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Como aprender (praticamente) qualquer coisa em 6 passos

24 de agosto de 2020
Postado por Jessica Moura

Aprender uma nova habilidade não é tão simples assim, mas pode ficar muito mais fácil se você compreender os mecanismos do seu cérebro para driblar essas barreiras e conseguir aprender a… aprender.

É exatamente o que Mattias Pilhede, ilustrador e contador de histórias, divulgou em um de seus incríveis vídeos. Assista-o na íntegra ao final do artigo.

Por meio de ilustrações ultra didáticas, ele mostra o resultado das próprias experiências na hora de aprender algo novo, associado a trabalhos acadêmicos sobre o assunto. Uma historinha em seis capítulos que nos leva pelo percurso da aprendizagem.

Montamos uma listinha com um resumo desse incrível conteúdo, se liga:

 

1. Procrastinação: por que eu sou tão preguiçoso?

Antes de qualquer coisa, temos que admitir que vamos esbarrar no primeiro dilema: todo mudo procrastina. Mas você sabe por que isso acontece?

O aprendizado de uma coisa nova impacta uma área do cérebro relacionada à dor e ansiedade. Sendo assim, procuramos desculpas para começar a aprender algo novo, já que é desconfortável e até estressante.

A questão é que as condições nem sempre serão totalmente favoráveis. Portanto, não há outro jeito de superar a procrastinação do que deixando de adiar alguma decisão e tomando a iniciativa; quantas vezes for necessário.

 

2. Memória: como lembrar o que eu aprendi?

Sempre que aprendemos algo novo, nosso cérebro cria novas sinapses, que é por onde as informações fluem de um neurônio para o outro, conectando tudo.

Por isso, quando seus professores ou pessoas mais velhas dizem que o conhecimento científico é infinito, não estão exagerando: não tem um limite para a quantidade de sinapses que podem ser criadas pelo sistema nervoso.

E como lembrar de tudo isso? A chave pode estar naquela soneca depois almoço, ou o cochilo da tarde. Depois de aprender algo novo, a mente precisa de descanso para processá-lo e melhorar o desempenho das sinapses.

Mas não é só dormir que ajuda: praticar exercícios ou o contato social também são opções para arejar a cabeça.

Além disso, o cérebro também é seletivo e se lembra mais facilmente daquilo que você usa com frequência. Sendo assim, os conteúdos ficam mais à mão quando há repetição: revisar o aprendizado ajuda a trazê-lo à tona.

 

3. Dominando o cérebro: mesmo com ajuda, você ainda deve fazer as coisas sozinho

Você sabe como aproveitar o que cada lado do cérebro tem de melhor para tornar seu aprendizado mais eficiente?

  • O lado esquerdo ativa quando você vai aprender algo inteiramente novo. Para que ele seja 100% eficaz, o ideal é evitar as distrações. Foco aqui é essencial.
  • Já o lado direito está ligado ao aprendizado difuso. Isso acontece quando você não está exatamente aprendendo coisas novas, mas reforçando o que já sabe. Sendo criativo. 

Logo, basta saber manejar sua própria cabeça para te favorecer. Está aprendendo algo novo? Evite distrações. Está reforçando algo que já aprendeu? Ouça sua playlist favorita.

Mas lembre-se de que não basta assistir um tutorial no YouTube, você precisar praticá-lo para absorver o conteúdo de verdade.

 

4. Ao aprender algo novo: fica mais difícil, só assim ficará mais fácil

Quando a gente aprende algo novo, quase tudo sobre aquele tema é novidade. Então, fica difícil criar relações entre o assunto e toda a sua bagagem mental anterior.

Para atravessar esse mar desconhecido, o ideal é não se fixar nos detalhes que parecem mais abstratos: no início, tentar compreender o quadro geral sobre o novo conhecimento ajuda a criar mais conexões sobre o assunto.

 

5. Ainda precisa estudar muito

Ok, você já seguiu as dicas para aprender uma coisa nova. Mas será que realmente conseguiu fixar o conteúdo? Para ter a resposta, é preciso testar a própria memória.

Mais uma estratégia que ajuda a fixar o conteúdo novo é diluir o estudo, intercalando esse tempo com outras atividades e conteúdos. O ilustrador indica que use o mesmo tempo estudando um assunto, refletindo sobre ele de forma livre (usando a relação: lado esquerdo e direito do cérebro).

Assim, você terá tempo de repetir os temas e gravá-los melhor na memória.

Vale lembrar que o SOS já fez um artigo bem interessante sobre como revisar, com a Técnica 24-7-30. Outra técnica sempre bem vinda é o Método Feynman:

 

6. Tudo é sobre o processo

No início, quando não sabemos nada sobre aquele novo conhecimento, é normal procrastinar, porque temos de sair da inércia para aprendê-lo. Isso é doloroso de certa forma.

Mas caminhando devagar, nos familiarizando pouco a pouco com o conteúdo, vai ficando mais fácil absorver as novas informações. Basta ter a iniciativa de começar e se esforçar para alcançar aquela habilidade tão almejada.

De qualquer forma, o processo já foi iniciado.

 

Assista ao vídeo (com legenda em português):

Youtube - Mattias Pilhede

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