Cientistas descobriram a melhor maneira de fazer alguém abandonar um mau hábito
“Não fume“, “não coma carne“, “não consuma alimentos industrializados” são apenas alguns exemplos das boas recomendação que estamos acostumados a fazer e/ou ouvir. Mas mesmo sabendo que essas sugestões seriam benéficas, por que essas tentativas de mudança de hábito parecem não surtir efeito?
Pesquisadores descobriram o motivo e ainda encontraram o jeito ideal de realmente “convencer” alguém a mudar.
Um estudo, realizado pela Universidade de Stanford, constatou que a abordagem é o grande problema para essa estagnação.
Segundo Greg Sparkman, um dos principais autores do estudo, as pessoas costumam assimilar e absorver com mais eficácia esse tipo de mensagem quando elas os levam a crer que aquela mudança proposta já está sendo feita por outras pessoas, pela sociedade.
Ao fazer a pessoa entender que outras pessoas já começaram a praticar aquilo (não comer carne, economizar água, etc.), entende-se que aquele comportamento já foi aceito pela sociedade, então, no futuro, as coisas serão desse jeito e ponto final.
Assim, quem ouviu a sugestão se conforma com a ideia de mudança e finalmente transforma seus hábitos, afirma o estudo. Foi exatamente isso o que aconteceu com o cigarro, ao proibir de fumar em lugares públicos, ou o uso obrigatório do cinto de segurança.
“Mostrar como as normas estão mudando pode dar às pessoas um modelo de como elas também podem mudar e levar a uma circunstância em que muitas pessoas mudam”, disse Gregg Walton, professor de psicologia associado ao estudo.
Ou seja, o grande erro é que no lugar de dizermos “não fume“, ou “consuma menos carne“, o conselho seria muito mais eficaz se falássemos “as pessoas estão parando de fumar” ou “o número de pessoas que comem carne todos os dias está diminuindo“.
Eu só acredito… vendo!
Toda essa constatação se deu através de quatro experimentos realizados durante o estudo.
No primeiro deles, alguns participantes dos Estados Unidos foram divididos em dois grupos, cada um deles recebeu uma declaração sobre como parar de comer carne.
Mas, um grupo recebeu uma declaração com a mensagem chamada pelo estudo de “estática”. Ela contava como os americanos estavam tentando parar de consumir o alimento. Já o outro grupo recebeu a declaração com uma mensagem “dinâmica”, contando como os americanos estavam mudando e comendo menos carne.
Aquele grupo que recebeu a mensagem dinâmica, aquela dizendo que os americanos já estavam mudando, mostraram mais interesse em mudar suas dietas.
Outro experimento colocou duas placas diferentes na fila de um café. Uma dizia que as pessoas limitam a quantidade de carne em suas refeições (mensagem estática) a outra dizia que as pessoas estavam limitando a quantidade de carne (mensagem dinâmica).
Resultado: os que leram a mensagem dinâmica, pediram mais refeições sem carne.
Também na lavanderia de Universidade dois avisos foram colocados, um dizia “A maioria dos estudantes economiza água” e o outro “os estudantes estão mudando e economizando mais água“. Os que leram a segunda mensagem economizaram 30% mais água, contra apenas 10% dos que leram o primeiro aviso.
Mas preste atenção As pessoas estão prestando atenção
Conforme observado por Walton, é importante notar que nenhuma das sugestões convidavam ou sugeriam literalmente para que as pessoas mudassem seus hábitos, muito menos apresentava alguns benefícios do que essa mudança poderia causar na vida deles.
Note que nenhum delas era do tipo “não consuma carne pois faz mal para eu corpo” ou “economize água pois o planeta está morrendo“. Nos avisos eram apenas notificados informações sobre a mudança que as pessoas estavam fazendo.
Concluindo, o interessante não é dizer para as pessoas fazerem isso, ou aquilo, o ideal é mostrar para elas que a mudança já está acontecendo.
Sinto cheiro de mudança
De acordo com os pesquisadores, o próximo passo a ser dado a este respeito é verificar a possibilidade dessa técnica ser aplicada em causas maiores, como iniciativas de sustentabilidade.
Já imaginou conseguirmos diminuir a produção de lixo, o consumo de água e uma outra séries de problemas ambientais e até sociais que estamos enfrentando?
“As normas dinâmicas podem desempenhar um papel importante na mudança social. Apenas aprender que outras pessoas estão mudando pode instigar todos esses processos psicológicos que motivam novas mudanças. As pessoas podem começar a pensar que a mudança é possível, essa mudança é importante e que, no futuro, as normas serão diferentes. E então, se eles se persuadirem e decidirem mudar, ela (a mudança) começa a se tornar uma realidade.” – declara Gregg Sparkman.