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Bromance: carinho entre homens

02 de março de 2015
Postado por Enrique Coimbra

Acho um saco falar sobre bromance — já, já o titio aqui explica o que é — porque os argumentos que todo machista usa é: “você é gay, por isso que acha maneiro”. Não, criatura!

Acho maneiro a expressão de carinho e amor fraterno entre homens porque considero uma evolução de comportamento, uma limpeza nos conceitos machistas de que homem precisar ser insensível e babaca o tempo todo, e porque gente feliz enche menos o saco!

 

O que é Bromance?

Bromance vem da junção das palavras “irmão” e “romance” em inglês (brother e romance). Apesar de a palavra ligar ilusoriamente ao relacionamento amoroso entre dois caras, é usada para expressar o comportamento de homens que não têm problemas de se abraçar, dividir a cama, e que não ficam falando “para com essas viadagens” como se tocar outro homem os viciasse magicamente em pênis. Pênis deveria ter plural, né? Tipo, “pênises”.

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– Shawn, isso é um abraço, beleza? Isso é um abraço, e isso é quando você abraça alguém, quando você se importa com ela e quer que ela saiba disso.

 

Por que Bromance é legal?

Vai dizer que você nunca pensou em ter um amigo para quem pudesse contar seus receios sem ser julgado como “bichinha”?

Se você for mulher, vai dizer que nunca sonhou que aquele machista retardado se tornasse um pouquinho mais sensível para nunca destratar uma garota só por ser garota? Pois é, José (e Josefa). Bromance é legal porque quebra a cultura do falo como cetro imperial — e isso sim é pornograficamente gay. Bromance nos torna mais humanos.

 

“Mas machismo é bom…”

…alguém com pintos na cabeça vai dizer. Machismo ou julgamentos por condição sexual, gênero, etnia, trejeitos ou agressividade a qualquer expressão do verbo “cuidar” não é nada legal. É retrógrado, sem fundamento e indiscutivelmente brochante — eu murcho que nem balão de festa furado.

Bromance pode ser um gesto pequeno da liberdade comportamental, mas é um passo para mulheres não serem chamadas de “putas” por se assumirem como seres tão sexuais quanto quaisquer homens, é o que forma futuros pais menos tiranos e mais abertos a diálogos com os filhos, e esclarece de vez que dar um beijo na bochecha de outro cara não faz você gostar de peru (de natal) em vez de tender (de natal) da noite para o dia.

E mesmo se gostasse, ser chamado de “gay” não deveria ser ofensa. Especialmente quando sua boca fica cheia d’água pelo pão, não pela salsicha do cachorro-quente.

Vamos nos abraçar mais, galera! Mulheres e rapazes! Respeito e carinho é o que vai mudar esse mundo — e fazer chover em São Paulo!

 

Imagem de capa: reprodução – Scrubs

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