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A ciência descobriu uma nova doença da mente

30 de julho de 2015
Postado por Bia Lancha

Imagine uma galinha usando galochas azuis. Conseguiu ver na sua mente?

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– Vamos usar nossa imaginação, cara!

Seu cérebro precisou de apenas um instante para reordenar imagens mentais que você já possuía – de uma galinha e de galochas – e recombiná-las, testando as duas em conjunto. Esse é um processo normal e bastante divertido.

Por isso, quando um inspetor de prédios aposentado procurou o neurologista Adam Zeman (da Escola de Medicina da Universidade de Exeter) para lhe dizer que não conseguia mais formar imagens mentais, isso causou grande preocupação.

A história é curiosa: após uma pequena intervenção cirúrgica, o senhor de 65 anos, chamado por Zeman de MX, se deu conta que já não podia formar imagens. A equipe médica o submeteu a alguns testes. MX podia solucionar problemas, apresentava boa memória e, de resto, saiu-se bem nos testes. Mas, na hora de se lembrar de um rosto, seu cérebro não reagiu.

Nada constava na literatura médica e a equipe de Zeman continuou a reunir relatos para produzir sua pesquisa sobre o caso.

Num mundo com 7 bilhões de pessoas, muita gente simplesmente foi banida do reino da fantasia, já que segundo o neurologista, este é um problema “moderadamente raro”.

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Afantasia – O que é?

Os cientistas nomearam esse distúrbio como Afantasia, em referência ao nome que Aristóteles deu à nossa capacidade de formar imagens mentais, fantasia [aparece pela primeira vez no livro Politeia, ou A República, de Platão].

Até agora, acredita-se que as pessoas que sofrem de afantasia desenvolvem estratégias alternativas para suprir a necessidade das imagens mentais. Por exemplo, outras pessoas com afantasia que participaram do estudo da equipe de Zeman não podiam se lembrar de um pôr-do-sol, mas conseguiam lembrar quantas janelas tinham em suas casas.

Ainda não está claro para a ciência se a afantasia é causada por algum dano ou se a pessoa pode nascer assim. Durante a pesquisa, por exemplo, um estudante canadense de 25 anos ficou chocado ao descobrir que era possível as pessoas evocarem imagens em suas mentes.”É estranho, e difícil de explicar” – disse o jovem.

Portanto, já pode ficar mais tranquilo por ter conseguido imaginar a galinha de galochas lá no começo do texto.

 

Imagem de capa: blogfisiobrasil

Fontes: Uol | Otempo | Diariodigital

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