O Arroz nosso de cada dia pode ser um Veneno, alertam pesquisadores
O arroz é uma das fontes de nutrição mais importantes no mundo e, aqui no Brasil, não há quem resista ao grão quando ele se une ao fiel companheiro feijão.
Mas esse nosso prato típico e saboroso acaba de entrar na lista dos possíveis inimigos da nossa saúde, já que o cereal pode ser, literalmente, um perigoso veneno. Acredita?
Segundo estudos e pesquisas, o consumo de arroz vem causando grande preocupação, pois descobriu-se que é o cereal com maior concentração de arsênico, uma substância usada até como pesticida.
Entenda o que é o arsênico
Arsênico é o nome popular do trióxido de arsênio, um semimetal pesado que existe em formas orgânicas e inorgânicas. Por ser um dos componentes da crosta terrestre, pode ser encontrado naturalmente em rochas, água, ar e no solo.
O arsênico já foi utilizado historicamente pela medicina, como pesticida e pigmento. Hoje em dia, ele ainda é usado como agente descolorante para vidros e esmaltes, preservativo para madeira e em pesticidas.
O elemento é também componente de venenos, principalmente para ratos. Em caso de ingestão do arsênico, os primeiros sintomas são vômito, diarreia acompanhada por sangramento e dores abdominais. Uma dose de 145 miligramas do elemento é o suficiente para matar um adulto em poucas horas, conforme informa o site de pesquisas ChemSee.
Efeitos tóxicos podem ocorrer também após o contato por inalação de poeira e fumaça contendo o arsênico mas, neste caso, a eliminação ocorre de um a dois dias (embora uma parte seja incorporada aos ossos, pele, cabelos e unhas, sendo eliminada após semanas ou meses).
O trióxido de arsênio está associado à diabetes, lesões na pele, doenças cardíacas, danos ao sistema nervoso e ao cérebro e é uma substância cancerígena para humanos, de acordo com a International Agency for Research on Cancer (IARC) (Agência Internacional de estudos sobre o Câncer).
Por que tem arsênico no meu arroz?
O arroz é plantado de maneira diferente dos outros cereais. Por ser cultivado em plantações inundadas, o arsênico entra com mais facilidade nos grãos e se apresenta de 10 a 20 vezes mais do que em outros grãos, de acordo com a BBC.
Porém, ainda segundo a publicação, o arsênico existe naturalmente no solo e pode infectar qualquer alimento. No entanto, os níveis tóxicos são baixos e não costumam causar preocupação.
O Professor Andy Meharg da Queen’s University Belfast, que estuda o componente há décadas, diz que para um adulto, a quantidade de arsênico presente no arroz não causa risco. Mesmo assim, segundo ele, não é bom exagerar.
“A única coisa que eu posso equiparar com o arroz é fumar. Se você fumar um ou dois cigarros por dia, seus riscos serão bem menores do que se você fumar 30 ou 40 cigarros diariamente. Depende da dose – quanto mais você comer, maior é o seu risco“.
Por este motivo, para tentar conter o problema, a Comissão Codex Alimentarius estabeleceu em 2014, no seu encontro anual em Genebra, um máximo de 0,2 miligrama de arsênico por quilo de arroz.
Alto risco para crianças
Enquanto não existem riscos reais para os adultos, é bom se preocupar com as crianças e bebês porque, mesmo em níveis baixos, o arsênico pode comprometer o desenvolvimento imunológico, crescimento e desenvolvimento do QI dos pequenos.
Embora os produtos para crianças tenham uma legislação mais rígida, diversos alimentos que não são voltados para este público podem ter níveis de arsênico aceitáveis para adultos mas perigosos para as crianças, segundo a BBC.
Como eliminar o arsênico do arroz?
Não é possível extinguir o arsênico completamente, a não ser que você pare de comer arroz. Segundo a revista Exame, a pior maneira de cozinhá-lo é a tradicional: colocar duas xícaras de água para uma de arroz e esperar a água evaporar com a fervura.
Para reduzir os riscos pela metade, basta utilizar cinco partes de água para uma de arroz e tirar o excesso de água. Mas a maneira mais eficaz é deixar o arroz de molho durante a noite, tirar a água e cozinhar normalmente. Assim, a concentração de arsênico cai 80%, como informa a publicação.
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