A lista cresceu: 166 agrotóxicos são aprovados em 2019 (44% altamente tóxicos)
No último dia 30, o Governo Bolsonaro autorizou o uso de mais 14 agrotóxicos por meio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Com isso, já são 166 novos agrotóxicos liberados desde o início da atual gestão – o que significa cerca de três venenos aprovados a cada dois dias. Os números devem aumentar; o Ato nº 27 inclui 43 novos pedidos na fila de registro.
Em 2008 o Brasil ocupou a posição de país que mais consome agrotóxicos no mundo, posição que ocupa até hoje; o que claramente resulta do desenvolvimento do agronegócio e do poder da ‘bancada ruralista’.
Desde o ano passado, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) vem demonstrando preocupação com o fato de que o Brasil ter liberado o uso de agrotóxicos já proibidos em outros países por serem extremamente perigosos; dos 166 agrotóxicos liberados neste ano, quase 44% estão nos dois níveis mais altos de toxicidade: 49 deles são extremamente tóxicos e 24 são altamente tóxicos.
O Inca destaca que os maiores afetados pelos efeitos dos agrotóxicos são os agricultores e trabalhadores das indústrias de agrotóxicos, mas que toda a população está sujeita a exposições múltiplas, seja pela ingestão de alimentos ou de água contaminados – vale lembrar a pesquisa que apontou contaminação por agrotóxicos em 92% da água corrente testada no Brasil.
Esse afrouxamento na legislação para a presença tão constante de agrotóxicos no nosso cotidiano serve de alerta; bem como diversas outras questões ambientais. Há alguns dias, por exemplo, o presidente do senado declarou que vai se empenhar para que o amianto, mineral cancerígeno proibido no Brasil e em mais de 50 países, seja liberado no país. O lucro está mesmo acima de tudo?