Dicas

Criaram um Manual para NÃO ser c*zão com as mulheres no Rolê

07 de junho de 2018
Postado por Bia Lancha

Uhul! Dia de rolê cazamigos! Junta todo mundo, bóra pro litrão!

Receita pra uma noite incrível, né? Bom, se você for mulher, possivelmente seu rolê será invadido, em algum momento, por algum cara sem noção. É praticamente impossível para mulheres sair de casa sem ser assediada na rua, e isso só piora durante os rolês.

Bom, essa foi a má notícia.

Agora a boa notícia! Para te ajudar a sair da estatística dos babacas desnecessários, criaram um manual para você deixar de ser o cuzão do rolê!

 

Regra #01: Não puxa a menina!

É um cara estranho. Te tocando. Só isso já seria bizarro, mas como não há nada que não possa piorar, o cara estranho ainda está te puxando? Brother, em que mundo você imaginou que isso não seria extremamente invasivo? Nem se ela for sua melhor amiga você tem o direito de ficar puxando a pessoa!

 

 

Regra #02: Não ofenda se ela te der um toco

Lembra daquela fábula da raposa que, por não alcançar as uvas na parreira, falava “nem queria essas uvas, estão verdes, mesmo”? Cara, se até as crianças entendem…

Você chegou na mina, pediu pra ficar com ela e ela disse que não. A gente sabe que, se você chegou nela é porque tinha interesse. O fato de você ofendê-la depois só demonstra que você não sabe ouvir “não”. Caso ela diga que não, apenas respeite e segue o baile.

 

Regra #03: Ser solteira não significa que ela obrigatoriamente vai ficar com você

Pode parecer chocante, mas, às vezes, a menina só não queria ficar com você mesmo. Ficar perguntando se ela tem um relacionamento faz você parecer mega arrogante, tipo: “como você pode NÃO querer ficar comigo, esse deus na terra?”, ZzZzZzzz…

 

 

Regra #04: Ela não pertence ao namorado dela, não haja como se isso fosse verdade

Se você pegar um objeto e depois perceber que ele já tinha dono, é normal se desculpar com o dono. E é exatamente esse o sentimento quando você dá em cima da menina, percebe que ela tá acompanhada e se desculpa com o namorado dela.

Cara, pede desculpa pra mina, pela possibilidade de ter criado um climão. Mas não pro cara!

 

 

Regra #05: Lésbicas não existem para entretenimento masculino

Imagina que você tá de boa no rolê, acompanhado da sua namorada. Aí chega um cara e fala: vamos fazer sexo a três? Assim, sem te conhecer, sem nada. Bizarrão, né? Então não faça isso com o casal de minas que você encontrou no rolê. Nem com o casal de minas com que você já tem amizade há tempos. Nem nunca, só não faça!

 

Mas quem criou esse manual maravilhoso?

O nome da artista é Lela Brandão e nós batemos um papinho com ela.

As imagens foram criadas para a revista da Balaclava Records e Lela foi publicando em suas redes sociais uma regra por semana. Para ela, fazer o manual significou um desafio, já que é voltado para os homens:

“A Balaclava me procurou pedindo para que eu fizesse alguma intervenção na revista, e, no mesmo momento, perguntei se o público era mais masculino ou feminino. Nas minhas redes sociais, estou muito acostumada a me dirigir à mulheres (95% do meu público é feminino). Eles me disseram que o público era, em sua maioria, masculino, e eu vi uma oportunidade de me comunicar com os homens. Na mesma hora pensei em fazer o manual!

O intuito é promover uma conversa sobre o assunto, para que mais e mais gente se conscientize sobre o que é legal e o que não é legal fazer – e para que as próprias mulheres percebam que elas não estão exagerando ao se sentirem mal em determinadas situações.”

Para decidir o que os caras precisavam saber com mais urgência, ela fez uma pesquisa com cerca de 200 mulheres e descobriu que havia 6 reclamações bem recorrentes. Quando Lela postou as imagens, recebeu um retorno bastante positivo das mulheres: “várias mulheres me falando que já passaram por isso e que se incomodam muito”.

Mas nem todos os homens entenderam a mensagem…

Twitter - Reprodução, https://twitter.com/jbflopzlesbian/status/1003668495169617920

SEM LEGENDA

Twitter - Reprodução, https://twitter.com/jbflopzlesbian/status/1003668495169617920

SEM LEGENDA

Twitter - Reprodução, https://twitter.com/jbflopzlesbian/status/1003668495169617920

SEM LEGENDA

As mulheres, no entanto, mostram ter curtido muito a iniciativa – até por já terem passado por situações parecidas:

Twitter - Reprodução, https://twitter.com/jbflopzlesbian/status/1003668495169617920

SEM LEGENDA

Twitter - Reprodução, https://twitter.com/jbflopzlesbian/status/1003668495169617920

SEM LEGENDA

Twitter - Reprodução, https://twitter.com/jbflopzlesbian/status/1003668495169617920

SEM LEGENDA

Lela explica que os caras ainda agem dessa forma porque foram ensinados a fazer isso; mas podem mudar:

“Os homens, desde pequenos, crescem com a noção de que precisam ser o estereótipo do macho alfa. Acredito que ajam assim para demonstrar seu poder sobre as mulheres, ou para mostrar pros amigos, ou porque se vêem no direito de interferir no espaço da mulher por ela ser mulher, ou simplesmente no automático porque a sociedade naturaliza isso.

Às vezes, eles estão sob a impressão de que as mulheres gostam desse tipo de atitude, ou porque nunca perguntaram, ou porque uma ou outra mulher aprova – mas, se a grande maioria não aprova, talvez seja a hora de repensar as atitudes que podem estar ofendendo muita gente.

E não tem problema reconhecer que você está reproduzindo uma atitude machista, a gente é criado numa sociedade machista mesmo – não quer dizer que você é uma má pessoa, e sim que você tem a oportunidade de repensar e se desconstruir. Ouvir as mulheres é o primeiro passo.

Muitos deles acreditam que a gente reclamar disso é besteira, o famoso “mimimi”, mas quem tem que dizer se é besteira ou não somos nós, né? “

Vale dizer que ainda falta mais uma regra, a sexta, para finalizar o projeto – e nós estamos na torcida para ela fazer mais!

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