A Solução polêmica e definitiva para o Trânsito, segundo a matemática
O que você pensaria se alguém te dissesse que a verdadeira solução para o trânsito é o fim dos “macacos que dirigem”?
Pode parecer papo de bêbado ou cenário de filme de ficção, mas é isto o que o conceituado canal CGP Grey, especializado em conteúdos educativos, diz em seu vídeo “The Simple Solution to Traffic” (A Solução Simples para o Trânsito).
Congestionamentos: a culpa é da macacada?
Segundo o vídeo polêmico, o principal problema do trânsito são os humanos, que seriam os tais “macacos que dirigem”. Isso por conta do tempo de reação lento e da pequena capacidade de atenção.
Por exemplo, você está em uma rua de mão única e após o sinal ficar verde, os carros aceleram um de cada vez, até que o sinal fica vermelho novamente e você é obrigado a parar. Se os carros tivessem acelerado simultaneamente sem as distrações de um celular ou acontecimento do lado de fora do carro, o fluxo teria sido mais rápido, diminuindo o congestionamento.
Mas como somos distraídos e lentos – como os macacos – cada um movimenta o carro em um tempo diferente e o caos se instaura.
Segundo o vídeo, a falta de coordenação dos humanos gera um efeito dominó, engarrafando a cidade.
Até mesmo as rodovias, que não possuem cruzamentos, sofrem com o efeito dominó nas interseções. E agora, a pior parte: mesmo sem cruzamentos ou interseções, ainda teríamos engarrafamentos nas estradas.
O conto da galinha e o “cruzamento fantasma”
O vídeo mostra o exemplo de um tráfego normal em estrada de mão única. De repente, uma galinha atravessa a estrada. O primeiro motorista vê o animal e freia um pouco. Atrás dele, o segundo motorista não vê o motivo e freia mais que o necessário.
O motorista de trás faz o mesmo e assim continua, até que alguém para completamente, obrigando os outros que o antecedem a pararem também.
É assim que surge um “cruzamento fantasma” na rodovia. As pessoas ficam presas (e estressadas) no engarrafamento sem qualquer motivo – e a galinha já atravessou faz tempo.
Jogo da cobra
De acordo com o vídeo, este “cruzamento fantasma” se move pela rodovia como uma cobra, engolindo os carros que estão chegando por um lado e os “excretando” pelo outro.
Em uma pista circular, um único carro desacelerando irá dar início à ouroboros (cobra que engole o próprio rabo), a qual durará para sempre mesmo que não haja qualquer problema na estrada.
Em rodovias com várias faixas, basta que um carro mude rapidamente de faixa para dar início a mais um engarrafamento.
O fim do caos
A solução proposta pelo vídeo seria uma mudança de comportamento no trânsito, onde o objetivo do motorista seria ficar na mesma distância do carro a sua frente e do carro que o anteceder, dando a si mesmo e ao motorista de trás um tempo para evitar freadas.
Como esta mudança é pouco provável, o vídeo propõe outra solução: os carros autônomos.
Estes carros poderiam ser programados para ficarem sempre no meio e acelerarem simultaneamente. Os humanos seriam completamente banidos do ato de dirigir.
Os carros autônomos também fariam com que os semáforos e problemas com os cruzamentos deixassem de existir, criando um tráfego perfeito. Um verdadeiro paraíso, não é mesmo?
Não é tão simples quanto parece
Segundo o site Gizmodo, os seres humanos possuem diversas habilidades que são úteis no momento de controlar o carro, como olhos e ouvidos para sentir o mundo, um cérebro potente e forte senso de memória que permite dirigir por todas as ruas conhecidas com muita confiança.
Criar carros que as reproduzam não é nada fácil. Katelin Jabbari, da equipe de carros autônomos da Google, explicou em entrevista publicada no Gizmondo:
“Você pode programar um carro para dirigir ao simplesmente definir uma série de regras definidas por órgãos de trânsito, mas isso não representa o que vemos nas ruas. Com quanta força eu devo frear? Quão rápido devo fazer a curva?”
Trânsito de macacos?
A teoria proposta pelo vídeo da CGP Grey é realmente interessante, mas parece haver um grande exagero em comparar humanos a macacos por apenas uma de suas características no trânsito.
Fazer esta comparação é perder a crença sobre a capacidade humana de construir um trânsito cada vez mais consciente e eficiente, mesmo com limitações.
Além disso, carros autônomos nas cidades e rodovias poderiam gerar diversos acidentes. Uma prova disso é a impossibilidade de um robô “improvisar” em momentos de perigo. Segundo o Olhar Digital, a Uber cancelou os testes com seus carros autônomos depois de um deles se envolver em um acidente.
A culpa, no entanto, não foi do motorista robô e sim do outro carro, com um motorista humano. Porém, uma pessoa real atrás do volante teria evitado o acidente e freado antes que tudo acontecesse – coisa que não estava programada nos planos do robô motorista.
Indo muito além, os riscos da autonomia de máquinas podem ser maiores e ainda mais desastrosos, como já vimos em diversas histórias de ficção (que cada dia se tornam mais reais).
Lembra-se da franquia de filmes “Exterminador do Futuro”, onde os mesmos robôs que auxiliam os humanos acabam tendo autonomia para matar? Pode ser exagero, mas com a velocidade que a nossa tecnologia está caminhando, quem garante que não chegaremos a tal ponto?
Será mesmo que os carros autônomos seriam a melhor solução para os engarrafamentos ou apostar em outras alternativas de transporte seria mais interessante? No final, apostar no equilíbrio é sempre o melhor para todos.