Não é de hoje que tratamentos estéticos diferentões tem feito sucesso por ai. Um deles, que fez barulho já há algum tempo, é o uso de peixes para fazer esfoliação na pele dos pés.
Mas atente-se! Apesar de ter virado tendência no Brasil e no mundo, a técnica vem sendo banida de vários países pois pode resultar em uma série de problemas, tanto pra gente, quanto aos peixes e o meio ambiente.

Para quem não está muito ligado nesses paranauês do mundo da beleza, o método consiste em mergulhar os pés em um tanque de água cheio de peixes que comem a pele morta, fazendo assim uma esfoliação completa.
Ainda há quem afirme, sem comprovação científica, que o tratamento é capaz de melhorar a circulação do sangue, diminuir os odores dos pés, tratar psoríase e eczema e até ajudar com o “pé de atleta”.
Os spas que oferecem o tratamento afirmam que é indolor e seguro pois usam o “peixe-médico”, os Garra Rufa, que não possui dentes e faz todo o trabalho apenas pela sucção.
Apesar de parecer mesmo inofensivo, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos declarou que mais de 10 estados já proibiram a técnica. Mas o que pode ter de tão perigoso assim?
Tratamento de beleza não é tão belo assim
De acordo com o site especializado em saúde WebMD, a Sociedade Nacional de Eczema e a Associação Psoríase, ambas dos Estados Unidos, disseram que os pacientes que sofrem de qualquer um desses problemas (eczema e psoríase) só aumentarão o risco de infecção usando o tratamento com peixe.
Conforme informou o Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos, os tanques onde os peixes ficam são difíceis de serem limpos, inclusive os próprios peixes não podem ser desinfectados sem causar danos à saúde deles.
Além disso, eles são caros e como medida de economia, os spas costumam utilizá-los em centenas de clientes, o que pode piorar toda situação.
Vários clientes utilizando o mesmo tanque.
Para tudo ainda ficar pior, Rachele Spiruda, dona de um renomado Spa e autora de um blog voltado ao peixinho revelou ao site The Star que, para economizar, muitas clinicas optam por outro peixe, conhecido como “Chin Chin”, que faz o mesmo trabalho dos Garra Rufa, mas com uma dolorosa diferença, essa espécie pode ter dentes que podem causar leve sangramento, aumentando ainda mais os riscos de infecção.
Além disso, de acordo com o site ABC News relatou casos de 2011 onde uma série de animais vindos da Indonésia para servirem de “peixes-pedicures” foram aprendidos e posteriormente analisados.
O resultado comprovou que todos estavam infectados com uma bactéria capaz de causar pneumonia, infecção grave nos ossos e nas articulações.
Peixinhos sofredores
E não para por aí. Os problemas continuam agora em uma outra esfera: a do meio ambiente.
Segundo relatos, além dos peixes viverem em tanques provavelmente contaminados por todos tipos de bactérias, para que eles executem um bom trabalho, diversos Spas deixam os animais sem alimentação, assim, eles “atacam” ferozmente os pés dos clientes, fazendo uma esfoliação mais poderosa.
E ainda mais, na troca dos peixinhos algumas clinicas descartam esses animais na natureza, o que pode causar um desequilíbrio ao meio ambiente, já que esses animais são importados de outras regiões como Turquia, Índia e Sudeste Asiático.
Garra Rufa, a espécie de peixe usada no tratamento.
Se esse tratamento pode aumentar o risco de infecções de pele, parece estranho que apenas alguns países a proibiram, não é mesmo?
Mas conforme informou à ABC News, Georgina Fletcher, porta-voz da Agência de Proteção da Saúde do Reino Unido, a história não é tão alarmante assim. Foram relatados alguns casos de infecções apenas na Grã-Bretanha, já nos Estados Unidos não houve nenhum caso de doenças envolvendo os peixinhos.
Segundo o órgão, em contrapartida, há dezenas de casos de surtos de infecções provenientes dos cuidados estéticos convencionais. Ou seja, apesar do peixinho apresentar riscos, outras técnicas mais simples causaram sérios problemas à saúde.
Apesar da Agência de Proteção da Saúde do Reino Unido alegar que os riscos à saúde humana são muito baixos, funcionários de organismos ligados a saúde nos Estados Unidos e da Inglaterra recomendam que pessoas com diabetes, sistema imunológico fraco ou até com feridinhas no pé, mantenham-se longe dos tanques.
De qualquer forma, uma técnica que vem sendo banida de alguns países merece um pouco mais de atenção e de cuidado. Nem tudo o que o mundo da beleza nos oferece deve ser “abraçado” logo de cara.
Analise os riscos e veja se vale mesmo a pena colocar sua saúde em risco para ter os pés lisinhos.