos atentar a uma questão: o glitter é feito de quê?
O glitter e a purpurina são microplásticos, ou seja, pequenos pedaços de plásticos que não se decompõem em menos de 400 anos. Este material é o pior tipo de plástico justamente pelo seu tamanho; a tarefa de retirá-lo na natureza é quase impossível.
O microplástico absorve poluentes tóxicos do oceano, como metais pesados ou produtos químicos e posteriormente é ingerido por peixes, que são intoxicados. Caso esses animais cheguem à nossa mesa, certamente seremos intoxicados também, como informou o site especializado em sustentabilidade eCycle.
De acordo com o Nexo Jornal, o glitter, além de poder ser engolido pelos animais, também prejudica a fotossíntese das algas, fazendo com que todos os organismos marítimos sejam ameaçados.
Ou seja, depois de se esfregar muito para tirar o glitter que grudou no seu corpo, ele desce pelo ralo e se junta às 8 milhões de toneladas de plástico jogadas no oceano anualmente. Segundo o Pedra Ambiental, os microplásticos já são 85% de todo o plástico encontrado na natureza.
Vale lembrar que esse tipo de plástico não está presente apenas no glitter e na purpurina. Muitos cosméticos, em especial os esfoliantes, utilizam o material. Basta olhar no rótulo, se encontrar na composição “polyethylene” ou “polypropylene”, há microplásticos no produto.
Como brilhar sem prejudicar a natureza
É claro que o tamanho da agressão ao ambiente ocasionada pelas pessoas que só querem jogar uma purpurina por aí não é muito considerável se comparado à quantidade de detritos que grandes indústrias descartam na natureza.
Há pouco viralizou nas redes sociais versões caseiras do glitter, com materiais que também não agridam o meio ambiente. Uma delas usa gelatina como base e consiste em fazer uma espécie de folha fina do produto e triturá-la no processador, criando assim, pequenos cristais.
Nós não testamos essa dica, mas fica um questionamento: já que esse é um glitter comestível, geralmente usado em doces, será que não derrete em contato com o calor da pele? Se quiser arriscar, veja o vídeo da dica, postado pela youtuber Gabi Campos.
Glitter de Sal: não funciona
Mas o que fez sucesso mesmo foi a versão caseira feita com sal, dada como a opção mais indicada desde que toda a polêmica veio à tona.
Basta tingir com corante alimentício uma quantidade de sal na cor desejada, e depois colocar no forno ou deixar no sol para secar. Testamos e NÃO FUNCIONA!
Purpurina comestível e a vegana
Se o sal também não der certo para você, apostar em pós brilhantes de confeiteiro (veja detalhes aqui), facilmente encontrados em lojas especializadas, pode ser a melhor solução.
Outra boa ideia são os produtos orgânicos. Geralmente os glitters e purpurinas veganas são feitos de algas marinhas ou minerais naturais. Quando entram em contato com a água, voltam ao seu estado original e não agridem a natureza.
Exemplos são os glitters produzidos pelas loja Pura.Bioglitter (que vende um frasco pequeno por R$7) e Lush (que vende uma barra iluminadora com efeito glitter por R$48).
Glitter vegano da Pura.Bioglitter