O formato dos alimentos afeta o sabor, sabia? A ciência explica!
Você já sentiu que a paçoquinha de rolha é mais saborosa do que a versão quadrada? A gente sabe que são os mesmos ingredientes, mas e o gosto, será que muda?
Já sabemos que o olfato tem influência no nosso paladar, mas na verdade, todos os sentidos são importantes para a interpretação de um sabor.
Comer também é algo cultural, e com inúmeras interferências subjetivas. Para entender mais sobre isso, precisamos explorar o conceito da Neurogastronomia.
Conheça a Neurogastronomia
A Neurogastronomia é um campo de estudo pouco conhecido. Ela tem como objetivo entender como o cérebro recebe, processa e interpreta as informações sensoriais durante a alimentação.
A compreensão dessa interação entre o sistema sensorial e neurológico permite entender não apenas o que comemos, mas também como e por que comemos.
Charles Spence é o pesquisador líder nesse assunto. Segundo ele, o formato, a iluminação e até mesmo a cor da embalagem ou do utensílio em que uma comida é servida podem afetar como sentimos o gosto daquele alimento.
O caso do chocolate inglês
Cadbury é uma marca de chocolates muito tradicional no Reino Unido. Ela foi vendida para a Mondelez em 2010. Dois anos depois, os novos proprietários decidiram mudar o formato clássico da barra de chocolate.
Antes esse produto era quadrado, e então começou a ser produzido com bordas curvas. As críticas apareceram logo que o chocolate arredondado chegou ao mercado.
Para os consumidores, ele estava mais doce e enjoativo, mas a fórmula era a mesma, apenas o formato tinha mudado! Spence e outros pesquisadores descobriram que formas curvas podem realçar a doçura.
O cheesecake no prato branco e redondo
Numa outra pesquisa, Spence observou que um cheesecake era relatado como “mais doce” quando servido em um prato redondo e branco, e cerca de 20% “menos doce” quando servido em um prato quadrado.
A xícara que deixa o café mais doce
Em outro experimento da Universidade de Oxford, Spence e uma pesquisadora da Unicamp, Fabiana Carvalho, observaram o impacto das cores das xícaras no sabor do café.
De acordo com esse estudo, a cor influencia na expectativa e experiência do sabor.
O café servido em xícaras rosas era mais doce em comparação às xícaras brancas. Enquanto o café servido em xícaras amarelas ou verdes eram associados a um sabor mais azedo.
Onde isso pode chegar?
Charles Spence também investigou aspectos que vão desde como criar pratos que sejam mais atrativos para pessoas com daltonismo, até como as especificidades dos talheres (como tamanho, peso e cor) afetam o sabor e o aroma dos alimentos.
As descobertas da Neurogastronomia podem beneficiar chefs e proprietários de restaurantes ao descobrir fatores que podem ser usados para melhorar a experiência gastronômica.
Para Spence, os consumidores estão constantemente, mesmo que inconscientemente, provando seu ponto de que o sabor pode ser alterado apenas através da cor, forma ou som.
Segundo ele, esses efeitos existem e a única questão é como isso será usado para a nutrição, saúde e questões comerciais.
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