As marcas de Azeite extravirgem que você jamais deveria comprar, segundo a Proteste
Quem nunca se esbaldou com um pãozinho com azeite que atire a primeira azeitona! Ô, coisa boa! E nós, brasileiros, curtimos mesmo o negócio: segundo o instituto de pesquisas Datamark, anualmente consumimos 100 toneladas de azeite. É, somos o segundo maior importador da iguaria, dá pra acreditar?
Se você também acha que a vida sem azeite é muito sem graça, preste atenção nesse artigo. Você sabia que pode estar sendo enganado? Isso porque as marcas de azeite estão vendendo seus produtos com anúncios que estão bem longe da realidade.
A Proteste – Associação Brasileira de Defesa do Consumidor – comprou anonimamente alguns azeites que se diziam extravirgens e analisaram seis elementos que, teoricamente, deveriam fazer parte de um azeite dessa classe.
Os azeites extravirgens são aqueles em que as propriedades das azeitonas são mantidas e, para isso, o azeite precisa ser extraído sem agentes químicos.
Se a concentração de ácido oleico for menor do que 1% o azeite pode ser chamado de extravirgem. Se ficar entre 1,1% e 2% já passa a ser somente virgem. Entre 2,1% e 3,3% o azeite é chamado de virgem comum. E acima disso… Bom, acima disso não é azeite, precisa refinar mais até estar próprio para o consumo.
Como funcionaram os testes
Primeiro, a Proteste checou se os rótulos estavam de acordo com a legislação e se não deixavam o consumidor em dúvida. Então, calcularam a acidez do azeite, através da quantidade de ácidos graxos livres para determinar sua acidez e seu estado de conservação.
Falando em conservação, também foi visto o índice de peróxido, que diz muito sobre a oxidação inicial do líquido e sua deterioração.
A umidade, a quantidade de impurezas, metais e tudo o que podia interferir na qualidade do azeite foram levados em consideração para determinar sua qualidade, assim como a presença de azeites vegetais refinados, outro óleos que não deviam estar ali e qualquer coisa que cheirasse a fraude. E não foi só o cheiro que foi estudado, não: degustadores foram convocados para detectar, a partir da cor, sabor e odor, se estava tudo dentro do esperado.
A análise foi tão completa que os pesquisadores fizeram até uma análise espectrofotométrica.
Basicamente, eles avaliaram a absorção da radiação ultravioleta em alguns comprimentos de onda, para tentar localizar alguns compostos que podem se formar durante a estocagem – e avaliarem, assim, se o negócio tinha sido bem feito ou não.
E adivinha só? Teve muito, mas muito azeite que não era extravirgem coisíssima nenhuma! Recentemente a Proteste separou cinco dos azeites mais famosos e que foram reprovados por adição de outros azeites vegetais.
Para piorar, segundo eles mesmos divulgaram, “na verdade, eles são azeites lampantes, ou seja, produtos indicados ao uso industrial, e não à alimentação humana, por seu cheiro forte e sua acidez elevada”.
1. Malaguenza
Lembra aquele papo de marcas que adicionavam outros óleos vegetais e falavam que o azeite era virgem? Pois é… Foi o caso. Esse azeite espanhol costuma ser vendido por cerca de oito reais.
2. Lisboa
Outro azeite que não estava tão puro quanto deveria foi o português Lisboa, que é vendido por aqui na faixa dos oito reais.
3. Do Chefe
O azeite do chefe, outro português, deveria ser extravirgem, mas a história não foi bem assim. O preço médio dele fica próximo dos nove reais.
4. Tradição Brasileira
É, a gente também produz azeite fraudulento, pensou que eram só os europeus? E também somos careiros, o preço médio desse azeite é de treze reais.
5. Borgel
Esse azeite é o mais caro da lista, uma média de dezoito reais por garrafa, mas isso não impediu que ele também apresentasse muitas irregularidades.
E agora, não podemos confiar em mais ninguém?
Calma, ainda existe esperança. A Proteste também descobriu que alguns azeites cumprem, sim, a promessa extravirgem. E nem todos são super caros. Olha só uma lista com 18 azeites delicinha para você:
- Allegro
- Andorinha
- Borges
- Carbonell
- Cardeal
- Carrefour Discount
- Cocinero
- Filippo Berio
- Gallo
- La Violetera
- Maria
- Olitália
- O-live
- Qualitá
- Renata Superiore
- Taeq
- Terrano
- Vilaflor