Suponhamos que você marcou uma viagem bacana com os amigos. Todos felizes para curtir aquela praia ou aquele campo. A previsão já disse que o tempo vai ficar firme… mas aí, não mais que de repente, nem os ovos para Santa Clara são suficientes para acalmar o temporal que se formou.
Então, preste atenção agora, pois vem dica boa aí: seja uma pessoa prevenida e leve um filme nas malas! “Mas que filme?” você me pergunta.
E eu vou lhe dar não uma, nem duas, mas 15 sugestões de filmes para ver com os amigos em dias de chuva, daqueles que todo mundo curte até o final, de olhos arregalados!
Fome Animal
Braindead – 1993
Vale pipoca turbo: A nojeira mais engraçada de todos os tempos
Leonel é um nerd que vive com sua mãe, uma velha chata e ciumenta. Certo dia o rapaz se apaixona por uma moça e a chama para ir ao zoológico. A mãe de Leonel o segue até o local e acaba mordida pelo Macaco Rato da Sumatra. Depois disso, a velha fica violenta e morde as pessoas. Os que foram atacados viram zumbis.
Na época em que fez esse filme, Peter Jackson era apenas um gordinho adolescente com uma mente fervendo de ideia. O filme é um festival de nojeiras e insanidades, mas poucas coisas são mais sensacionais para uma sessão maldita entre amigos. É divertido, engraçado e a maquiagem é muito mais bem feita do que muita coisa “rica” de Hollywood.
O Vingador Tóxico
The Tóxic Avanger – 1986
Vale pipoca média: Você jamais vai ver algo assim!
Melvin é faxineiro em uma academia. Magrelo, ele é alvo de bullyings infinitos pelos fortões. Um dia, Melvin sofre um acidente e cai em um galão de lixo nuclear. Ao invés de se dar mal, ele se transforma no Vingador Tóxico, um cara todo deformado, com super força, mas pronto para ajudar os fracos e oprimidos.
Essa é o grande carro chefe da maior produtora de filmes trash do mundo: a Troma Films. E é tudo para ser assim mesmo: zuado, tosco, mal editado e sem a menor noção. Isso causa um efeito de doideira absoluta, que vai fazer vocês rirem como condenados ou quererem se internar. Mas só depois que acabar a podreira.
Eu vi o diabo
I Saw the Devil – 2010
Vale pipoca grande: Tenso!
Há decadas a polícia coreana está atrás de um assassino que mata qualquer pessoa para obter carne humana. Então, a noiva do agente Soo-Hyun é capturada e assassinada por esse maníaco, tornando a caçada algo pessoal. Não demora muito e os dois vão se cruzar, e aí a coisa fica feia para o loucão matador… muito feia.
É basicamente um daqueles exemplares sobre vingança que os coreanos fazem como ninguém. Na linha de Lady Vingança e Oldboy, Eu Vi o Diabo não enrola muito para o que interessa, mas também não é só um filme gratuito de violência. A narrativa é simplesmente fascinante, rápida e com grandes surpresas. Filmão!
Monty Python em busca do cálice sagrado
Monty Python and The Holy Grail – 1975
Vale pipoca turbo: De chorar de rir
O Rei Arthur está em uma incrível jornada: a busca pelo Cálice Sagrado. Durante a busca, começa a recrutar cavaleiros que possam o ajudar a encontrar o precioso item. Um mais demente que o outro.
É sem dúvida um dos filmes mais engraçados de todos os tempos. Pudera. Monty Python é a mais famosa trupe de humoristas ingleses na história do mundo, com piadas inteligentes, ácidas e cheias de polêmicas. Em uma sessão entre amigos, o vizinho vai reclamar das risadas.
Os espíritos
The Frighteners – 1996
Vale pipoca média: 60% engraçado e 40% apavorante
Frank (Michael J. Fox) é um médium charlatão, que limpa casas de assombrações. Na verdade, ele até tem o dom de ver espíritos e é ajudado por dois deles nessa coisa de caçar de fantasmas. Um dia ele se depara com um fantasma misterioso, encapuçado, matando pessoas marcadas com um número na cabeça. Ele tem que descobrir quem é, o que está acontecendo e tentar impedir.
Começa leve, cheio de humor e com uma pitadinha de coisas perturbadoras. No momento em que a investigação chega ao ponto de virada, ou seja, quando ele descobre o que está acontecendo e quem é o tal fantasma serial killer, aí, meu amigo, o negócio fica um tantinho tenso e apavorante.
Tucker e Dale contra o mal
Tucker & Dale vs Evil – 2010
Vale pipoca turbo: História de amor, inocência e contagem de corpos
Jovens bonitos vão acampar na floresta e, em um certo momento, se assustam com dois caipiras locais. Uma das moças sofre um acidente e é socorrida por um desses caipiras. Como ela desaparece, a pista leva à cabana dos caras. Aí eles não tem dúvidas: ela foi raptada. Acontecimentos bizarros começam a acontecer e os jovens vão sumindo. E tudo vai caindo nas costas dos dois barnabés. Não dá para contar muito, senão estraga o diferencial cômico do filme. Apenas que o final, zoando o assassino que nunca morre nos filmes, é hilário
Tragico e cômico, esse é um terror inteligente, com ótimas sacadas, roteiro redondinho e cenas cheias de humor negro. Tucker and Dale brinca com os estereótipos dos filmes de horror e ainda inverte os valores. Imperdível!
Battle Royale
Battle Royale – 2000
Vale pipoca grande: Pai japonês de Jogos Vorazes
No futuro, com a recessão da economia, danos sociais e o caramba a quatro, o governo aprova uma lei chamada ATO BR. Consiste em sortear uma classe de estudantes para participar de um jogo, o qual a principal regra é matar uns aos outros até restar só um. Diz o governo que o motivo é cumprir uma demanda social, mas a verdade é escusa.
O que os japoneses tem de diferente dos americanos? Eles não aliviam em seus filmes perturbadores. Battle Royale é adaptação de um dos livros de maior sucesso no país. Controverso e pesado, foi eleito por Quentin Tarantino um dos filmes mais legais que já viu desde que se tornou cineasta. Assista, mas saiba: aqui não tem ajudinha dos cidadãos para os mais simpáticos.
(500) Dias com ela
(500) Days of Summer – 2009
Vale pipoca grande: Um papo franco sobre amar e ser amado
Tom trabalha com frases em cartões. Certo dia, no elevador, ele encontra uma garota linda que adora a mesma música que ele. Pronto! No alto de sua carência, se apaixona. Começam a namorar, mas Summer já não o ama mais. São 500 dias, contados de forma não linear, desde o primeiro dia em que viu a garota Summer, até o último.
O filme é um grande tapa na cara sobre expectativa x realidade. Afinal, o ser humano adora idealizar, mas, ao mesmo tempo, não sabe lidar com as perdas. Mas elas acontecem. De forma sensível, bem humorada e com diálogos de tirar o fôlego, (500) Dias com Ela é uma história sobre o amor, mas sem amor. E mais: o encanto de Zoey Deschanel vai lhe fazer ficar acordado e sonhando ao mesmo tempo.
Todo mundo quase morto
Shaun of the Dead – 2004
Vale pipoca grande: Como conquistar a amada com ajuda de zumbis
Shaun é um dos maiores fracassados que você já conheceu. Obviamente, de tanta mancada, acaba tomando o pé da namorada. Triste e desolado, não consegue sequer notar que o mundo acaba de ser tomado por zumbis. Quando finalmente se dá conta, precisa agitar um plano para salvar sua ex-namorada e seus familiares. Obviamente o plano é uma grande furada e as coisas não saem como o esperado.
Não se deixe levar pela tradução tosca do título, esse filme é pura criatividade sangrenta e romântica. Os diálogos e as situações que envolvem Shaun e os zumbis, de tão absurdos, são geniais. O longa intercala nuances de drama, ação e humor como nunca você vai ver em um filme de amor… com zumbis. Dá vontade de ver de novo, e de novo, e de novo.
Stardust – O mistério da estrela
Stardust – 2007
Vale pipoca turbo: Uma viagem para o coração
Cego por amor, Tristan ama Victoria, que pouco liga para o rapaz. Ele promete trazer-lhe uma estrela cadente em troca de uma chance. Ele começa, então, sua busca depois dos muros da cidade, onde existe um mundo fantástico. Mas, essa estrela é, também, desejo de quatro pretendentes a príncipe e três bruxas, que precisam do item para recuperar a juventude. A estrela, que se transformou em uma linda moça chamada Yvaine, quer voltar para os céus.
Stardust é um clássico conto de fadas moderno para todas as idades. Há fadas, elfos, piratas, bruxas, reis, príncipes, fantasmas e uma série de itens místicos. Poucas vezes um filme conseguiu, de maneira tão expressiva e brilhante, transpor todo o clima de magia e a linguagem literária de fantasia, nos cinemas. Duas horas que você não vê passar.
Cidade de Deus
Cidade de Deus – 2002
Vale pipoca turbo: Purgatório da beleza e do caos
Jovem pobre, negro e trabalhador, Buscapé é morador da Cidade de Deus – uma das favelas mais violentas do Brasil – e, como todos os moleques, tem seus sonhos. O ambiente ao seu redor é extretamente violento e os pensamentos sobre os caminhos “fáceis” que o crime proporciona sempre rondam a sua mente. Em meio a bandidos e traficantes, Buscapé vê a sua sorte mudar quando, por um golpe do destino, consegue um emprego de fotógrafo em um grande jornal carioca. E será a sua câmera a responsável por acompanhar a rotina do lugar.
Cidade de Deus é, para mim, o melhor filme nacional já feito até hoje. A linguagem cinematográfica é inovadora não só para o cinema do Brasil, mas mudou o jeito de fazer filme até mesmo para Hollywood, que, desde então, se inspira bastante nessa pérola de Fernando Meirelles. Um clássico épico! É começar assistir e não conseguir mais parar.
Golpe de mestre
The Sting – 1974
Vale pipoca turbo: Reverência à farsa
O ano é 1936. Dois malandros, que adoram aplicar golpes, enganam um chefão do crime e ganham uma grana bacana. Sabendo que foi passado para trás, o criminoso quer vingança e mata um dos caras. O outro, que escapou, procura um novo parceiro para aplicar o golpe definitivo nesse mafioso. Mas será algo muito bem estruturado, planejado, pensado e executado, pois a intenção é abalar as finanças do cara.
10 indicações e sete Oscars conquistados, incluindo Melhor Filme, Golpe de Mestre é uma verdadeira ode à farsa. Elaborado, inteligente e gostoso de assistir, é daqueles filmes que é preciso ficar ligado, prestando atenção aos detalhes e duvidando de tudo e todos. Uma maratona agradável de mentiras!
Nove rainhas
Nueve Reinas – 2000
Vale pipoca grande: Reverência à farsa parte II
Mestres nas picaretagens argentinas, Marcos e Juan vão dar o golpe de suas vidas. Eles se conheceram um tentando enganar o outro e, agora, juntos vão participar de uma negociação milionária. Para isso precisam conseguir vender (através de outra picaretagem) os raros selos conhecidos como “Nove Rainhas”. Só que algo sai bem errado e (através de mais picaretagem) precisarão falsificar o item. No fim, não dá mais para saber quem fala a verdade, quem engana quem e quantos estão envolvidos.
O filme é quase um manual de golpes a se aplicar em qualquer lugar. Sem brincadeira… você vai se surpreender com o que os caras fazem para ganhar uma grana. Para quem gosta de tramas com reviravoltas e coisas inteligentes, não pode perder. É o jeitinho argentino na tela.
Uma cilada para Roger Rabbit
Who Framed Roger Rabbit – 1988
Vale p
ipoca grande: Desenho adulto para crianças crescidas
Eddie Valliant é um detetive (de carne e osso) contratado pelo coelho Roger Rabbit (de desenho) para descobrir se sua esposa Jessica Rabbit o está traindo no mundo dos desenhos. Mas, nessa busca, Marvin Acme – que parecia se engraçar com Jessica – é encontrado morto no mundo real. A culpa cai sobre Rabbit e a investigação muda de rumo. Ambos agora precisam encontrar quem é o verdadeiro assassino e provar a inocência do coelho.
O filme mistura animação e pessoas de verdade, interagindo entre si. É, até hoje, genial, pois consta como uma das melhores aplicações de computação gráfica que Hollywood já produziu. É tão incrível que vai lhe dar um bug tentando imaginar como certas cenas foram feitas. O roteiro é maduro, com piadas para crianças e adultos. Obra-prima!
Divertida Mente
Inside Out – 2015
Vale pipoca grande: Entenda tudo sobre a psicologia humana
A animação acompanha as emoções dentro do cérebro de uma menina de 11 anos chamada Riley. Cada uma das coisas que ela faz ou pensa é acionada por esses personagens que representam, cada um, um estado de espírito. A alegria é a líder, que se esforça todos os dias para manter a criança feliz. Mas uma confusão na sala de controle faz com que ela e a Tristeza sejam expelidas da cabeça de Riley. Sem essas duas emoções, a garota muda radicalmente.
Esse é um dos filmes mais maduros da Pixar. Justamente por isso, muita gente acha um tanto quanto arrastado. No entanto, preste atenção, a história fala sobre conflitos de emoções e como precisamos conviver, de forma equalizada, com cada uma delas. Complexo, singelo e emocionante.
Imagem de capa: chatelaine