Matéria vs. Espirito: O sentido da vida pode estar nas profundezas da mecânica quântica
Certamente você já encostou sua cabeça na janela do busão e passou a viagem toda tentando encontrar respostas e sentido para as coisas.
Por que estou aqui? Qual o meu propósito? Qual o sentido da vida?
Mas o mais incrível disso é que estamos vivendo um momento único na história da humanidade. Algumas verdades sobre todas essas questões estão sendo colocadas à prova, envolvendo desde a filosofia e religião, até os campos mais complexos da ciência.
A física clássica, aquela que estudamos na escola, está sendo bombardeada por novas descobertas e incríveis revelações que acabam abrindo espaço para seu mais recente campo de estudos, a mecânica quântica. E é justamente esse assunto que todo mundo tá precisando entender melhor.
O canal Em-Motion publicou um vídeo muito interessante onde a médica, escritora e pesquisadora, Dra. Mabel Cristina Dias, explicou de maneira simples e sem rodeios sobre tudo isso.
Vale a pena refletir, pode mudar a forma como você enxerga a vida:
Para quem não pode dar play:
Você já ouviu falar em mecânica quântica? Qual dos três grupos você está?
- Nunca ouvi falar
- Já ouvi falar, mas odeio – tudo picaretagem!
- Tenho fé nisso
Esse assunto é da maior importância. De vez em quando surgem alguns assuntos que podem mudar o curso da história, e a mecânica quântica é um deles.
Por isso é importante que falemos sobre isso, discutir o que se entende e tirar todos os preconceitos, todas as ideias errôneas que se tem sobre o tema – e isso é o que mais tem hoje em dia.
Toda nossa visão de mundo, não só individual mas coletiva, está baseada na ideia de que tudo que existe é feito de matéria.
O que a gente chama de matéria?
Tudo que é palpável, que dá para pegar. Que tem substância, forma. E essa ideia vem do início da ciência, da época de Newton. Ela diz que nossa estrutura, tudo o que existe, é feito de pequenos “tijolinhos” chamados átomos. Se você pegar um livro e começar a dividi-lo em pedacinhos para ver até onde ele chega, você vai chegar em algo que a ciência chama de átomo.
O átomo é uma estrutura composto de um núcleo, que tem prótons e nêutrons, e elétrons girando ao redor. Essa estrutura, um modelo clássico, que ainda se utiliza nas escolas.
Então toda matéria seria sólida, mas feita desses pequenos “pedacinhos” – que são matéria também.
Toda a visão de mundo, desde a medicina, a economia, psicologia, sociologia, etc., está baseada nesse princípio. Essa ideia era a única, até cerca de 1900.
Nesse ano nascia a mecânica quântica, em 14 de dezembro de 1900. Max Planck, um físico brilhante, fez um experimento e descobriu que a energia não é algo contínuo, como imaginamos – você acende a luz aqui e ela vai embora. A energia é quantizada, ou seja, feita por pequenos pacotinhos.
Isso mudou completamente a forma de entender a física, e foi o ponto de partida para que alguns cientistas começassem a estudar a natureza da matéria. Ou seja, até então o que se tinha era física aplicada às coisas materiais, do mundo macro que nós lidamos no dia a dia; movimento da matéria, como a mecânica, energia elétrica, etc.
A partir deste momento, começou a se olhar para a matéria mais a fundo e se percebeu que no fundo, no fundo, no fundo… todo esse “tijolinho”, toda essa matéria é feita de energia.
“Se você quiser descobrir os segredos do Universo, pense em termos de energia, frequência e vibração” – Nikola Tesla.
O que você entende como energia?
A energia não está em um lugar, ela não pode ser pega. A energia em física é a capacidade de realizar algum trabalho. Então para movimentar algo de um lugar para outro, gasta-se energia. Por exemplo, para falar ou fazer digestão gasta-se energia.
Então energia ainda é um conceito muito pouco compreendido pelas pessoas, mas que deveríamos saber. Cada ser, tudo que existe, é feito de energia.
Energia não é algo palpável. A matéria que nós enxergamos como tal, como algo físico, é composta por energia de uma forma mais condensada. E para os nossos cinco sentidos, essa energia acaba parecendo algo sólido, imutável, imóvel.
Um exemplo: Se eu deixar um livro na cadeira, ele vai ficar lá eternamente se ninguém tirar. Só que se eu for medir com aparelhos sofisticados, esse livro, com o passar do tempo, vai estar se movimentando mesmo “parado” no lugar onde ele está; porque ele é feito de energia.
Tudo. Parede, sofá, chão, você! Tudo é feito de energia em movimento. Mas é tão rápido que dá uma sensação – falsa e necessária para essa terceira dimensão que vivemos – de que tudo é parado, fixo, estático.
A partir de 1900, alguns cientistas começaram a investigar essa realidade profunda.
Onde toda essa descoberta vai dar?
Qual é o fundamento da matéria, do mundo material? A mecânica quântica chegou em algumas conclusões que deixaram os próprios cientistas de cabelo em pé. Antes de seguirmos vale lembrar que somos feitos de átomos, ou seja, de prótons, nêutrons e elétrons.
A partir de experimentação chegaram a seguinte conclusão: o mesmo elétron está em todos os lugares ao mesmo tempo. Ele não está parado em um lugar só – isso quando ninguém está olhando. Ele está, probabilisticamente, em qualquer lugar do espaço.
Digamos que é completamente contraintuitivo você pensar que algo pode estar em todos os lugares ao mesmo tempo. Para entender mais, consulte a Experiência da Fenda Dupla.
A “ação fantasmagórica”, como diria Einstein, não parou por ai.
Os cientistas descobriram que ao fazer a medição, observando esse mesmo elétron, na tentativa de encontrar onde ele poderia estar naquele momento, ele se fixou em um ponto. Então foi possível encontrá-lo.
Ou seja, descobriu-se que a probabilidade do elétron existir em todos os lugares muda quando existe um observador; mais uma das estranhezas quânticas.
Outro comportamento curioso foi descoberto no experimento de correlacionamento entre elétrons, feito por Alain Aspect, em 1982.
Se pegarmos esse mesmo elétron, correlacionarmos (de uma maneira física) à outro elétron e depois os afastarmos a uma distância enorme que seja, quilômetros, eles vão continuar entrelaçados, unidos.
Ou seja, ao alterar alguma característica de um dos elétron, a característica do outro vai ser alterada simultaneamente. Ao dizer simultaneamente, é instantaneamente! Não existe tempo entre a alteração desse elétron e a resposta que o outro dá; é como se estivessem entrelaçados.
Muita gente ainda fica intrigada porque o físicoAlbert Einsten havia determinado que não existe nada na Terra, ou no Espaço, que viajasse mais rápido do que a velocidade da luz (300.000 km/segundo).
Como isso é possível? Inclusive o próprio Einsten, na sua época, duvidada dessa possibilidade. Ele achava que era um “defeito” de entendimento dos físicos à respeito do funcionamento da realidade, da matéria. Essa história foi muito bem explicada nesse documentário, produzido pela BBC.
E como a ciência vê isso hoje?
Isso é mais do que conhecido pelos cientistas. Inclusive os aparelhos eletrônicos, como o celular, surpreendem cada vez mais devido às descobertas da mecânica quântica; que estuda o funcionamento do universo atômico e sub-atômico.
Por isso, ao compreender esse “novo” campo da ciência, o determinismo do mundo macro, aquele que é ensinado na escola pela física clássica, deixa de ser a única verdade. Isso porque o mundo quântico é probabilístico, ou seja, feito de infinitas probabilidades ou possibilidades.
É tão estranho quanto você pode imaginar. O mundo macro (das coisas, planetas, universo) funciona de um jeito, sendo que o mundo micro (átomos, elétrons, quarks) obedece outras leis; apesar de coexistirem.
Atualmente existem teorias sendo desenvolvidas na física para explicar como esses dois universos existem ao mesmo tempo. Ainda não conseguiram concluir exatamente o porquê disso, mas estão chegando perto.
Algumas teorias são mais populares, como a do Multiverso. Entre cientistas convencionais, a mais aceita é a Teoria das Cordas. Para os alternativos, o polêmico e popular físico Nassim Haramein explica suas instigantes ideias nesse ótimo documentário.
O que está sendo “ignorado” pela ciência convencional
Resumindo tudo até aqui. Nas profundezas da realidade, o mundo não é certo, determinado. Ele é provável, possível. E quem determina as coisas que vão acontecer nesse mundo micro, quântico, como aprendemos, é o observador.
Mas onde isso é importante na sua vida? Senta que lá vem polêmica.
Significa que o mundo, a sua realidade, não é determinada. Você não é vítima das circunstâncias, do seu passado, das suas condições atuais. Você tem a sua consciência como observador. Por isso pode, através dessa observação, criar uma realidade vinda deste campo infinito de possibilidades; o universo quântico.
Para quem ouve isso pela primeira vez, ou se encanta ou rejeita – apesar de ser uma realidade comprovada cientificamente.
O que essas experiências todas tem a ver com você pertence ao mundo dos significados, não mais a física. Portanto pertence a metafísica. E é justamente quando esse assunto entra em cena que os físicos quânticos torcem o nariz. O que é curioso, afinal, se eles descobriram essas “ações fantasmagóricas”, porque se limitariam tanto?
“Morre menos gente de cancro ou de coração do que de não saber para que vive; e a velhice, no sentido de caducidade, de que tantos se vão, tem por origem exatamente isto: o cansaço de se não saber para que se está a viver.” – Agostinho da Silva.
Todo esse niilismo quântico, a falta de significado dentro da mecânica quântica, pode ser observada na ótima e divertida série em animação, Rick and Morty.
O ótimo vídeo abaixo, do canal Meteoro Brasil, merece sua atenção – para quem se interessar, existem outros conteúdos igualmente interessantes sobre essa animação, o niilismo e a mecânica quântica: como esse, esse e esse.
Claro, alguns físicos vão contra a maré academicamente aceita e buscam compreender os significados metafísicos dentro da mecânica quântica. Como é o caso do Amit Goswami, Fred Alan Wolf e o já citado anteriormente, Nassim Haramein.
Infelizmente, por estudarem esses assuntos, muitos deles acabam perdendo o emprego e a reputação acadêmica – muito semelhante com o que aconteceu com Galileu e Copérnico, por exemplo.
O que a ciência “não quer” que você saiba
Depois de tantas descobertas incríveis, é natural que busquemos significado nelas. Como a realidade pode se comportar dessa maneira? Onde isso influencia na minha vida e na de todos os seres?
Os físicos da academia estão parados exatamente nesse ponto. Todo o questionamento de um possível sentido para a vida é basicamente colocado para debaixo do tapete, o que acaba sobrando apenas para a filosofia, religião, exoterismo ou a espiritualidade. Ai fica a pergunta, precisa mesmo dividir mundo material vs. mundo espiritual?
Tudo é uma coisa só.
São modos de compreendermos a realidade. A religião, quando procura um significado, está querendo entender, com a sua visão e paradigma, como as coisas funcionam. A ciência, da mesma forma. Tenta através do método científico de experimentação, elaboração de leis físicas, explicar a realidade. A filosofia é a mesma coisa.
Todas essas vertentes do conhecimento humano buscam a mesma coisa, entender a realidade e entender o nosso lugar, como seres humanos no Universo. Então qual seria o “pecado” se pessoas comuns começarem a falar disso? Qual o direito da ciência se apoderar de um conhecimento, que é para todos, e debochar dos outros?
Isso só pode nascer do medo. O medo de bater de frente com a realidade, que pode ser bem diferente do que a mecânica quântica supõe matematicamente. A realidade pode ir além, pode sim ter significado. Inclusive a matemática é uma forma do Universo ser explicado.
A matemática é uma expressão do Universo e não a realidade dele
Assim como a mecânica quântica é um modelo que explica a realidade, ou seja, não é a própria realidade. Precisamos criar paradigmas para compreender a vida, faz parte da natureza humana.
É como dizem, “não jogue o bebê fora junto com a água do banho“. O paradigma, ou modelo, da física clássica não foi deixado de lado. Ele foi expandido. Da mesma forma que não podemos engavetar a mecânica quântica. O próximo passo pode ser justamente buscar o significado dessas descobertas; uma revolução da consciência.
Antes de tecer preconceitos, reflita sobre as infinitas possibilidades. Todas as quebras de paradigmas das Leis de Newton até Einstein, Niels Bohr e por ai vai, estão ai para nos mostrar que basicamente tudo é possível. Inclusive tudo isso ter algum sentido maior.
A reflexão sobre tudo isso depende apenas da sua consciência.
Para concluir, deixamos aqui alguns questionamentos e reflexões de um garoto de 9 anos, que viralizou nas redes há alguns anos. Nas palavras dele, “o sentido da vida é o que fazemos dela“.
Vale dizer que existe uma continuação para o vídeo citado ao início desse artigo, para assistir clique aqui.