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40 países antes dos 40 anos: A trajetória da brasileira que largou tudo para viajar sozinha

12 de abril de 2016
Postado por Bia Lancha

Você já se imaginou largando tudo e indo viajar ou morar em outro país?

Às vezes, bate uma vontade forte de viver uma aventura, ter direito a um novo começo… Mas aí você pensa em tudo que pode dar errado e nos porquês de não poder jogar tudo pro alto, e acaba desistindo.

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Bem, então achamos que está na hora de você conhecer a Sílvia Mantovani. Há alguns anos, ela vendia produtos de alimentação com o namorado. Na época, com 36 anos, aguentava as pressões da família para se casar e ter filhos.

O começo (dramático) da incrível jornada

Nesse período foi quando ela resolveu mudar de vida! Percebendo que o namoro de quatro anos era abusivo, rompeu a relação, mesmo sob forte ameaças do ex. Pra fugir do cara – sim, fugir! – Sílvia decidiu que era hora de colocar todas aquelas ideias em prática: largou tudo (emprego, família, país) e foi-se!

A princípio, decidiu somente viajar. Foi pra Itália – inspirada pelo filme “Comer, Rezar, Amar“.

Lá me deu o clique e eu disse: que se dane… vou pegar o pouco dinheiro que tenho e vou ser feliz. E digo mais: um passaporte salvou a minha vida”, conta.

Sílvia em Roma, Itália

Mas ela não parou por aí. Decidiu fazer tudo em alto estilo.

“Quarenta antes dos 40”

Aproveitou o período entre seus 36 e 40 anos para pôr em prática um projeto bem audacioso: visitar 40 países antes dos 40 anos.

Da Itália, foi pra Irlanda. Lá, aproveitou a comunidade brasileira forte do local para conseguir alguns bicos em empregos de base. Juntou dinheiro e pôs o pé na estrada novamente.

O projeto já tem dois anos, nesse tempo Sílvia visitou 36 países! Entre Escócia, Inglaterra, Marrocos, Turquia, Dubai, República Checa, Alemanha, Hungria, Polônia… Ela se encontrou e descobriu que não precisava de mais ninguém para ser feliz: só de si mesma.

Sílvia andando a camelo, em Marrocos.

Se ela foi, eu também posso!

Em toda viagem, faço um amigo novo pelo menos“, conta Sílvia, que começou a receber mensagens de incentivo dos quatro cantos do mundo. “Os homens curtem, mas as mulheres… as mulheres se entregam! Recebo mensagens de pessoas que passaram pelo mesmo que eu, um relacionamento abusivo, mensagens de pessoas me dando tanta força. Acho que elas me dão mais do que eu a elas“.

Para tentar retribuir todo o carinho, Sílvia começou com uma página no face, 40 antes dos 40, um perfil no Instagram, mas agora já trabalha na criação de um blog (estamos aguardando, Sil!) e de um canal para o YouTube.

Além de ajudar outras mulheres, ela também quer que seu projeto sirva de motivação para aqueles que adorariam arriscar tudo e mudar completamente de vida.

“Acabou que todo mundo me procura pra dar dicas, meus amigos me pedem roteiros, lugares pra se hospedar. Até uma amiga que tem uma agência de viagem me pediu pra fazer um roteiro inteiro pra Praga, Budapeste, Polônia e Áustria”.

Sílvia em Dubai, nos Emirados Árabes.

Sílvia em Dubai, nos Emirados Árabes.

Mas, nem tudo são flores…

Sílvia já passou por alguns perrengues e alerta que é sempre necessário ter cuidado.

“Na Turquia um cara me levou pra loja dele e meio que queria me beijar lá dentro. Era uma loja de almofadas e eu ficava pensando que, mesmo que eu gritasse, o som não sairia dali. Não aconteceu nada, mas deu medo: tinha acabado de passar aquela novela sobre tráfico de mulheres. Depois, na República Checa fui parar em uma cidadezinha no meio da nada onde ninguém falava inglês e eu não sabia pegar o trem, porque estava tudo em checo”.

Fica o recado para as mulheres:

Apesar dos perrengues, Sílvia não se arrepende de ter viajado sozinha.

“Decidi buscar alguma coisa que me fizesse feliz e que não incluísse um homem na jogada”.

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Sílvia em sua viagem à Turquia

A viagem mais marcante

E, de todos esses lugares, para Silvia o roteiro mais marcante é (surpreendentemente) um dos mais conhecidos: seu sonho era ir aos Estados Unidos.

“Todas as viagens pra mim são importantes até a que eu faço pra uma cidadezinha pequena do interior do Brasil. Mas Nova Iorque pra mim foi especial”.

Um fator importante para ela querer conhecer o país foi sua grande admiração pelo líder do movimento negro Martin Luther King.

“Eu sempre digo que Martin Lutter King era um ‘cara de sorte’, porque ele só tinha um sonho e eu tenho muitos”.

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Sílvia nos Estados Unidos, em frente ao edifício Rockfeller

Ela agora mora na Espanha. Graças à sua coragem, se encontrou.

– Que tal seguir o exemplo, colocar o “medo de tentar” na mala e levá-lo pra dar um rolê?

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