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Atitude Coletiva

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Eles trocaram a assinatura do email de trabalho para um experimento; o resultado foi assustador!

Por um pequeno engano rotineiro, eles aprenderam uma lição valiosa.

Gabriela Roman Publicado: 14/03/2017 16:05 | Atualizado: 14/03/2017 16:46

Nicole Pieri e Martin R. Schneider eram colegas de trabalho em uma empresa de recolocação profissional na Filadélfia, Estados Unidos.

Por um pequeno engano rotineiro, os profissionais conseguiram entender o real motivo dos homens “serem mais produtivos” que as mulheres. Calma, vem entender essa história que foi todinha compartilhada no Twitter.

Era uma vez…

“Aqui vai uma pequena história do tempo em que @nickyknacks me ensinou o quão impossível é para profissionais mulheres receberem o respeito que elas merecem.”

O chefe dos dois sempre dizia que ela demorava muito para lidar com os clientes. Martin era supervisor e assumiu isso como normal, já que ela tinha menos experiência na função.

“Nicole e eu trabalhávamos para uma pequena firma de recolocação profissional e nosso chefe sempre fazia uma reclamação: Ela demorava demais para lidar com os clientes.”

“Como seu supervisor, eu considerei isso um pequeno incômodo, no máximo. Eu imaginei que o motivo pelo qual eu fazia as coisas mais rápido era por ter mais experiência.”

Até aí, nenhum problema, mas um dia ele respondeu a um cliente como sempre fazia e a pessoa foi extremamente rude na resposta.

Martin já estava irritado quando percebeu que, por usarem uma caixa de e-mails compartilhada, ele havia assinado acidentalmente como Nicole.

“Então, um dia eu estava trocando e-mails com um cliente sobre o currículo dele e ele estava sendo IMPOSSÍVEL. Rude, desdenhoso, ignorando as minhas perguntas.”

“Não estava mais aguentando aquela merda quando percebi uma coisa. Graças ao nosso inbox compartilhado, eu estava assinando todas as minhas mensagens como “Nicole”.

O supervisor mudou a assinatura e se surpreendeu ao notar que as respostas mudaram completamente. Além de ser bem tratado, ele foi ainda elogiado por suas sugestões.

“MELHORA IMEDIATA. Recepção positiva, me agradecendo pelas sugestões, respondeu na hora, falando “ótimas perguntas!” Se tornou um cliente modelo.”

Depois disso, Martin e Nicole decidiram fazer um experimento e trocaram de e-mails por duas semanas.

“Nós fizemos um experimento: Por duas semanas nós trocamos de nomes. Eu assinava todos os e-mails para clientes como Nicole. E ela assinava como eu. Galera, foi muito foda.”

Martin passou na pele a desconfiança que as pessoas têm com o trabalho da mulher.

“Me senti no inferno. Tudo o que eu pedia ou sugeria era questionado. Clientes com os quais eu podia lidar dormindo eram condescendentes. Um deles perguntou se eu estava solteiro.”

E Nicole não precisou ficar provando que sabia realizar o trabalho.

“Nicole teve a semana mais produtiva da carreira dela. Eu entendi que o motivo pelo qual ela demorava mais era porque tinha que convencer os clientes a respeitá-la.”

Martin conseguiu entender o privilégio que ele tinha, apenas por assinar com um nome de homem.

“Eu não era melhor no trabalho do que ela, eu só tinha aquela vantagem invisível.”

“E o mais foda disso tudo: Para mim, isso foi chocante. Mas ela estava ACOSTUMADA a isso. Ela só imaginou que fazia parte do trabalho.”

“(Eu quero dizer, é claro que ela estava sendo tratada diferente por ser mulher, ela não é burra. Ela só aceitou como se fosse normal).”

O experimento trouxe outros questionamentos na internet. Algumas pessoas se perguntaram se não seria ainda pior caso Nicole tivesse um nome de origem africana ou latina.

“Imagine se o seu nome fosse… digamos, TaNeisha ou Yolanda.”

“Sim, algumas pessoas levantaram essa questão e, com certeza, deveria ser considerada quando falamos desse tipo de história.”

E Martin disse que isso é realmente uma preocupação das pessoas negras na hora de escreverem seus currículos.

“Nós estávamos ajudando as pessoas a escreverem seus currículos e os clientes negros falavam conosco sobre preocupações por conta de seus nomes, o tempo todo.”

Segundo o site ATTN, pesquisadores dizem que as mulheres têm que lidar com pequenas situações de sexismo no trabalho e existem diversas maneiras utilizadas pelos homens para deixar claro que eles as veem como inferiores.

Victor Eduardo Sojo, pesquisador do The Centre for Ethical Leadership, da Melbourne School of Psychological Sciences na Austrália, estudou sexismo e listou as diversas maneiras como pode se dar no ambiente de trabalho:

“Pessoas fazendo piadas sexistas, recebendo e-mails misóginos que são depois interpretados como piadas, fazerem perguntas sobre a sua vida pessoal, aspectos particulares da sua vida sexual ou identidade, pessoas questionando sua identidade de gênero, pessoas podem insinuar que você é ‘menos mulher’ por trabalhar em um ambiente dominado por homens ou por ser mais assertiva do que eles”.

No Medium, Nicole Pieri disse que seu chefe se negou a acreditar no experimento, mesmo depois que Martin explicou.

“Mas eu vou sempre imaginar, o que o meu chefe teve a ganhar se negando a acreditar que o sexismo existe? Mesmo quando a evidência estava gritando para ele, mesmo quando seu funcionário que o faz ganhar um monte de dinheiro diz para ele, mesmo quando O MENINO da equipe está dizendo para ele? Eu nunca cheguei a entender. Em vez disso, eu me demiti e comecei meu próprio negócio escrevendo posts para blogs e conteúdo para web como freelancer.”

Infelizmente, o que é relatado por mulheres há décadas só gera algum tipo de repercussão quando dito por um homem. E, ainda assim, as pessoas se negam a acreditar.

Para ler o relato completo de Nicole, clique aqui.

Martin e Nicole

Fonte(s): ATTN, UOL, Medium
Gabriela Roman
Roteirista, viajante profissional e amante da internet e das zueiras que vêm com ela.

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