Você já passou pela situação de ir ao primeiro encontro com o crush do Tinder e não ser exatamente como você esperava? Bom, mas pelo menos era humano.
Pois alguns caras lá dos Estados Unidos quase tiveram um date com a Siri, a assistente virtual da Apple. Tudo graças a um experimento de uma repórter.
Um amor para Siri
Em 2015, um grande ataque virtual à um site de relacionamentos confirmou que a plataforma usava cerca de 70 mil “robôs” para simular respostas à homens, com a intenção de atraí-los para o site.
Para entender como os homens podem cair neste tipo de golpe, já que respostas programadas não devem ser tão difíceis de identificar, a americana Caroline Thompson, colunista da Vice, decidiu fazer um experimento onde colocaria a Siri para conversar com os caras do Tinder.
Após reativar seu perfil e distribuir uma metralhadora de likes, a jornalista seguiu a seguinte regra: Digitaria apenas a primeira letra e esperaria a barra de previsão (aquela onde são sugeridas palavras para completar a frase) indicar o que escrever. Entre as opções, ela vai escolhendo as palavras que mais casam com o assunto.
Vale lembrar que a Siri já tem em seus registros o jeitinho de “falar” e escrever de cada usuário, detalhe que poderia tornar a experiência ainda mais interessante… Ou não.
Vamos ao papo
Após algum tempo, Caroline começou a receber mensagens dos caras interessados, para sua surpresa, mesmo mandando frases totalmente fora do contexto, os rapazes se mostraram pacientes e dispostos a continuar uma conversa.
Observemos a conversa acima como exemplo. Nesse “flerte” entre Siri e Tim, o rapaz inicia o bate-papo com um “hey” e olhinhos apaixonados. Ela logo manda um “estou em algum lugar do mudo“.
Apesar de já começar de forma estranha, Tim parece não ligar e tenta desenvolver uma conversa naturalmente. Acompanhe abaixo a tradução:
(…)
Tim: Olha, que emocionante.
Eu, Siri: Você pode se divertir muito com seu app do Facebook.
Tim: Há há, como assim?
Eu, Siri: Desculpe por isso, acho que é hora de eu ser feliz.
Tim: É sempre hora de ser feliz.
Eu, Siri: Acho que podemos ter isso agora.
Tim: O que te impedia antes?
Eu, Siri: Você vai voltar para a escola.
Tim: Eu já estou na escola.
Eu, Siri: Você é tão incrível e lindo.
Tim: Estou mais confuso. Mas obrigado.
Eu, Siri: Você é super bem vindo no artigo.
Tim: Mais uma vez confuso.
Eu, Siri: Não é como se você são soubesse o que quer.
Tim: Eu não sei o que você quer.
Eu, Siri: Você não sabe o que você quer de Natal.
Tim: Entre tantas coisas, não.
Depois dessa saga, finalmente Tim parou de responder.
E assim aconteceu com os outros caras que mandaram mensagem para Caroline, ou melhor, Siri. Alguns pararam de responder, outros desfizeram o match, mas todos após uma considerável (e confusa) conversinha.
Porém, o último cara que participou do experimento, Matt, descobriu que a jornalista trabalhava para a Vice, e que ela estava usando as respostas automáticas da Siri. Mesmo mantendo uma conversa sem nexo, o cara convidou a repórter e, claro, a Siri para um drink.
A grande questão
Ao final do artigo, Caroline pontua que a experiência comprovou o fato de que as pessoas não se importam na realidade com quem estão falando, com quem estão se envolvendo. A única preocupação delas é com o desejo de saciar suas próprias e egoístas vontades.
“Pessoas sedentas não se preocupam com se envolver em conversas, só estão interessadas em matar sua sede. Essa revelação óbvia me deixa triste pela humanidade.” declara a profissional.