Baby Leaf: Conheça as Hortaliças “filhotes” perfeitas para os solteiros

Para os solteiros, não há nada mais frustrante que gastar uma grana em verduras e dias depois, jogar tudo fora. Isso acontece porque você não consegue comer tudo aquilo sozinho né?! Mas esses dias de desperdício estão contados.

Apresentamos agora as Baby Leafs

“folhas bebê”, traduzido de forma literal.

As baby leafs são hortaliças como agrião, rúcula, alface e espinafre, colhidas precocemente, antes de se expandirem. O tempo de espera varia entre as espécies, no entanto, são retiradas geralmente na metade do tempo das hortaliças tradicionais.

Enquanto uma alface demora em média 40 dias para seu ciclo total de desenvolvimento, a alface baby leaf pode ser retirada com apenas 20 dias. 

Alface normal vs. Alface Baby Leaf

Na horta, tamanho é documento, sim!

O comprimento pode variar entre espécie e forma de utilização, por isso não há uma medida oficial. Ainda assim, de acordo com o Instituto Agrônomo de Campinas (IAC), sugere-se que para ser classificada como baby leaf, a folha precisa estar entre 5cm e 15cm.

Essa colheita antecipada garante que a hortaliça seja menor que a normal. Uma grande vantagem para quem mora sozinho e acaba desperdiçando quase todo o pé de alface, né?!

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Mini hortaliça vs. Baby leaf

Apesar de terem o nome parecido, as baby leaf são diferentes das mini hortaliças. Baby leaf são hortaliças tradicionais que usam um artifício de manejo para continuarem jovens (colhidas antes do tempo, sem completar o ciclo).

Já as mini hortaliças são vegetais, e até frutas, geneticamente modificadas (sementes híbridas). Crescem até determinado tamanho, mas completando todo o ciclo (mini abóboras, mini tomates, mini melancias).

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Baby leaf no mercado

Para a comercialização, existe duas versões do mesmo produto. Uma onde as folhas soltas são comercializadas higienizadas e embaladas (de maneira nada biodegradável!), ou seja, prontas para o consumo, com muito plástico envolvido.

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Pode ser uma única espécie por embalagem ou em mesclas de folhas variadas, como um mix. Também são vendidas como plantas inteiras ainda jovens (maço ou cabeça), produzidas em sistema hidropônico. 

Vantagens da baby leaf

As vantagens da baby leaf, ainda mais para quem é solteiro, é ter sempre o produto fresco à mesa, evitar o desperdício de comida e a praticidade (por normalmente já serem higienizadas e sanitizadas, prontas para consumir) – devido a embalagem plástica, indicamos plantar as hortaliças em casa mesmo.

A diferença de sabor é outro diferencial dessas hortaliças. Segundo o pesquisador do IAC, Luís Felipe Villani Purquerio, em entrevista ao programa do Dia de Campo na TV:

“as baby leaf, por suas folhas ainda serem jovens, são mais tenras, e como também não completar o seu desenvolvimento, o sabor é diferenciado, muito interessante”.

A princípio, o incentivo do cultivo dessas hortaliças veio de chefs de cozinha. Inicialmente eram os únicos a introduzi-las em seus restaurantes, conquistando o cliente pelo olhar.

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Entretanto, devido a sua maciez, delicadeza e suavidade, a hortaliça jovem acaba despertando a curiosidade e cativando outro tipo de público: o infantil.

Seu visual e sabor pode ser uma alternativa para convencer a criança a aceitar os vegetais na alimentação. Quem sabe até como alternativa para o combate à obesidade infantil.

Pequenas mas nutritivas

Além do visual e sabor diferenciado, as baby leaf ainda são mais saudáveis que as hortaliças tradicionais. De acordo com Cláudio Makoto, produtor das hortaliças, em entrevista para o Canal do Horticultor, as hortaliças jovens têm uma concentração maior de sais minerais e vitaminas.

Leslie Beck, do jornal canadense The Globe and Mail, cita estudos que comprovaram o aumento de flavonóides (composto com função antioxidante e antiinflamatória), vitaminas C e K, folato, beta-caroteno e luteína (um fitoquímico que protege a retina) nos espinafres quando colhidos ainda baby.

Ainda segundo Makoto “é muito rápido o ciclo, quase não é preciso pulverização para formar a planta”. Ou seja, a hortaliça jovem torna-se uma planta livre de agrotóxicos industriais na maioria das vezes.

De acordo com Jorge Murikawa, produtor rural de Cotia, também em entrevista para o Dia de Campo na Tv, as baby leaf são uma ótima alternativa para pequenos produtores, pois agrega valor ao trabalho e possui uma rentabilidade mais estável que as hortaliças tradicionais.

Em entrevista para o programa Momento Ambiental, o produtor do Distrito Federal Glauco Augusto Rodrigues fala sobre os benefícios que a produção de baby leaf leva também para o meio ambiente.

Evita desperdício, produz mais em menor tempo, ocupa menor espaço no campo e em algumas formas de cultivo, como o hidropônico, gasta menos água.

Conforme Glauco, “o alface hidropônico consome menos água por utilizar um sistema fechado em que a água entra, passa pela planta e volta para o reservatório, permanecendo nesse sistema o dia todo”.

Alface Baby Leaf hidropônico

As baby leafs podem solucionar a fome no mundo?

Sim e não.

As baby leaf podem ser uma solução para famílias de baixa renda, pela facilidade no cultivo, menor tempo e área necessária. Plantar baby leaf em casa garante vegetais nas refeições durante o ano todo.

Claro que é preciso cuidado como qualquer outra planta, mas a sua colheita é feita na metade do tempo. Agilizando assim, o processo de um novo plantio, garantindo verduras sempre no prato. 

No entanto, apesar de suas vantagens, a baby leaf ainda é um produto caro. Segundo Purquerio, isso se deve ao fato da produção da baby leaf (em grande escala) ser de alto custo.

Esse cultivo pode ser feito de três formas. No solo, utilizando semeadura e colheita mecanizada; em bandeja de mudas (a alternativa mais econômica); e no hidropônico (sistema ainda caro para pequenos produtores).

Contudo, de acordo com um estudo publicado na Revista Cultivar, realizado por Purquerio, Alex Humberto Calori e Lívia Aguiar de Moraes no IAC, verificou-se que é possível utilizar o mesmo substrato para produzir baby leaf em bandejas por até 3 vezes. Reduzindo o custo de produção e otimizando o sistema em menor espaço, mais rapidamente, dobrando a produção.

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Quem sabe assim isso diminuirá o custo final das baby leaf nos mercados, tornando-a mais acessível à população. Principalmente para as classes menos favorecidas e aos solteiros, não é mesmo?

Fonte(s): Grupo Cultivar, GroHo, Instituto Agronômico de Campinas, The Globe and Mail, Canal do Horticultor