Fala sério! Essa tal luta por direitos iguais entre os gêneros, também conhecida como feminismo, é tudo um grande mimimi. Não tem sentido participar do movimento, já que as mulheres são livres.
Além de poder limpar a casa, fazer comida, cuidar das crianças e usar uma roupa bonita, a mulher pode votar nos candidatos que preferir, transar ou casar com quem quiser, e até usar métodos contraceptivos para evitar gravidez indesejada.
Ou seja, feminismo é uma grande bobagem!
Foi essa a ideia que inspirou a ilustradora e quadrinista Helô D’Angelo a criar uma série de quadrinhos dedicada às mulheres que também acreditam não precisar do feminismo. A série fez tanto sucesso que chegou a ser compartilhada 200 mil vezes em apenas uma página do Facebook. Dá uma olhada:
Pois é. Você já deve ter ouvido alguém dizer que não precisa do feminismo. Ou talvez você mesma já deve ter falado isso em algum momento da vida. Mas, na maioria das vezes, a gente só dá valor aquilo que tem quando perde.
A quadrinista contou ao SOS que recebe muitos comentários de mulheres dizendo que são “femininas, não feministas” ou que simplesmente não precisam do feminismo.
“Tudo isso me faz perceber o quanto as pessoas desconhecem o que é feminismo e o que significa ser feminista”, explica.
A quadrinista procura abordar o empoderamento feminino e as infinitas dificuldades de ser mulher em suas ilustrações e quadrinhos.
“Pensando em formas de gerar questionamento nessas mulheres antifeministas, tive a ideia de fazer essa série, que basicamente concretiza o antifeminismo, mostrando que a vida estava muito longe de ser um mar de rosas antes do movimento das mulheres começar a aflorar com mais corpo, no final do século XIX”, explica Helô.
Utilizando de situações cotidianas a artista faz protestos em prol da valorização da mulher.
Afinal, o que é feminismo?
O feminismo não prega ódio aos homens, feminismo não prega a dominação das mulheres sobre os homens. Feminismo é um conjunto de movimentos políticos, sociais, ideologias e filosofias que luta por igualdade de gênero. Ou seja, pelo fim da dominação de um gênero sobre o outro.
“Falta de noção sobre o que realmente significa “feminismo” pode acontecer tanto por real falta de informação quanto por informação demais, porém errada – algo que é extremamente comum nas redes sociais”, alerta a artista.
Assim como feminismo não é o contrário de machismo. Machismo é um sistema de opressão. Feminismo é a luta por direitos iguais, ou seja, por igualdade salarial, pelo fim da violência contra a mulher e muito mais.
Ser feminista não tem nada a ver com deixar de usar batom, de se depilar, de usar salto. Aliás, o feminismo prega que a mulher tem todo o direito de usar o que ela quiser.
Então, como podemos melhorar a imagem do feminismo?
Helô D’Angelo ressalta que para ensinarmos e aprendermos sobre o feminismo é importante agir no mundo real:
“Precisamos criar novas linguagens e explorar aquelas que funcionam melhor do que livros acadêmicos; buscar novas formas de acessar todas essas pessoas: oficinas, encontros, clubes de leitura, eventos, palestras, bate-papos, shows de música, festas, batalhas de rap e slam poetry. Ações mais do que textões”.
Não podemos deixar de tornar o movimento feminista mais inclusivo, abordando as experiências e preocupações de grupos diversos. Entender que existem outras formas de discriminação como: raça, classe social, localização geográfica que também afeta a vida da mulher.
No entanto, apesar de tudo isso, é reconfortante perceber que o feminismo tem crescido na nossa sociedade, hoje, mesmo sem se considerar feminista, uma vasta maioria apoia a igualdade de gênero.