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Chorinho, orgulho #Nacional #PraOuvir

02 de outubro de 2012
Postado por SOS Solteiros

Você que está sentado em frente ao computador, feche os olhos e se imagine tomando banho, passando perfume, colocando aquela roupa style e indo pra balada para dançar VALSAS e POLCAS EUROPÉIAS… … …

 

 

Imaginou? Se sim, você, meu caro leitor, tem uma imaginação fértil. Eu mesmo não consegui me inserir nessa cena!

 

 

Pois, em meados de 1850, esse era o estilo musical popular em festas e bailes e isso não é pegadinha do Malandro.

Foi deixando esses estilos com “sotaque” brasileiro que o carioca Joaquim Antônio da Silva Calado deu à luz ao Chorinho. Tanto que a primeira composição de choro da história, “Flor Amorosa” – escrita por ele -, tem sua partitura registrada como “Polka” e não como “Choro”.

 

 

Depois disso a Polca-Choro foi crescendo e ganhou seguidores pelo mundo, até no Japão.

 

 

Alguns outros estilos foram incorporados ao chorinho, como o Maxixe…

 

…o Samba

 

… a Valsa

 

… e o Tango

 

O músico, compositor ou instrumentista, ligado ao choro é chamado de “chorão” e geralmente quem toca choro é especialista somente nesse estilo. Raramente você encontrará um chorão tocando outra coisa, já que exige uma dedicação louca. Por isso quando for a um bar ou show de choro, bata palmas com vontade. Choro não é pra qualquer um tocar!

 

 

No início, uma música de choro era dividida em três partes, ou seja, três momentos diferentes na mesma canção. Com o passar dos anos, alguns compositores começaram a criar choros com duas partes somente.

Lendo assim é difícil de entender, mas essa música do Carioca, executada pelo Duo Saraiva-Murray com participação de Marcelo Pretto ilustra bem o que estou falando.

Prestem atenção na letra e nas mudanças de tonalidade em uma música só.

 

 

Complicado ou não? Definitivamente!

Muitos artistas ficaram conhecidos na época-auge do choro, como Ernesto Nazareth, Pixinguinha, Chiquinha Gonzaga, Viriato Figueira, Zequinha de Abreu, Waldyr Azevedo, etc.

 

 

Esse estilo musical brasileiro tem mais de 130 anos. São milhares de discos gravados e centenas de chorões espalhados pelo Brasil e pelo mundo. Além de ser um gênero musical rico e complexo, é também um fenômeno artístico, histórico e social.

 

 

Sabiam que o Dia Nacional do Choro (dia 23 de abril, em homenagem à data de nascimento de Pixinguinha) é comemorado na França e no Japão?

 

 

No Brasil, a maioria nem sabe que essa data comemorativa existe! PASMEM!

Hermínio Bello de Carvalho escreveu: “Ao defender a tese de que a cultura deveria ser tratada como matéria de segurança nacional, penso traduzir a necessidade cada vez mais premente de abrasileirar o brasileiro, como advertiu Mário de Andrade”.

E quem disse que o chorinho é coisa pros avós escutarem? Veja que até rockeiro se interessa pelo gênero.

 

 

Portanto, vamos expandir os horizontes? Não existe estilo de novos ou velhos, música é eterna e atemporal, só é preciso um toque de criatividade.

 

#PraAssistir

(Estou aproveitando o nome da incrível coluna de filmes, não conhece? Clique aqui e veja as excelentes dicas)

Brasileirinho – Grandes Encontros do Choro

 

 

Em 2005 foi lançado o filme documentário Brasileirinho, um tributo ao gênero choro, do cineasta e diretor finlandês Mika Kaurismäki. Alguns músicos que participaram do filme foram Yamandú Costa, Paulo Moura e Trio Madeira Brasil, dentre outros.

O filme é incrível, se você quer conhecer mais sobre o estilo é um prato cheio!

 

 

Por hoje é só… tem alguma duvida? Conhece grupos de chorinho muito bons que não citei aqui? Tem sugestões de estilos para a próxima coluna? Comente aqui em baixo!

E não esquece de curtir ali em cima.

Grande Abraço!!

 

 

Ricco Nunes, paulistano, solteiro convicto (até que me provem o contrário), publicitário, designer gráfico e músico profissional, apaixonado por arte, culinária, estilo, livros com temas densos e pessoas com bom senso de humor. Detesto cantores de churrascaria, pegar metrô as 18h e acordar antes das 10h30. Tudo o que escrevo é baseado em fatos reais analisados sob o meu ponto de vista. Comentem, critiquem, elogiem e botem a borboleta para fora do casulo!

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