Novo estudo revela que ‘pensar demais’ está diretamente ligado à depressão
A medicina vem dando importantes passos no sentido de compreender como surge a depressão e como tratá-la de modo efetivo.
E as novas revelações estão apontando que a doença pode estar fortemente ligada com o excesso de conexões feitas pelo cérebro. Ou seja, por pensar demais.
Um estudo desenvolvido por cientistas da Universidade da Califórnia constatou que os cerebros daqueles que sofrem de depressão são hiperconectados, ou seja, possuem mais atividades cerebrais nas regiões que processam nosso humor, concentração e pensamento consciente.
Segundo os envolvidos, essa característica pode causar problemas com foco, memória e ansiedade, sintomas associados à depressão.
Pessoas depressivas pensam demais?
A grosso modo, sim.
Para chegar nessa constatação os cientistas compararam, através de ressonância magnética e eletroencefalografia, o cérebro de pessoas depressivas com o cérebro de quem não sofria com a doença.
Através das imagens, eles descobriram que a atividade cerebral das pessoas depressivas era muito mais ativa que nos cérebros das pessoas saudáveis, em especial nas áreas corticais límbicas, região responsável por processar e induzir as emoções.
De acordo com os pesquisadores, esse excesso de atividade pode amplificar a quantidade de pensamentos negativos da pessoa, fazendo com que os pensamentos positivos sejam “sufocados” dentro da nossa cabecinha.
Uma prova de que a conclusão dos cientistas faz sentido, é o fato da terapia eletroconvulsiva, o eletrochoque, realmente aliviar os sintomas da depressão severa. O tratamento é usado para alterar a atividade cerebral, diminuindo as conexões feitas na região do cérebro onde processamos as emoções, conforme explica esse recente estudo, publicado no site científico NCBI.
Recentemente falamos dos estudos que ligam os “cogumelos mágicos” à resultados benéficos no tratamento da depressão, e adivinha qual a explicação dos cientistas: o psicoativo é capaz de diminuir a atividade cerebral em várias regiões do cérebro, inclusive nas que lidam com nossas emoções. E veja bem, sem precisar dar choques.
Por outro lado…
Desse modo, podemos concluir que pensar menos pode ser benéfico aos depressivos, certo? Não. Não é bem por aí.
Um estudo publicado no site científico Biological Psychiatry, confirmou os resultados do estudo mencionado acima, através do mesmo tipo de análise cerebral descobriram que aquelas pessoas que costumam ficar repetindo pensamentos negativos, possuem maior conectividade na área que processa as emoções.
Em contrapartida, a pesquisa também revelou que apresentar uma conectividade baixa nessa mesma região está associada com a perda da memória autobiográfica (lembrar-se de acontecimentos pessoais), que também é uma característica dos depressivos.
Ou seja, para entender melhor essa história toda, e qual a “dose” certa de pensamentos, muitos estudos ainda precisam ser feitos, de acordo com os cientistas.
Mesmo porque eles ainda não conseguiram de fato descobrir se é o excesso de atividade cerebral que causa a depressão, ou se é a depressão que causa o excesso de atividade no cérebro. O que sabemos até agora é apenas que há uma forte relação entre elas.
Domine seus pensamentos
Quando falamos em lidar com nossos pensamentos, sejam eles depressivos ou não, a primeira coisa que nos vem em mente são os remédios. Mas se pensar um pouco melhor, existem duas alternativas menos prejudiciais ao organismo: estar junto da natureza ou a prática de meditação.
Nós já falamos dos incríveis benefícios que a meditação pode trazer para sua vida e até algumas maneiras bem simples de começar a praticá-la. Que tal deixar o preconceito de lado e tentar? Não é um bicho de sete cabeças.
Rajshree Patel, especialista em meditação, autoconhecimento e relacionamentos interpessoais, considerada uma das mulheres mais influentes no campo do desenvolvimento pessoal, publicou um vídeo bastante interessante sobre o assunto em seu canal do Youtube.
No vídeo, ela explica como excessos de pensamentos podem ser prejudiciais para a evolução da nossa vida e sugere uma maneira prática de lidar com isso.