Muito além da balança! O cérebro é diretamente afetado por dietas para emagrecer
Muito além de alcançar um corpinho esguio, perder os quilinhos extras pode trazer uma série de benefícios ao corpo que você nem imagina.
E se além da “pancinha” você também anda por aí esquecendo das coisas, talvez a dieta seja uma boa pedida! Um estudo apontou que se livrar das gordurinhas a mais faz muito bem ao nosso cérebro.
O que rola no corpo ao fazer dieta?
Antes de mais nada, vamos entender como nosso corpo funciona quando optamos por uma dieta menos calórica.
De acordo com entrevista do Dr. John Gustad, neuropsicólogo do setor de psicologia da universidade Kent State, Estados Unidos, ao site Business Insider, inicialmente a perda de peso ocorre de maneira fácil, pois uma simples mudança nos hábitos alimentares já causa uma “estranheza” em nosso organismo, capaz de causar uma redução rápida em nossas medidas.
Mas a medida que nosso corpo se acostuma com a nova alimentação, nosso metabolismo se ajusta e ai que o bicho pega, as calorias começam a ficar mais difíceis de serem queimadas.
Além disso, quando a gente come, as células de gordura liberam na corrente sanguínia um hormônio chamado leptina, responsável por nos causar aquela sensação de saciedade.
Quando comendo menos esse hormônio fica escasso, o que afeta nosso cérebro. Ele fica meio perdido achando que não estamos bem alimentados, ou seja, a vontade de comer aumenta. Tá explicado a sofrência!
Esse pequeno sacrifício vale a pena
Além de finalmente conseguir entrar naquela calça jeans de 2009, esta pesquisa, publicada no site especializado em estudos referentes à obesidade, SOARD, e também desenvolvida pelo Dr. Gustad, revelou que perder o peso extra causa uma diminuição do risco de doenças cardíacas, hipertensão, colesterol elevado e diabetes tipo 2.
Problemas nas articulações também são solucionados com a mudança. Foi constatado que perder apenas 500 gramas já reduz quatro quilos da pressão feita nas articulações dos joelhos.
E tem mais! Ligando agora para esse número Mandar a gordurinha embora, segundo a pesquisa do especialista, reduz a tensão nos vasos sanguíneos, aumenta o fluxo sanguíneo para a região cerebral, potencializando toda a função do cérebro.
Ou seja, emagrecer, quando necessário, faz seu cérebro funcionar melhor.
Se liga no que diz o estudo
Para tal conclusão, foram analisados cerca de 150 participantes (109 pacientes com cirurgia bariátrica e 41 indivíduos obesos). Segundo o especialista, pessoas que passaram pela cirurgia bariátrica foram escolhidas pois são um grupo que perde peso rapidamente, assim agilizaria todo o trabalho dos cientistas envolvidos.
Os participantes tiveram suas habilidades cognitivas testadas, antes de enfrentarem a cirurgia e 12 semanas após terem passado pelo bisturi.
A resposta foi clara, após o emagrecimento as habilidades de memória, concentração e resolução de problemas tiveram uma grande melhora.
“Muitos dos fatores que acompanham a obesidade – coisas como pressão alta, diabetes tipo 2 e apneia do sono – que podem prejudicar o cérebro – são algo reversíveis. À medida que esses problemas desaparecem, a função da memória fica melhor.” – revela o especialista.
Água mole em pedra dura…
E para nossa sorte, o estudo também apontou que aquele sofrimento todo que é fazer uma dieta tende a não ser menor com o tempo, até desaparecer.
A pesquisa também fez uma varredura cerebral nos pacientes e descobriu que, naqueles que já estavam a 9 meses seguindo firme e forte na alimentação balanceada, o cérebro já não respondia à imagens de guloseimas gordurosas da mesma maneira que reagia antes do emagrecimento.
A região que que processa o sentimento de recompensa (que muitas vezes é a responsável por nos fazer desejar uma pizza) não teve atividade significativa, diferente da região responsável pelo autocontrole, que ficou bem agitada durante o exame.
Agora os cientistas estão focados em fazer um novo estudo para constatar se as pessoas que perdem peso apenas com uma dietinha básica e atividades físicas também sofrerão os mesmo benefícios dos que fizeram a cirurgia bariátrica.
Os especialistas acreditam que sim.
“Uma das coisas que sabemos é que, à medida que os indivíduos se tornam mais cardiovasculares e a saúde do coração fica melhor, a saúde do cérebro também melhora. Mesmo que levemos jovens adultos para um programa de exercícios, a memória e a concentração deles melhoraram até o final do programa”. – revela Dr. Gustad.
Depois dessa aula, não podemos deixar de citar esse artigo, sobre a pesquisa do cientista Yoshinori Ohsumi, Nobel em medicina, sobre o jejum. Ele concluiu que ficar sem comer de maneira controlada é muito mais vantajoso ao cérebro (e ao organismo) do que ficar comendo a cada 3 horas.
Mas fica o alerta! Dr. Gustad é categórico ao afirmar que a mudança positiva em sua saúde só ocorrerá se realmente estiver acima do peso e emagrecer. Pessoas que já são magras não encontrarão benefícios em emagrecer mais, muito pelo contrário.
Alloy, PsychCentral, Kent State University, Business Insider