A polêmica do boicote aos lugares caros em SP #Techlandia
Não se fala em outra coisa na web nos últimos dias além do site Boicota SP, pra quem ainda não tá por dentro, é um site que vem dividindo opiniões na web. O projeto, criado pelo publicitário Danilo Corci, conta com a ajuda dos paulistanos para identificar locais na cidade de SP com preços abusivos e, como o próprio nome diz, boicotá-los.
A ideia é que os internautas apontem restaurantes, casas de show, serviços, bares, estacionamentos e qualquer estabelecimento que esteja praticando preços abusivos, oferecendo algo que não condiz com o preço alto apresentado.
O projeto está movimentando muita gente na web. No Facebook do Boicota SP já são quase 30 mil usuários (no fechamento desta matéria, agora devem ser mais!) e muitos paulistanos revoltados vêm compartilhando suas indignações.
Minha opinião? O projeto tem uma ideia fantástica. Todos que moram ou já vieram para São Paulo sabem que a cidade é realmente cara e muitos lugares apresentam preços que não dá para acreditar. São Paulo é uma das cidades mais caras do mundo, mas também uma das maiores e com mais opções de lazer e gastronomia. Muitas reclamações têm fundamento no Boicota SP? Sim! E com ótimas dicas. Mas, há também o outro lado da história.
Lendo o site e conhecendo bastante a cidade como conheço, percebo que muitas indignações não passam de gritos de pessoas mimadas, que desejam um serviço/produto mais diferenciado, mas querem também um preço popular. Você quer um milk shake diferenciado, com produtos e bebidas importadas (sorvete belga, whisky importando, frutas diferenciadas) e preparo exclusivo? Você irá pagar mais caro por isso (R$ 40). Você quer apenas um milk shake? Vá ao Bobs ou compre os ingredientes e faça em casa (R$ 15).
Lógico, há outra coisa importante a se lembrar: consumidor tem direitos por lei. Uma coisa é você ficar puto com o preço alto de determinada coisa, outra coisa é você ter direito legal de se revoltar com esse preço. Digo isso por um exemplo que vi no site: um estacionamento que em dias normais cobra R$ 15 reais pela primeira hora e mais R$ 3 reais a hora adicional. Normal. Mas em dia de jogo de futebol (ele está próximo a um estádio), ele cobra R$ 70. Isso, por lei, está errado e você tem direitos sobre.
Um estabelecimento não pode cobrar no mesmo local dois preços diferentes por um mesmo serviço/produto. Se isso acontecer, por lei você deve pagar o menor valor. Fique esperto nas leis do consumidor, tema recorrente aqui no SOS Solteiro (nesse link AQUI você encontra um resumão dos nossos direitos).
São Paulo é uma cidade gigantesca e há opções para todos os gostos e, principalmente, para todos os bolsos. Prova disso é que outro projeto vem pipocando na web como uma contra-proposta ao Boicota SP: o SP Honesta mostra exatamente o outro lado da moeda. Com a ajuda de usuários, o site mostra que sim, há lugares na cidade bons e baratos. Basta, como a descrição do site diz, procurar!
Cada um tem sua opinião e acho muito válido levantar a discussão sobre os preços abusivos. Eu mesmo muitas vezes “xingo muito no Twitter” contra algum preço absurdo que vi. Mas vamos discutir com argumentos. Não se esqueçam da tradicionalíssima lei da “oferta e procura” que sempre vai existir: enquanto tiver alguém pagando caro, vai ter alguém vendendo caro. É aquela coisa: reclama do preço do tomate, mas compra todo iPhone novo no lançamento por R$ 2 mil!
Então, bom senso e faça da sua escolha a arma contra os preços!
Paulo Basile – @paulinhobasile – Jornalista, quase publicitário, especialista em mídias digitais e geek de carteirinha. Conectado 24 horas por dia, passo mais tempo na web que com minha família. De olho em todas as novidades que rolam na rede, nesta coluna você vai receber dicas geniais de como facilitar sua vida com a ajuda da tecnologia, seja ela em seu smartphone, notebook, tablet ou no pager (dá para ser nostálgico e tecnológico ao mesmo tempo!)