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Cientista faz levantamento inédito sobre a mistura Álcool, Natal e Reveillon no Brasil

28 de novembro de 2017
Postado por Dario

Vai chegando o final do ano e nossos corações ficam envolvidos pelo espírito natalino. São muitos beijos, abraços e presentes distribuídos.

Mas esse excesso nem sempre é bem vindo. Exagerar na comida e nas compras pode render uma bela congestão, mas é o excessivo consumo de bebida alcoólica que transforma essa época “mágica” em um verdadeiro filme de terror.

aumento no número de mortes em épocas festivas, devido aos acidentes de carro envolvendo embriaguez ao volante, já é de conhecimento geral. Mas existe um outro lado dessa moeda que não é divulgado.

Com base nos dados do Ministério da Saúde, O Ph.D. em ciências políticas, Lucas Novaes, revelou na sua conta do Twitter uma verdade sombria, até então velada, sobre o abuso de álcool em dias de festa.

Lucas Novaes - Twitter, https://twitter.com/lmnovaes/status/934806378019020800/photo/1?ref_src=twsrc%5Etfw&ref_url=http%3A%2F%2Fwww.almanaquesos.com%2Falcool-nao-mata-so-no-transito-cientista-faz-levantamento-sombrio-sobre-o-natal-reveillon-e-outros-feriados%2F

“Mexendo nos dados do Ministério da Saúde eu descobri isso”.

De acordo com as publicações, os dados recolhidos entre 2000 e 2015 apontam que o número de homicídios aumenta assustadoramente em datas festivas, principalmente no natal e ano novo, em comparação com outros dias do ano.

Para Novaes, esse número impressionante de assassinatos se deve à combinação álcool + festas + brigas. Inclusive um dos seguidores, que diz trabalhar com perícia criminal, valida a suposição do especialista.

Segundo o levantamento, esses números mostram que a maioria das mortes que acontecem nessa época são por arma de fogo, mas é baixa a probabilidade desses números terem relação com a famosa “saidinha”, onde detentos ganham benefício temporário para sair da cadeia.

Isso porque o pico de homicídios se dá unicamente nos dias dos feriados e não na semana inteira, o que provavelmente aconteceria se fossem os detentos em liberdade que cometessem esses crimes, já que eles ficam vários dias longe das celas. Vale dizer que 96% deles voltam para a penitenciária por livre e espontânea vontade.

O mesmo vale para outros feriados

Ao que tudo indica, não são apenas nas festas de final de ano que o número de assassinatos cresce no país, muito provavelmente devido ao abuso de bebidas alcoólicas. Em outros feriados, os números também destacam-se quando comparados com dias úteis.

No Nordeste, por exemplo, “palco” da famosa festa de São João, o número de homicídios também aumenta durante as comemorações juninas.

Naquele clima de descontração, um simples desentendimento, uma mágoa do passado, enfim, qualquer faísca entra em combustão com a bebida alcoólica culminando em tragédia na vida de muitas pessoas.

A pior droga de todas

Embora os dados sejam assustadores, não é de hoje que conhecemos os perigos do abuso de bebidas alcoólicas. Já foram divulgados alguns estudos comparativos entre álcool, cigarro, cocaína, maconha e outras drogas.

Uma pesquisa publicada na revista Scientific Reports, braço da Nature, resolveu comparar os riscos de mortalidade entre os usuários de álcool, nicotina, maconha, cocaína e outras substâncias. Descobriram que as prioridades estão completamente invertidas.

A maconha é a única droga considerada de baixo risco, seguida de longe (já na zona de alto risco) pela metanfetamina, o ecstasy, o tabaco, a cocaína, a heroína e o álcool, respectivamente. Ou seja: enquanto a nossa cerveja de cada dia é considerada de altíssimo risco para a vida, a maconha é 114 vezes menos letal.

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Os dados são impressionantes. O álcool acumula 11, 7 milhões de dependentes no Brasil, ao mesmo tempo que mata 3,3 milhões de pessoas por ano no mundo, segundo dados da OMS. Falamos detalhadamente sobre isso nesse artigo.

Agora mais do que nunca: Beba sempre com moderação!

Lucas Novaes - Twitter, G1

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