15 de Maio: Comunidade Escolar de greve em todo Brasil contra medidas do governo
No próximo dia 15, trabalhadores da educação, estudantes e toda a comunidade escolar de maneira geral devem aderir à Greve Nacional da Educação. A mobilização é uma manifestação nacional em defesa da educação pública e contra a Reforma da Previdência.
“A greve nacional da educação em 15 de maio é uma resposta a todos os ataques que a educação pública, os professores, estudantes, técnicos administrativos vêm sofrendo, com toda essa perseguição ideológica e política”, destacou Caroline Lima, secretária do Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições do Ensino Superior (ANDES-SN).
A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE) elencou várias medidas já adotadas ou defendidas pelo governo Bolsonaro que serão questionadas durante a Greve. Dentre elas, destacamos:
- A proposta de reforma da Previdência altamente prejudicial para os mais pobres e para o magistério e trabalhadores/as rurais;
- Os sucessivos cortes nas políticas educacionais (ensino superior e educação básica);
- O patrulhamento ideológico nas universidades e a ofensiva da Lei da Mordaça;
- A perseguição ao pensamento crítico com enxugamento de verbas para os cursos de filosofia e sociologia nas universidades;
- A agressão à gestão democrática e à autonomia das escolas através da militarização escolar;
- A revogação de inúmeros conselhos de acompanhamento social, impondo retrocessos à gestão democrática estatal.
Além das pautas relacionadas a educação, a Greve Nacional também destaca outras ações governamentais, como o Pacote Anticrime, fim do Ministério do Trabalho e a revogação da política de ganho real do salário mínimo. Esses temas que vão além do assuntos educacionais já sinalizam para uma Greve Geral da classe trabalhadora, que deve acontecer em junho.
Ao contrário do que muitos acreditam ou têm conhecimento, em outros governos também houveram insistentes manifestações como resposta a cortes orçamentários e reivindicação de melhores condições de trabalho na educação:
- Em 2005 houve greve de professores universitários durante 112 dias;
- Em 2011 houve greve de funcionários técnico-administrativos;
- Em 2012 houve greve de quase 100% das Universidades e Institutos Federais;
- Em 2014 houve nova greve de professores e técnicos administrativos;
- Em 2015 houve greve de 40 instituições de ensino durante 139 dias;
- Em 2016, mais de 30 universidades federais e estaduais entraram em greve.
Isso tudo deixa claro que não é “só agora” que profissionais da educação estão lutando pela educação. O que acontece agora é que nunca havia acontecido, em um intervalo tão curto de tempo, um projeto tão claro de desmonte do sistema educacional brasileiro.