Colunas

De Graça! Aplicativos gratuitos para TV comum já existem mas ninguém sabe

29 de abril de 2015
Postado por Paulo Finotti

Essa semana a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) está discutindo qual será o modelo a ser seguido para a TV Digital tupiniquim daqui para frente.

Você já imaginou o porquê de gostar tanto de seu smartphone, com todos aqueles aplicativos espalhados pela tela que nos deixam sempre mais viciados do que no dia anterior? E pergunto mais: lembra do tempo em que internet era navegar pelo Internet Explorer e achar o máximo mesmo sendo uma porcaria?

a45

Admitamos, o mundo está melhor e fica cada vez mais a medida que a tecnologia avança. Isso porque a organização das coisas evolui junto com as ferramentas da web, essa porta de entrada universal que “todos nós” temos acesso.

Com tal lógica, a Apple revolucionou o mercado digital “criando” um modelo em que tudo o que um usuário faz seja sintetizado na persona de um aplicativo. E todas as informações estão embaladas em um bonito quadradinho dentro do celular, sem que precisemos digitar qualquer endereço HTML.

Alguns aplicativos podem ser realmente essenciais: imagine um auxiliador para encontrar empregos, um sistema que marque consultas no SUS sem ter que pegar fila, acesso a vídeo-cursos, consulta a informações de alta relevância pública e pagamento de contas em bancos? Se você pensa que eu estava falando sobre aplicativos de smartphone ou tablets, se enganou. Tudo isso pode ser acessado pela TV comum, e de graça.

Você não sabia, né? Então se liga:

Os exemplos citados estão presentes no projeto Brasil 4D, encabeçado pela EBC, para o Ginga, uma “lojinha brasileira de apps” para TV Digital com código aberto (eu, você e seu cachorro podem fazer os próprios apps e disponibilizar gratuitamente ali), que todo brasileiro pode ter acesso.

O Ginga é a questão central da discussão do modelo a ser seguido para a TV Digital, disponível na programação aberta brasileira E é 100% gratuito.

giphyPor isso, fica a reflexão: financiaremos, através do poder de Estado, um modelo interativo, ou estamos satisfeitos com o simples conversor que melhora a qualidade da imagem? Santa tecnologia, Batman!

A TV, na falta de coisa melhor, é o principal veículo de informação para muita gente maltratada pela vida, dentro de um contexto em que educação e boas oportunidades nunca foram prioridade dadas a elas de mão beijada.

É exatamente esse público que mais se beneficiaria com o poder interativo da TV aberta, pois não estariam fadados apenas ao despejo diário de roteiros de novela e poderiam, facilmente, ter acesso a informações relevantes para um cidadão que vota, paga seus impostos e sofre com a falta de eficiência dos serviços públicos no Brasil.

E a ampla atuação do Ginga na TV aberta permitiria TUDO isso.

Afinal não é todo mundo que tem smartphone na mão. No Brasil, o eletrodoméstico dotado de poder para difundir informações realmente é a televisão.

televisao brasil

ultimosegundo | economia.estadao

Você investiu uma grana em uma Smart TV? Então imagina se ela fosse a única coisa que você tivesse para acessar conteúdos interativos. Primeiramente, coragem para enfrentar o controle remoto, certo? Mas em uma segunda análise, você daria mais valor ao acesso que ela dá a milhares de possibilidades que hoje nós temos pelo notebook, PC, smartphone e tablet. Disso eu tenho certeza.

Por isso, deveríamos aproveitar para discutir qual é o modelo de comunicação que queremos ter no Brasil para incluir, e não excluir. Será que todas as pessoas deveriam ter o direito de acessar informação tanto quanto nós, jovens antenados, com fácil acesso à internet?

Eu acho que sim.

 

MATÉRIAS RELACIONADAS